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Como se sair bem em processos seletivos em vídeo

Tendência que ganhou força com a pandemia, as entrevistas à distância trazem mais comodidade aos candidatos e reduzem gastos das empresas

Por Fernanda Colavitti
Atualizado em 30 abr 2021, 11h59 - Publicado em 6 out 2020, 10h10
 (Foto de Setsuko N/Getty Images)
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A entrevista é uma das fases mais desafiadoras dos processos seletivos, tanto para as empresas quanto para os profissionais. Duas pesquisas divulgadas pelo LinkedIn dão a dimensão da importância dessa etapa.

Em um dos levantamentos, realizado entre os usuários da rede social, 54% dos candidatos a vagas classificaram essa fase como um desafio de nível moderado a extremo.

O relatório “Global Recruiting Trends 2018”, com a análise das respostas de mais de 9 mil recrutadores e gestores, aponta que a entrevista por vídeo, ao vivo ou gravada, está entre as práticas que mais influenciarão as mudanças na forma de contratar profissionais nos próximos anos. E as medidas de isolamento social, impostas pela pandemia de coronavírus, acelerou esse processo. 

Mas, mesmo após o surto de Covid-19, a tendência é que a entrevista por vídeo tenha vindo para ficar. Primeiro, porque a ferramenta possibilita atingir um número maior de participantes em menor tempo e com menos custo, segundo Fábio Cassetari, CEO do Meu Entrevistador, plataforma com vídeos que simulam entrevistas de emprego.

“Além disso, existe uma tendência cada vez mais forte de inclusão e diversidade nas empresas. A entrevista on-line é uma das formas de democratizar o processo, incluindo pessoas de todas as regiões do país”, afirma.

Para o candidato, a principal diferença entre entrevistas presenciais e pela internet, segundo Lucas Rana, sócio-diretor da Dinâmica Treinamentos, é a maior dificuldade em construir uma sintonia com o recrutador.

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“Presencialmente, o candidato pode fazer a leitura do selecionador mais facilmente, para adaptar melhor sua linguagem e estabelecer os pontos em comum”.

Ele também afirma que, para o recrutador, é mais complexo analisar à distância a comunicação verbal do candidato. “Na maioria das vezes, por causa do enquadramento, não se consegue olhar para a pessoa como um todo e observar o cruzamento de perna, a gesticulação das mãos, notar se ela está ansiosa, nervosa ou não”, exemplifica.

Para facilitar essa etapa da seleção, Rana e Cassetari listaram algumas boas práticas que podem ajudar candidatos e recrutadores:

1. Questões técnicas: cheque com antecedência a conexão com a internet, a qualidade do som e da imagem, o enquadramento da câmera (ela deve estar em um local fixo) e qualquer outra questão técnica que possa interferir na entrevista. “Faça um teste com algum conhecido, antes, para ver se algum problema ocorre”, recomenda Cassetari. Certifique-se também de que seu nome de usuário não contenha apelidos constrangedores nem frases polêmicas. Tenha um login profissional com seu nome e sobrenome.

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2. Local: “Como o home office virou regra, a entrevista on-line serve para entender como seria o posicionamento e profissionalismo daquele candidato trabalhando em casa”, afirma Fábio Cassetari. Escolha um lugar que demonstre organização, sem bagunça, animais de estimação ou crianças interferindo.

3. Vestimenta: não existe nenhuma diferença entre a entrevista presencial e a on-line. Continua a recomendação de seguir o dress code de acordo com a área de atuação, o cargo e a empresa, que pode variar entre formal e casual – mas evite o informal.

4. Linguagem: mantenha todas as formalidades exigidas em uma entrevista presencial, como evitar gírias e intimidade com o recrutador. Também é preciso tomar cuidado com a objetividade: seja assertivo nas respostas.“Por parte dos recrutadores, a principal falha é não deixar o candidato falar. É importante ter perguntas razoavelmente padronizadas para nivelar os parâmetros da avaliação e o tempo da entrevista”, diz Lucas Rana.

5. Comportamento: da mesma forma que você não sairia da sala durante uma entrevista presencial, não se ausente quando estiver em frente à câmera. Antes de iniciar a entrevista, aproxime tudo que precisará, como água, caneta, papel etc. O mesmo vale para o celular, que deve ficar desligado durante a conversa para evitar distrações. 

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Luz, câmera, contratação!

Os vídeos de apresentação, ou pitch, também estão entre as tendências nos processos seletivos que fogem do tradicional, segundo Lucas Rana, sócio-diretor da Dinâmica Treinamentos.

Eles funcionam como um complemento do currículo para a análise de soft skills, que são as habilidades comportamentais e sociais, cada vez mais valorizadas.

As empresas solicitam o vídeo do candidato para avaliar competências como facilidade em se comunicar; bom relacionamento; boa oratória; otimismo e entusiasmo; criatividade; flexibilidade; organização e resiliência. Veja as dicas do especialista para montar um bom pitch:

1. Sorria: isso gera um impacto positivo em quem está assistindo. Gesticule e não pareça um robô. Dê ênfase nas palavras-chave, mostre energia em determinados momentos para manter a atenção de quem assiste. Olhe sempre para a câmera, seja firme, amigável e confiante.

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2. Menos é mais: não é necessário realizar edições. Utilize roupas de cores neutras, em um ambiente claro, e, quando não especificado, fique à vontade para optar por gravar em formato vertical ou horizontal.

3. Direto ao ponto: o principal fator para o candidato se sobressair é fazer um vídeo atrativo e organizado, capaz de prender a atenção dos recrutadores e também ser claro e objetivo ao descrever a trajetória.

4. Roteiro: inicie o vídeo resumindo as principais experiências, sendo no máximo seis nos primeiros 30 segundos, sem a obrigação de seguir ordem cronológica.

A segunda etapa do vídeo, a linha do tempo, deve conter todo o detalhamento das experiências citadas, em ordem cronológica, dando ênfase às mais relevantes.

É extremamente importante evidenciar suas habilidades comportamentais, as soft skills, mas falar frases como “eu trabalho muito bem em equipe” não resolve. É por meio de exemplos que se avaliam como o candidato realmente é.

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