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Ex-ministro cometeu uma das três fraudes mais comuns nos currículos

Confira quais são as mentiras mais frequentemente detectadas em currículos analisados pela consultoria Page Personnel

Por da Redação
Atualizado em 1 jul 2020, 12h59 - Publicado em 1 jul 2020, 10h11
Carlos Alberto Decotelli
O professor Carlos Alberto Decotelli teve o currículo contestado (Marcelo Casal/Agência Brasil)
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São Paulo – Mentir no currículo é a pior escolha profissional, segundo Lucas Oggiam, diretor da Page Personnel, empresa global de recrutamento especializado em profissionais de nível técnico e suporte à gestão, unidade de negócios do PageGroup.

Nesta semana, a demissão do ministro da Educação, Carlos Decotelli, 5 dias após ter assumido o cargo mostra o tamanho do estrago na reputação profissional causado por mentiras no currículo. E elas não são tão raras de acontecer:  75% dos brasileiros mentem no histórico profissional, segundo pesquisa com 6 mil currículos.

Terceiro ministro escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro, Decotelli, economista de formação, mentiu sobre a conclusão de doutorado na Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, e pós-doutorado na Universidade de Wuppertal, na Alemanha. Os títulos, segundo as universidades, nunca foram conquistados. Além disso, há acusações de plágio em sua tese de mestrado, que pode ser revisa pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A instituição também negou que Decotelli tenha sido pesquisador e professor lá, mais uma informação falsa divulgada no currículo.

A manja na reputação e credibilidade do ex- ministro teve sua consequência marcada na História do Brasil. O Diário Oficial da União (DOU) publicou hoje (1º) decreto tornando sem efeito a nomeação de Decotelli para o cargo máximo no MEC. Ele nem chegou a tomar posse.

Não há nada pior para a imagem de um candidato do que a mentira em um processo seletivo. “Ao escolher esse caminho, o executivo tem de estar ciente de que esse risco pode arruinar sua carreira e muitas vezes pode ser um caminho sem volta”, diz o diretor da Page Personnel.

Além de ser cortado de processos seletivos futuros, o executivo que comete fraude no currículo, pode ser demitido. “Além de passar pelo constrangimento da situação, seu nome será deletado do banco de dados da companhia”, diz Oggiam.

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De acordo com nos currículos analisados pela Page Personnel, mentir a respeito de itens ligados a formação acadêmica e cursos é uma das trapaças mais comumente flagradas. Confira as três mentiras mais comuns nos currículos dos profissionais:

1 – Nível de idioma 

Melhorar o nível de domínio de um idioma é uma prática comum. Tão frequente quanto fácil de ser detectada, a mentira coloca o candidato numa situação embaraçosa quando o recrutador faz a checagem durante a entrevista de emprego mudando a conversa para o idioma que o profissional diz dominar. 

2- Formação não concluída

Incluir cursos e diplomas que nunca foram concluídos e conquistados também é uma mentira bastante fácil de detectar e, ainda assim, frequentemente utilizada. Segundo o diretor da Page Personnel, os recrutadores da consultoria fazem uma varredura em todos os títulos e diplomas declarados nos currículos dos profissionais.

3- Datas de admissão e desligamento

Histórico de contratação e demissão adulterados geralmente tentam esconder passagens rápidas por empresas ou períodos longos fora do mercado de trabalho, segundo a Page Personnel.

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“Não faça isto. O melhor é explicar durante a entrevista os reais motivos desse intervalo. A sinceridade é a competência mais valorizada que um candidato pode ter”, diz Oggiam.

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