Os piores mestrados profissionais do Brasil (um deles é da USP)
De pouco mais de 700 programas de mestrado profissional avaliados pela Capes, 41 não obtiveram a nota mínima exigida e podem ser descredenciados
São Paulo – Pouco mais de 700 programas nacionais de mestrado profissional foram avaliados pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Desses, 41 não atingiram a nota mínima exigida e, por isso, podem ser descredenciados, de acordo com a recomendação do Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC-ES).
Um deles é o programa de mestrado profissional em engenharia automotiva da Universidade de São Paulo (USP), que obteve conceito 1, o mais baixo possível. Segundo a Poli-USP, o curso está em fase de encerramento. ( Veja no pé da matéria, a nota oficial enviada à redação) A nota máxima é 5 para os programas de mestrado profissionais e as instituições de ensino precisam obter no mínimo conceito 3 para que o reconhecimento do programa seja mantido ou para que seja possível expandir o curso.
Cursos oferecidos por outras instituições também renomadas como a Universidade Brasília, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade Federal de São Paulo também estão na lista de “reprovados” pela Capes.
Esta é diferença entre mestrado profissional e mestrado acadêmico
Os resultados da Avaliação Quadrienal 2017 estão disponíveis no site da Capes e abrangem tanto os programas acadêmicos quanto os profissionais. As duas modalidades de pós-graduação são stricto sensu e, portanto, recebem titulação idêntica reconhecida pelo MEC.
A diferença é que o mestrado profissional surge para dar conta de demanda do mercado de trabalho e tem uma parcela do corpo docente formada por profissionais de destaque na área. O trabalho de conclusão de curso deve estar vinculado a questões reais na área de atuação.
As aulas no período noturno ou aos fins de semana permitem que alunos do mestrado profissional conciliem a obtenção do diploma com suas atividades profissionais regulares.
A seguir, confira apenas os programas de mestrado profissional que tiveram conceito 1 ou 2. A lista completa está disponível no site da Capes:
Área de Avaliação | Sigla da Insituição | Instituição de Ensino | Nome do Programa | Nível | Nota |
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO | UNIFESP | UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO | Gestão de Políticas e Organizações Públicas | Mestrado Profissional | 1 |
ENGENHARIAS III | USP | UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO | ENGENHARIA AUTOMOTIVA | Mestrado Profissional | 1 |
ENSINO | UNICHRISTUS | CENTRO UNIVERSITÁRIO CHRISTUS | ENSINO EM SAÚDE | Mestrado Profissional | 1 |
ENSINO | UNIMES | UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS | PRÁTICAS DOCENTES NO ENSINO FUNDAMENTAL | Mestrado Profissional | 1 |
INTERDISCIPLINAR | FTC | FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS | BIOENERGIA | Mestrado Profissional | 1 |
INTERDISCIPLINAR | UNIR | UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA | Ensino em Ciências da Saúde | Mestrado Profissional | 1 |
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO | ANDIFES | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM REDE NACIONAL | Mestrado Profissional | 2 | |
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO | FIPECAFI | Faculdade FIPECAFI | MESTRADO PROFISSIONAL EM CONTROLADORIA E FINANÇAS | Mestrado Profissional | 2 |
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO | FPL | FACULDADE PEDRO LEOPOLDO | ADMINISTRAÇÃO | Mestrado Profissional | 2 |
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO | UAM | UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI | GESTÃO EM ALIMENTOS E BEBIDAS (A&B) | Mestrado Profissional | 2 |
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO | UNB | UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA | TURISMO | Mestrado Profissional | 2 |
CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO | UECE | UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ | COMPUTAÇÃO APLICADA | Mestrado Profissional | 2 |
CIÊNCIAS AMBIENTAIS | UFSC | UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA | AGROECOSSISTEMAS | Mestrado Profissional | 2 |
CIÊNCIAS AMBIENTAIS | UNB | UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA | DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL | Mestrado Profissional | 2 |
ENFERMAGEM | CUSC | CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO | ENFERMAGEM NO PROCESSO DE CUIDAR EM SAUDE | Mestrado Profissional | 2 |
ENGENHARIAS II | UFRGS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL | ENGENHARIA DE MINAS, METALÚRGICA E DE MATERIAIS | Mestrado Profissional | 2 |
ENGENHARIAS III | IFSC | INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA | MECATRÔNICA | Mestrado Profissional | 2 |
ENGENHARIAS III | IFSP | INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECN. DE SÃO PAULO | AUTOMAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS | Mestrado Profissional | 2 |
ENGENHARIAS III | UFAM | Universidade Federal do Amazonas | ENGENHARIA DE PRODUÇÃO | Mestrado Profissional | 2 |
ENGENHARIAS III | UNISOCIESC | CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC | ENGENHARIA MECÂNICA | Mestrado Profissional | 2 |
ENGENHARIAS III | UNISOCIESC | CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC | ENGENHARIA DE PRODUÇÃO | Mestrado Profissional | 2 |
ENGENHARIAS III | UPE | UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO | Tecnologia da Energia | Mestrado Profissional | 2 |
ENGENHARIAS IV | IPT | INSTITUTO DE PESQ.TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO | ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO | Mestrado Profissional | 2 |
ENSINO | USS | UNIVERSIDADE SEVERINO SOMBRA | EDUCAÇÃO MATEMÁTICA | Mestrado Profissional | 2 |
INTERDISCIPLINAR | FPT | FACULDADE PROMOVE DE TECNOLOGIA | Tecnologia da Informação aplicada à Biologia Computacional | Mestrado Profissional | 2 |
INTERDISCIPLINAR | FSCMPA | FUNDAÇAO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ | GESTÃO E SAÚDE NA AMAZÔNIA | Mestrado Profissional | 2 |
INTERDISCIPLINAR | FVC | Faculdade Vale do Cricaré | GESTÃO SOCIAL, EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL | Mestrado Profissional | 2 |
INTERDISCIPLINAR | IFG | INSTIT. FEDERAL DE EDUCACÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS | Tecnologia de Processos Sustentáveis | Mestrado Profissional | 2 |
INTERDISCIPLINAR | UFAL | UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS | Energia da Biomassa | Mestrado Profissional | 2 |
INTERDISCIPLINAR | UNB | UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA | REGULAÇÃO E GESTÃO DE NEGÓCIOS | Mestrado Profissional | 2 |
INTERDISCIPLINAR | UNIAN-SP | Universidade Anhanguera de São Paulo | Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social | Mestrado Profissional | 2 |
INTERDISCIPLINAR | UNIAN-SP | Universidade Anhanguera de São Paulo | ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI | Mestrado Profissional | 2 |
MEDICINA I | IEPSC | INST. DE ENSINO E PESQUISA DA SANTA CASA DE BELO HORIZONTE | EDUCAÇÃO EM DIABETES | Mestrado Profissional | 2 |
MEDICINA I | IMIP | INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA | CUIDADOS INTENSIVOS | Mestrado Profissional | 2 |
MEDICINA I | UFES | UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO | Medicina | Mestrado Profissional | 2 |
MEDICINA I | UFSC | UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA | Cuidados Intensivos e Paliativos | Mestrado Profissional | 2 |
MEDICINA I | UNIFESP | UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO | TECNOLOGIAS E ATENÇÃO À SAÚDE | Mestrado Profissional | 2 |
MEDICINA II | UFRGS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL | Genética Aplicada à Medicina | Mestrado Profissional | 2 |
ODONTOLOGIA | UFES | UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO | CLINICA ODONTOLÓGICA | Mestrado Profissional | 2 |
ODONTOLOGIA | UNIAN-SP | Universidade Anhanguera de São Paulo | Biomateriais | Mestrado Profissional | 2 |
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL / DEMOGRAFIA | INESP | INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR E PESQUISA | Desenvolvimento Regional | Mestrado Profissional | 2 |
- Posicionamento da Coordenação do Mestrado Profissional em Engenharia Automotiva da Escola Politécnica da USP:
“A redução da nota do Mestrado Profissional em Engenharia Automotiva da Poli-USP, obtida na última avaliação da CAPES, não significa queda de qualidade nem de nível do curso. O resultado da avaliação reflete apenas o processo de encerramento do curso, que está em andamento, aguardando-se somente que os alunos atuais completem o curso e recebam seus respectivos diplomas.
O Mestrado Profissional em Engenharia Automotiva começou em 2001 e formou mais de 200 mestres. Tratava-se de um curso pago, em que os alunos e suas empresas contribuíam para cobrir as despesas adicionais com professores, orientadores e infraestrutura, necessárias para essa modalidade de curso. Entretanto, a partir de 2008, a USP entendeu que esse curso não poderia mais ser pago. Desde então, foram feitas tentativas para manter o curso mesmo assim, mas todas se mostraram inviáveis.”