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“Sou legal, mas sou sua chefe”: quais os limites entre líderes e liderados

Entender quais são os limites dos relacionamentos pessoais e profissionais é essencial para os líderes e para as equipes

Por Monique Evelle, colunista da VOCÊ S/A
Atualizado em 20 dez 2019, 11h51 - Publicado em 18 abr 2019, 06h00
Não existe o melhor estilo de liderança. O ideal é evitar os extremos  (Foto/Thinkstock)
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A geração Y é bastante questionada, acusada de ser problematizadora, de não gostar de trabalhar ou de trabalhar errado. Recentemente li uma entrevista com Lúcia Costa, diretora executiva da Stato, consultoria de RH, dizendo que “esses jovens têm potencial, boa formação, têm tudo para dar certo, para ajudar a empresa e a área, mas, em vez disso, ficam focados no que não têm, no que não está dando certo”.

Mesmo tendo nascido na década de 90, mais precisamente em 1994, talvez tenha de concordar em parte com esses argumentos. Um deles tem a ver com o modo como essa  geração enxerga a liderança.

Tenho alguns negócios na área de comunicação, tecnologia e cultura — e geri-los não é fácil. Primeiro, porque estou num cargo de liderança aos 24 anos. Segundo, porque já ouvi que sou tão legal que nem pareço chefe. Deve ser porque falar mal dos gestores é um comportamento tão unânime que, quando surge alguém agradável, as pessoas não sabem como lidar com isso.

Não vou tentar diferenciar chefe de líder. Isso eu deixo para vocês. Mas numa organização, mesmo não havendo hierarquia definida, todo mundo sabe quem é a pessoa com o poder da caneta para contratar, demitir, dar feedback, e por aí vai. Não vamos romantizar.

Empresa é empresa, mesmo que tenha um ambiente mais confortável e acolhedor. E talvez seja esse discernimento que a geração Y tenha perdido no meio do caminho.

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Confesso que não sei qual é a melhor forma de gerir uma empresa, mas continuo ouvindo as pessoas, perguntando se elas precisam de ajuda em determinado trabalho ou se está tudo bem. Isso me deixa numa linha tênue entre parecer ou não uma chefe, mas não tira minha função de sócia ou CEO da empresa.

Já conversei com alguns fundadores e a maioria afirma que, em várias situações, gostaria de dizer “sou legal, mas sou seu chefe” para que entendessem que há um limite entre o que se fala no ambiente de trabalho e fora dele.

Mesmo tentando pontuar que nem tudo precisa ser verbalizado, muitos profissionais não compreendem essa fronteira e fazem comentários impróprios, que podem até causar demissão por justa causa.

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Não estou dizendo que não haja possibilidade de ter amizades entre líderes e liderados. Porém, existem limites.

Não há regras para manter uma relação pessoal e profissional equilibrada. Mas é necessário ficar atento e atenta às entrelinhas. Se você é funcionário, saiba que é possível evitar situações constrangedoras. Para isso, não exceda na intimidade e não se vanglorie da liberdade.

E, se você faz parte da minha geração, pode ficar tranquilo, essa síndrome de “sou amiga da chefe” afeta todas as gerações. Em todo local de trabalho existe, pelo menos, uma pessoa assim. Para sorte dos jovens, isso não é um desastre exclusivamente nosso. Mas podemos aprender a não cometer esse equívoco.

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Até porque “sou legal, mas sou sua chefe”.

 

moniqueevellepe
(Divulgação/VOCÊ S/A)
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