Você é uma liderança empreendedora?
Postura empreendedora significa ter iniciativa para almejar mudanças e pontuar o que pode ser melhorado. E nem todas empresas estão preparadas para isso.
A pergunta que dá o título a este artigo é um ponto crítico nos dias de hoje. O curioso é que, muito embora as empresas defendam no discurso que seus líderes precisam ser empreendedores, na prática, nem sempre isso é verdade. Você, como líder, deve ter a sensibilidade para perceber se a cultura da organização aceita, de fato, um profissional com esse perfil, que busca soluções e enxerga oportunidades em cenários adversos.
Apesar de o chamado “empreendedorismo corporativo” ter chegado para ficar, você precisa ter muita atenção com sua aplicação prática. Ser um profissional com postura empreendedora significa ter iniciativa para almejar mudanças, pontuando sempre o que pode ser aprimorado. Mas, em alguns ambientes, existe a crença de que “se você achar muito, em pouco tempo ninguém mais o achará na empresa”. Isso significa que, caso você não se encaixe no ritmo da companhia, você poderá ser demitido ou mesmo realocado para uma função de menor expressão.
Uma possibilidade que considero viável – e a mais segura – é encontrar o lugar certo para aplicar seu lado empreendedor. Em todas as empresas existem pessoas ou grupos de pessoas mais abertos a novas ideias. Procure por elas e perceba quem poderá um dia apoiar um projeto seu e dar suporte à sua implantação.
Também existem pessoas que são muito influentes. Para o profissional empreendedor, estabelecer uma relação com colegas que tenham esse perfil pode ser a chave para o sucesso.
É necessário considerar também que, em companhias globais ou maiores, a receptividade a novas iniciativas tende a ser menor ou mais demorada. Se sua trajetória profissional passou somente por grandes corporações, já sabe o quão é complicado implantar inovações. Há uma infinidade de processos e pouca margem de manobra para a tropicalização.
Infelizmente, essa situação não deixa de ser contraditória, embora muito real. As grandes empresas precisam de empreendedores corporativos, mas desenvolvem seus profissionais com baixa capacidade empreendedora em razão de suas limitações para promover uma cultura que acolha colaboradores com esse perfil.
Por outro lado, a acomodação de alguns profissionais é um dos piores obstáculos ao desenvolvimento da cultura empreendedora em uma grande empresa e pode ser uma pedra em seu caminho. Se a postura desses profissionais se somar a algum grau de insegurança, o caos está armado (e tome cuidado, porque, na maioria das vezes, ele virá bem em sua direção).
É comum escutarmos de alguns profissionais que eles têm 25 anos de experiência. Mas, na prática, eles têm mesmo é um ano de experiência e 24 anos de repetição do que aprenderam no primeiro ano de carreira. Há profissionais com longa experiência em um único cargo, função e empresa que, de fato, são excepcionais, mas nem todos são assim.
É estranho que, em um momento em que tanto se fala sobre eficiência, pessoas com perfil pouco ativo e pouco questionador, avessas a mudanças, ainda sobrevivam no mundo corporativo por diversos motivos. Às vezes, uma área inteira é dominada por profissionais assim, contaminando até mesmo os recém-chegados.
Por isso, volto a afirmar: busque em sua empresa aquelas pessoas que valorizam a postura empreendedora e se agarre a elas caso queira promover mudanças. Você deve lutar internamente e soltar seu lado empreendedor. O profissional que tem novas ideias e consegue colocá-las em prática, agregando valor, deveria ser reverenciado pelas corporações.
Conheço profissionais que, ao serem admitidos em uma empresa, realizam projetos diferenciados onde quer que estejam alocados. Eles transformam uma pequena área em algo de destaque dentro da companhia. Você também pode conseguir, independentemente dos desafios que tenha de enfrentar. Basta apenas buscar por alianças internas que sejam certeiras.