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Camila Antunes

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Mãe, pedagoga, especialista em inteligência emocional, parentalidade e felicidade. Top Voice do Linkedin e fundadora da consultoria Filhos no Currículo.

A parentalidade como desenvolvimento de competências profissionais

Nossa relação com os filhos é, ao mesmo tempo, um treinamento de liderança, uma experiência imersiva em negociação, em mediação de conflitos e adaptação.

Por Camila Antunes
Atualizado em 14 abr 2025, 09h43 - Publicado em 13 abr 2025, 12h00
Homem beijando seu filho enquanto ajudava ele a mexer no computador.
 (YakobchukOlena/Getty Images)
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Filhos não são apenas pequenas vidas sob nossa responsabilidade. Eles são mestres. São mentores. São convites vivos ao crescimento. Desde o momento em que chegam ao mundo, nos desafiam a ser melhores. A cada choro, uma oportunidade de aprender a decifrar o que não é dito. A cada birra, um convite para a paciência e a escuta ativa. A cada pergunta desconcertante, um chamado à curiosidade e ao pensamento crítico.

Mas, para aprender com nossos filhos, precisamos primeiro nos colocar no papel de aprendizes da vida. Sair do lugar de quem apenas ensina e nos abrir para quem também aprende. A verdade é que eles não são nossos. Eles são deles mesmos. E vieram para nos ensinar tanto quanto estamos aqui para ensiná-los.

Brené Brown, a qual tenho como uma das referências para meu trabalho, disse que a vulnerabilidade é uma força. Percebo que nada me tornou mais vulnerável do que a maternidade.

Ela afirma que ser vulnerável não é ser fraco, mas estar aberto ao aprendizado e à transformação. Isso vale para as relações humanas, para o trabalho e, principalmente, para a parentalidade. Porque ser mãe ou pai é, acima de tudo, um exercício de humildade.

Meus filhos me mostram todos os dias que eu não sei tudo.

Esse lugar é desconcertante na mesma medida que é um trampolim para novas descobertas.

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Está tudo bem não saber. Vulnerabilidade e curiosidade andam juntas.

Assisti recentemente à série Adolescência, da Netflix. Ante as inúmeras reflexões provocadas, uma das que mais me assolaram foi o tamanho da minha vulnerabilidade ao não saber absolutamente nada dos códigos e das linguagens dessa geração.

Ter a humildade de aprender com os mais novos

Eu não me achava desatualizada. Sinto-me atenta ao que está acontecendo no mundo, tenho contas nas redes sociais, uso o chatGPT e, de certa forma, achei que entendia alguma coisa desse universo. Mas, ao me deparar com os diálogos da série, ficou claro para mim a distância geracional e o fato de pais e mães serem obsoletos e vulneráveis.

O não saber é um lugar de humildade para descermos as escadas e estarmos dispostos a compreender o universo do outro, curiosos para aprender sempre mais e na relação.

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Curiosidade sobre o que não somos, sobre o que ainda precisamos aprender, é um mindset de crescimento.

Esse é o mesmo mindset que impulsiona carreiras, que faz líderes se desenvolverem e que diferencia empresas que inovam daquelas que ficam para trás.

Se lideranças que aprendem com outras gerações criam ambientes mais saudáveis e inovadores, imagine o impacto de aprender com aqueles que são seres completamente novos no mundo. Que chegam sem filtros, sem certezas, sem preconceitos. Filhos nos ensinam a ver o mundo com frescor. Nos ensinam a escutar o que não foi dito. A questionar regras invisíveis. A mudar.

É preciso, então, acrescentar ao nosso exercício parental o olhar não apenas sobre o que devemos ensinar a eles, mas também nos perguntar: quem eu preciso me tornar? O que eu preciso aprender?

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Cada filho pede algo novo. Tenho por aqui três orientadores de carreira (meus filhos) que exigem, para cada um, um plano de desenvolvimento individual de competências. Para um, preciso aprender a escutar melhor; para outro, melhorar a comunicação e me fazer entendida; para o terceiro, ser mais flexível.

Se eu encarar minha relação com meus filhos como um plano de desenvolvimento de habilidades, consigo enxergar que toda oportunidade que vivo como mãe é um convite para desenvolver competências profissionais e de vida.

Se eles necessitam que eu tenha mais paciência, preciso trabalhar minha gestão emocional. Se precisam que eu saiba dar limites, tenho de aprender a me posicionar. Se precisam que eu esteja presente, devo rever minhas prioridades e minha gestão de tempo. Se precisam que eu confie neles, minha tarefa é aprender a delegar.

E se a maternidade e a paternidade fossem vistas assim? Como um treinamento de liderança, uma escola de gestão, uma experiência imersiva em negociação, mediação de conflitos e adaptação?

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Convido você a fazer esse questionamento. Certamente encontrará respostas pelo caminho, inclusive para outras perguntas que possa estar fazendo.

O fato é que ser a mulher que meus filhos precisam também me torna a pessoa que o mundo precisa que eu seja, inclusive no trabalho.

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