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Clara Cecchini

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Especialista em aprendizagem organizacional e inovação, e fundadora do Centro Brasileiro de Design de Aprendizagem.

Entenda as pegadinhas do conceito de “menos é mais” na vida profissional

Esse jargão talvez seja um atalho: uma recusa ao trabalho profundo que a excelência exige.

Por Clara Cecchini
18 out 2025, 08h00
Balões de fala restritos em gaiola, artesanato em papel
 (MirageC/Getty Images)
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“Menos é mais” é um dos jargões mais perigosos do mundo corporativo. Porque nos leva à condescendência com a superficialidade e menospreza a capacidade das pessoas – além de um foco equivocado no que gera valor.

Importante entender que essa frase tem duas elipses (omissões). Por exemplo: quando dizemos em relação ao tamanho de uma apresentação de slides “menos é mais”, estamos falando que menos conteúdo é mais assertividade na mensagem. O foco não deveria ser tirar, diminuir o conteúdo. Seria, sim, aumentar a assertividade. Essa percepção sobre o que está implícito na frase muda tudo, pois o verdadeiro desafio não é cortar, mas sim qualificar. Sem essa clareza, corremos o risco de ter uma apresentação curta que não cumpre seu objetivo.

Portanto, muito mais eficaz do que recorrer ao “menos é mais”, é qualificar o valor que está sendo buscado.  Saber “O que você quer que as pessoas lembrem dessa apresentação?”, por exemplo, ajuda muito mais a chegar à síntese do seu objetivo do que dizer “menos é mais” – que deixa, além de tudo, uma mensagem residual de desvalorização da dedicação da pessoa a fazer um trabalho completo. 

Afinal, todos sabemos que chegar a esse menos que é verdadeiramente “mais” – a síntese – depende de um processo mais profundo. A exploração é essencial à convergência. Se você buscar um “menos” quando o foco deve ser o “mais”, o resultado será um atalho empobrecedor.

Tudo depende da qualidade da comunicação

Outra consequência muito corrente e equivocada do “menos é mais”, é o menosprezo à capacidade das pessoas: “não adianta fazer tanto, elas não vão compreender”, alguns dizem. Nesse caso, das duas uma. Ou o valor do que está sendo gerado não é relevante para as pessoas, ou você está falhando em comunicá-lo. Quando se trata de um profissional do conhecimento, refinar a proposta e a sua comunicação faz parte do trabalho. Nunca permita desqualificar sua relevância.

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Por exemplo, eu tenho uma convicção, fruto de minha experiência e pesquisa:  trabalhar a metacognição é essencial para os profissionais hoje, com o objetivo de que se tornem bons aprendizes ao longo da vida. Mais de uma vez, ouvi o feedback: “menos…, ninguém vai entender o que é, as pessoas vão desistir…”.

Teimosa que sou, tenho colocado esse conteúdo nos meus workshops – de forma simples, gerando conexão ao contexto e com muitos exemplos de aplicação. “Mais é mais”: quando vejo, a metacognição já está incorporada ao vocabulário e as pessoas estão trocando sobre como monitoram, controlam e refletem sobre o seu processo de pensamento e aprendizagem no dia a dia.

Se muitos desses usos nascem de equívocos, o mais perigoso é o intencional: aquele que serve de disfarce para a superficialidade. Para o olhar atento, o jargão “menos é mais” vira uma confissão velada de “peguei um atalho conveniente aqui”. É a tentativa de vender como uma escolha corajosa o que, na verdade, foi uma recusa ao trabalho profundo que a excelência exige. E é aqui que a verdade se revela no paradoxo final: o único caminho para um “menos” que é verdadeiramente “mais” passa, invariavelmente, por muito mais inteligência, mais profundidade e mais trabalho.

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