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Cris Kerr

Por VOCÊ S/A
Cris Kerr é CEO da CKZ Diversidade, consultoria especializada em Inclusão & Diversidade, professora da Fundação Dom Cabral, Mestra em Sustentabilidade e idealizadora do Super Fórum Diversidade & Inclusão.
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ESG? Investidores buscam empresas com sólidas iniciativas em ESGD

A sigla ESG representa a preocupação com melhores práticas ambientais, sociais e de governança. Mas incluir pautas de diversidade pode ser vantajoso para as companhias.

Por Cris Kerr
Atualizado em 8 out 2021, 13h07 - Publicado em 7 out 2021, 11h01
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 (Tom Werner/Getty Images)
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A implantação da sustentabilidade em seus diferentes âmbitos torna-se mandatória para as empresas, já que o tema está ganhando relevância em toda a sociedade. Os investidores utilizam os relatórios ESG como parâmetro de avaliação para aplicarem seus recursos, priorizando companhias que respondam de forma positiva a todos os critérios e invistam em programas de fomento à diversidade e inclusão.

Quando falamos dos critérios ambientais, as empresas precisam olhar para as políticas de sustentabilidade, uso de energia renovável, controle da poluição e emissão de CO2, e a gestão correta dos resíduos. No quesito social são avaliados como as corporações gerenciam relacionamentos com os seus públicos, incluindo colaboradores(as), fornecedores(as), clientes e a comunidade. Já a governança diz respeito ao conjunto de processos e regras que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada, e aqui entra a diversidade no conselho de administração e nos cargos de liderança e gestão.

A sociedade também está antenada com essas questões: os consumidores buscam por produtos e serviços de empresas socialmente responsáveis e isso tem se tornado um fator importante de decisão. Prova disto são os estudos e pesquisas, como da Global Consumer Pulse, que comprovam que 83% dos clientes optam por comprar de marcas que se posicionam de acordo com as pautas e propósitos que se alinhem com os seus valores pessoais. Mais interessante ainda é que marcas que se mantêm neutras são simplesmente dispensadas.

Em 2019, a Deloitte realizou uma pesquisa com pessoas do Canadá, Estados Unidos e Reino Unido, que revelou que elas compram mais de empresas que se envolvem com questões sociais e que a diversidade e a inclusão influenciam suas decisões de compra, que são pautadas por seus valores pessoais. A diversidade nos times é fundamental para que clientes se sintam representados e refletidos na experiência quando estão comprando.

As corporações também podem ser impactadas com a atração e retenção de talentos, pois os profissionais buscam por empresas que estejam alinhadas com seus valores e propósitos de vida, especialmente as pessoas da Geração Z.

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A sigla ESG nada mais é do que a preocupação com melhores práticas ambientais, sociais e de governança. Porém, o significado real está ligado a práticas consolidadas desses termos. As empresas precisam olhar para essa questão com muita atenção, pois, se avaliarmos os comportamentos e valores da nova geração, a relevância do tema só tende a aumentar. Por isso, é importante encarar o tema como uma jornada e investir em diagnóstico e planejamento.

Porém, acredito que a sigla ESG poderia ser transformada em ESGD, incluindo a diversidade como um poderoso pilar de investimento, afinal, inúmeras pesquisas mostram que implantar projetos de diversidade gera retorno financeiro para as companhias e, ao mesmo tempo, impacta positivamente a sociedade.

Para mim, tanto o ESG quanto a diversidade são incorporados nas corporações por três caminhos: pelo amor, quando a alta liderança entende e acredita na mudança; pela dor, quando há perda financeira, de valor de mercado, reputação ou imagem por não ter iniciado esse processo de antemão; ou ainda pela inteligência, quando a liderança tem uma visão diferenciada e entende que este é um movimento necessário e é para lá que as empresas vão caminhar.

No Brasil, estamos em um estágio inicial na adoção das práticas “ESGD”, mas com uma demanda crescente tanto de investidores quanto da sociedade. Acredito que esse olhar será uma tendência e vai impulsionar as empresas rumo a negócios que não apenas se preocupam com o lucro, mas também com melhores práticas ambientais e sociais, além de fazer com que as pessoas se sintam pertencentes e representadas.

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