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Edwiges Parra

É psicóloga organizacional, especialista em recursos humanos e fundadora da EMIND Mente Emocional
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Você tem agilidade emocional?

Conheça a habilidade que ajuda a enfrentar os períodos de crise com bem-estar mental

Por Edwiges Parra, colunista de VOCÊ S/A
Atualizado em 5 Maio 2020, 06h00 - Publicado em 5 Maio 2020, 06h00
 (Ben White/Unsplash)
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Mesmo antes de me aprofundar no universo das emoções, eu conheci um conceito que me deixou fascinada: a agilidade emocional (ou emotional agility, em inglês).

No mundo corporativo, todo mundo já deve ter ouvido falar sobre learning agility, que é a capacidade de aprender por meio de experiências e replicar esse aprendizado em uma nova situação. Esse conceito foi extraído da neurociência e da ciência cognitivo-comportamental do campo da Psicologia e tem muito a ver com outro conceito, o de emotional agility, ou agilidade emocional.

Eu entrei em contato com esse tema muito antes de me aprofundar em meus estudos sobre as emoções e fiquei fascinada, pois a agilidade emocional tem o seguinte enfoque: aplicar nossa capacidade de aprendizagem às emoções. Isso faz todo o sentido, afinal, pensamentos e emoções andam juntos o tempo todo – um reflete o estado do outro.

Quem desenvolveu esse conceito, que tem bases científicas comprovadas e nos ajuda a manejar situações adversas de nossas vidas, foi a psicóloga Susan David, professora da Escola de Medicina da Universidade de Harvard, com base em mais de 20 anos de estudos sobre emoções, felicidade e autorrealização.

Ela descobriu que, por mais inteligentes ou criativas as pessoas possam ser, o que realmente determina os fatos relevantes da vida (nossas ações, carreiras, relacionamentos, saúde e felicidade) é a maneira como lidamos com nosso mundo interior. Ou seja, o modo como encaramos os pensamentos, sentimentos e autojulgamentos influenciam no nosso sucesso e bem-estar.

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Mais importante do que nunca

Pensando nos desafios impostos pela covid-19 que está impactando, sem distinção, pessoas de todo o mundo e trazendo sérias consequências para a saúde (física e mental), a economia, a política, a educação, a segurança, a tecnologia e as questões sociais, a agilidade emocional se mostra ainda mais importante.

Afinal, como podemos encontrar um equilíbrio cuidadoso em meio a tudo isso? A resiliência, compreendida como a capacidade de adaptação, tem sido uma habilidade altamente exigida para driblar essas adversidades e mitigar o impacto negativo na vida das pessoas e das empresas do ponto de vista emocional, físico e financeiro.

Viver esse dilema tem levado muito de nós à exaustão, ao estresse e à prejuízos de saúde mental. Por outro lado, existem pessoas que estão encarado esse momento, como uma chance de enxergar novas oportunidade de negócios e ressignificar muitos aspectos da vida. Essas pessoas estão tentando melhorar seu bem-estar com um todo. E provavelmente são emocionalmente ágeis.

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Isso não quer dizer que elas sejam imunes ao estresse nem aos revezes que a vida traz. A diferença é que sabem se adaptar a tudo isso fazendo ajustes que podem parecer pequenos, mas que são poderosos, e que a conduzem para uma vida de sucesso.

Os quatro movimentos da agilidade

É importante ressaltar que a agilidade emocional não consiste em eliminar as emoções e os pensamentos negativos. Mas, sim, em aceitá-los e se desapegar da rigidez cognitivas (aqueles padrões inúteis que repetimos), cultivando hábitos e comportamentos que trazem à tona o que há de melhor em cada um de nós.

O processo para adquirir agilidade emocional passa por quatro movimentos:

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  1. Enfrentar voluntariamente seus pensamentos, emoções e comportamentos com intenção, curiosidade e gentileza
  2. Afastar-se (ou seja, dissociar-se) dos pensamentos, das emoções e dos comportamentos para observá-los com o intuito de enxerga-los simplesmente pelo o que são: pensamentos e emoções
  3. Ser coerente com seus motivos, observar seus valores essenciais, suas metas mais importantes e se mobilizar me prol da realização e manutenção de todos eles
  4. Seguir em frente. Para isso, é preciso realizar pequenos ajustes voluntariamente – desde que embasados em seus valores. Isso faz uma grande diferença. Um exemplo prático está em fazer ajustes na rotina para incluir algumas mudanças na rotina. A repetição pode proporcionar transformações significativas

O pilar para desenvolver a agilidade emocional está no autoconhecimento. É preciso investir em mecanismos para conhecer melhor a si mesmo – vale um processo de terapia (com psicólogos), práticas de mindfulness e busca contínua por autodesenvolvimento (leituras, estudos, experiências vivenciadas). Tudo isso ajuda a criar repertório para a nossa saúde mental.

Edwiges-Parra
(Divulgação/VOCÊ S/A)

 

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