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O petróleo vai acabar um dia?

A commodity não é infinita, é verdade – mas a demanda por ela tende a cair antes das reservas secarem.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 27 jan 2023, 15h16 - Publicado em 17 set 2021, 08h17
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 (Renata Miwa/VOCÊ S/A)
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É aquela história: a Idade da Pedra não acabou por falta de pedra. Se você somar as reservas de cada país produtor (veja abaixo), verá que existe 1,5 trilhão de barris esperando extração. O consumo de petróleo nos últimos anos ficou, mais ou menos, em 35 bilhões de barris por ano. Se essa média continuar, teríamos petróleo só para os próximos 43 anos.

Mas tem um porém: o petróleo não se resume apenas às reservas oficiais. Elas só contabilizam aquilo que dá para tirar do subsolo com alguma facilidade, usando as tecnologias de hoje, e cuja extração seria lucrativa.

Há ainda o que a Agência Internacional de Energia chama de “petróleo tecnicamente recuperável”. Esse material está em lugares de acesso mais difícil –extraí-lo dali sairia tão caro que seria impossível lucrar com a operação. Essa quantidade, então, nem entra nas reservas dos países, e é difícil estimar quanto “petróleo tecnicamente recuperável” existe no mundo.

Mas o xis da questão é outro. A demanda pelo petróleo tende a diminuir, agora que EUA, China e União Europeia decidiram se tornar “neutras em carbono” –ou seja, só emitir o que der para sugar de volta da atmosfera (plantando árvores, por exemplo). A China promete sua neutralidade em CO2 para 2060. EUA e União Europeia, para 2050.

E o único caminho para isso é, de fato, dar um jeito de tornar o petróleo obsoleto. Dois terços do petróleo é usado no setor de transportes – a gasolina dos carros, o diesel dos caminhões, o querosene da aviação (o resto vira matéria-prima para plásticos, asfalto, remédios). Bom, os carros e caminhões já caminham para a eletrificação. Na marra, inclusive: a União Europeia pretende proibir a fabricação de motores a combustão interna até 2035.

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Na aviação é mais difícil. As baterias são pesadas demais. E o hidrogênio, um combustível limpo e leve, ocupa espaço demais (ele não tem a densidade energética do querosene). Como precisamos de algum novo salto tecnológico para viabilizar o hidrogênio na aviação, o mais provável é que a última gota de petróleo queimada pela humanidade estará dentro do motor de um avião.

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(Arte/VOCÊ S/A)
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