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Luciana Camargo

Diretora estratégica da Associação Brasileira de RH (ABRH-SP). Escreve sobre carreiras, liderança, diversidade e inclusão e desenvolvimento pessoal
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O papel do líder no desenvolvimento de talentos do futuro

As equipes têm pessoas que nasceram em um mundo analógico e outras que já são digitais; as crianças ocuparão profissões que ainda não existem; e os profissionais que existem hoje vão ser substituídos por robôs. Como a liderança pode inspirar os times a abraçarem o futuro?

Por Luciana Camargo
1 jul 2021, 16h00
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 (iStock/VOCÊ S/A)
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Muito fala-se sobre o futuro das profissões e do trabalho. O World Economic Forum prevê que 65% das crianças que entram no ensino fundamental hoje ocuparão profissões que ainda não existem, e que até 2022 ao menos 54% da força de trabalho deverá ser requalificada, implicando em média no mínimo 100 dias de aprendizado adicionais.

Para de fato entender estes números, partiremos de dois públicos: de um lado, o da geração que nasceu no mundo digital, e, do outro, a geração que nasceu no mundo analógico e está no processo de entender o que significa a “aprendizagem contínua” tão exigida no mercado de trabalho atual.

Assim, vamos falar de nós, da era analógica. Como vamos nos adaptar aos robôs e algoritmos? A automação já não é mais um assunto para o futuro. A empresa de consultoria McKinsey estima que metade das atividades coordenadas por humanos poderia ser automatizada com as tecnologias já existentes.

Ou melhor, vamos falar de nós, líderes que nascemos na era analógica. Temos portanto a linda missão de inspirar nossos times que nasceram nesta mesma época e têm, assim como nós, o lindo desafio de abraçar esse futuro ora tão instigante, ora assustador.

Minha experiência pessoal tem três fases. A primeira é entender como está nossa auto-confiança e acreditar que terá sucesso nessa jornada e visualizar onde você estará em 6 a 12 meses, entender qual é a motivação para desenvolver suas habilidades e inspirar os que te cercam. A segunda é pensar na sua motivação para mudar seus hábitos e comportamentos. A motivação mais efetiva é aquela que inspira auta performance e o desejo de ser auto-dirigido, desejo de adquirir novos conhecimentos e também contribuir. A terceira é efetivamente o processo de aprendizagem.

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Esta primeira fase é sobre autonomia. Nós dirigimos nossas vidas e decidimos qual será o nosso caminho, escolhemos os conteúdos e quando e como estudar.

A segunda fase é entender que o senso de realização quando dominamos um conhecimento é muito gratificante, como quando praticamos um esporte e podemos dedicar muito para melhorar, nós observamos os jogos, os jogadores, buscamos conselhos e feedbacks, e mais importante, jogamos!

Ou seja, aprendizagem constante envolve uma postura de vida. O grande vetor deve ser a curiosidade, o interesse sincero, os pequenos avanços, e a dedicação pessoal. Em um caso ideal, cada instante, cada experiência deve ter um efeito de cascata, sustentando esses micro-aprendizados que formam pessoas mais criativas e adaptáveis.

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É um consenso que nossas reações neurológicas são diretamente moldadas por nossas interações sociais. Líderes que entendem essa dinâmica são mais efetivos engajando seus melhores talentos, fomentando colaboração, e criando ambientes favoráveis a esta postura produtiva.

O que aprendi sobre resiliência foi isso. Quando cuidamos da nossa saúde passamos a cuidar de nossa alimentação, nossos movimentos, nossa recuperação, criamos consciência de nós mesmos, passamos a ter outro comportamento em situações de alta pressão e estresse, focamos mais naquilo que podemos controlar, temos clareza de nossas ações e intenções, melhoramos nosso foco e desempenho cerebral: nosso comportamento passa a ser exemplo para nossos times.

Está na hora de entendermos que precisamos trabalhar de forma mais inteligente e efetiva, começando a mudança em nós mesmos. E isso não significa um maior número de horas de trabalho, mas um foco genuíno em nossas ações e nas pessoas com quem trabalhamos.

Estamos todos, querendo ou não, em contínua e constante evolução. Quando temos consciência de nós mesmos e atentamos a como aprendemos, a como reagimos sob pressão em situações adversas, reaprendemos a aprender. E, na minha opinião, isso faz bem. Faz bem para os outros, e para nós mesmos. Podemos, assim, ir além e descobrir o incrível potencial que existe em cada um de nós.

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