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Sofia Esteves

Fundadora e presidente do conselho da Cia de Talentos, Co-fundadora do Bettha.com e Presidente do Instituto Ser+
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Como está seu networking depois de um ano sem coffee break?

Tudo indica que ele não vai tão bem. Veja aqui algumas dicas de como usar melhor as redes sociais para ampliar seu círculo de relações profissionais.  

Por Sofia Esteves
Atualizado em 24 mar 2021, 12h59 - Publicado em 23 mar 2021, 17h00
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 (We Are/Getty Images)
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Você se lembra daquela coisa chamada “almoço de negócios”? E do coffee break? Ou da happy hour com os colegas de trabalho e outras pessoas da empresa que você acaba conhecendo entre uma bebida e um petisco? Desculpe, não quero deixá-lo com fome. Este artigo não é sobre gastronomia. É sobre uma prática muito importante para a carreira — que às vezes nos remete a esses momentos de comes e bebes — , mas que foi afetada desde que estamos confinados em casa: o networking.

Há pouco mais de um ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarava a pandemia — no dia 11 de março de 2020 — e há um ano a troca presencial de contatos praticamente acabou. Nesse período, você já deve ter encarado a sua pilha de cartões de visita sobre a mesa algumas vezes e pensado em simplesmente jogá-la no lixo reciclável. Talvez, você já tenha se livrado dela e descartado inclusive a própria prática de networking. Um conselho? Melhor resgatá-la.

Apesar de associarmos networking àqueles hábitos “antigos” que listei no começo do artigo, tal prática vai muito além disso. Como Alexandre Caldini, um grande amigo meu e especialista no tema, explica no seu livro Networking versus Notworking, networking não se resume a eventos corporativos, não se trata de esvaziar seu porta-cartões sem desenvolvimento de nenhum laço, não significa uma negociação de favores interesseiros. Networking é sobre relacionamentos e estes, por sua vez, pressupõem trocas sinceras e mútuas. Ou seja, estamos falando de uma atividade absolutamente viável no novo contexto digital, mas que parece que foi esquecida nos últimos tempos.

Prova disso é um dado que mostra que a rede de contatos profissionais e pessoais encolheu em 16% durante a pandemia. Segundo um estudo de acadêmicos da Escola de Administração de Yale, o problema do networkig na pandemia é que os relacionamentos antigos não estão sendo substituídos por novos. Isso porque a questão não é que as pessoas estão “perdendo contatos” — esse “fênomeno”, aliás, é algo natural, por exemplo, quando você muda de emprego ou de cidade —, e, sim, que não estão fazendo novos. 

Se você se identificou com essa estatística, tenho algumas dicas que podem auxiliá-lo. Porém, já fica o alerta: não se trata de dicas para pedir emprego a desconhecidos, retomar um contato esquecido para pedir um elogio no LinkedIn ou para aumentar o seu número de seguidores nas redes sociais; mas para ampliar seu repertório, expandir seu campo de conhecimento, enriquecer seu desenvolvimento e entregar tudo isso de volta para os outros. A isso tudo damos o nome de networking. As oportunidades de trabalho e o bom posicionamento no mercado são as consequências dele, não as finalidades.

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Vamos às sugestões para um bom networking restrito ao ambiente digital:

  • Cuide da sua presença online: já faz um tempo que a nossa existência se dá no campo físico e também no digital, então, manter o seu perfil atualizado nas diferentes redes é fundamental. Aliás, postar que você acabou de fazer um curso ou mudou de área no trabalho pode ajudar a iniciar uma conversa com um dos seus contatos. Uma ação simples, mas que já pode gerar assunto!
  • Amplie sua rede em eventos online: não é porque já não temos os encontros presenciais com direito à coffee break que não podemos conhecer novas pessoas. No chat de um evento no Zoom, Meet, YouTube ou em qualquer outra plataforma, você pode trocar figurinhas com outra pessoa e pedir o contato no LinkedIn para continuar o bate-papo depois. Se é um curso com grupo no Telegram, aí o ambiente para troca é ainda mais rico. Todas aquelas pessoas estão ali interessadas no mesmo assunto, então você já tem vários pontos de similaridade para conversar ou, quem sabe, pontos de discordância – que podem ajudá-lo a ampliar sua visão de mundo! 
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  • Pare, leia, escute e interaja: para além da curtida e do comentário genérico “amei!” nas redes sociais, invista tempo e interesse nas suas relações cibernéticas. Pode parecer óbvio, mas as redes sociais são, antes de tudo, ferramentas para socialização. Então, em vez de apenas dar aquele like em uma postagem que chamou sua atenção, por que não deixar um comentário explicando justamente o que chamou sua atenção? Por meio de um recado sincero como esse, você pode iniciar uma troca mais interessante com o autor ou, no caso de já ser alguém da sua rede, estreitar os laços.
  • Procure grupos de interesse: você não precisa necessariamente se inscrever em um curso ou em uma live para encontrar pessoas que compartilham alguns gostos. O recurso de grupos no LinkedIn, por exemplo, promovem encontros de profissionais do mesmo setor ou com interesses semelhantes, criando um ambiente digital onde os usuários podem compartilhar seus insights e experiências, pedir orientação e construir conexões importantes. O Clubhouse também pode cumprir esse papel ou mesmo o já conhecido Facebook.

As ideias acima não são regras de ouro para o melhor networking da sua carreira nem segredos infalíveis para o sucesso profissional, mas sugestões que levam em conta nossa realidade atual e, mais do que isso, a nossa necessidade. 

Porque networking é sobre relacionamento e, talvez, depois desse um ano sem almoços de negócio, sem cafezinho, sem trocas de cartão, estejamos mais saudosos do que nunca de um sincero e afetuoso networking. Se todos estamos assim, vamos aproveitar para nos aproximar, trocar e planejar um futuro — tomara que breve — bate-papo com boa comida e bebida.

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