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Fleury dá uma de Apple e vive dia de glória

Laboratório sobe 6,6% ao anunciar um app bem sacado. Já para quase todo o resto do Ibovespa foi dia de luta mesmo.  

Por Juliana Américo, Alexandre Versignassi
Atualizado em 3 set 2020, 21h26 - Publicado em 2 set 2020, 18h34
A medical worker arranging test tubes with blood samples for COVID-19 antibody testing at hospital in Bangka Belitung Islands, Indonesia, May 16, 2020. (Photo by: Irwan Aulia Rachman/INA Photo Agency/Universal Images Group via Getty Images) (INA Photo Agency/Getty Images)
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Como já dizia Chorão, do Charlie Brown Jr., existem os dias de luta e os dias de glória. Hoje foi um dia de luta para o Ibovespa. Depois de uma véspera com alta de 2,82%, a bolsa virou e operou em baixa ao longo de todo o dia – pior: na contramão do mercado internacional. 

Nos EUA, a criação de vagas no setor privado ficou abaixo do esperado em agosto. No mês passado, foram criadas 428 mil vagas de emprego, ante uma expectativa de 950 mil, segundo o Relatório Nacional de Emprego da ADP – essa relação é considerada uma prévia do relatório de emprego americano (o famoso Payroll), que inclui dados do setor público e que será divulgado na sexta-feira (4). 

Mas isso não abalou os investidores. Não mesmo: o S&P 500 em 1,53% (3.589 pontos). Já as empresas de tecnologia não arrebentaram tanto desta vez: o Zoom – o grande destaque de ontem, com alta de 40,78%, viveu uma quarta-feira de realização de lucros (-7,46%).  Tesla (-5,83%) e Apple (-2,07%) também tiveram um dia de saques. Mesmo assim, o Nasdaq Composite subiu 0,98% (12.056 pontos). E, mais uma vez, o S&P 500 e Nasdaq renovaram os seus recordes de fechamento. A avalanche de dólares produzidos para levantar a economia encontra o seu destino: as bolsas americanas. É a vida. 

Tem respingado um pouco por aqui também. Nesta manhã, o Bank of America soltou um relatório dizendo que 70% dos investimentos deles em ETFs na América Latina são em ETFs brasileiras. ETFs (Exchange Traded Funds) são papéis que acompanham a flutuação de um índice de ações – por sinal, vale dar uma olhada neles para dar um upgrade no seu portfólio de investimentos (procure no homebrocker por BOVA11 e BOVV11, ETFs que acompanham o Ibovespa).

Mesmo assim, a notícia não ajudou grande coisa. O Ibovespa fechou em queda de 0,25% a 101.911 pontos. 

Foi um dia de freio de mão puxado. No caso da Vale, nossa empresa mais valiosa hoje nem uma alta forte do minério de ferro (2,13% no porto de Qingdao), conseguiu animar os investidores. E a mineradora fechou o dia em baixa de 0,71% – outra notícia da Vale que vale a pena registrar: a empresa iniciou, de forma preventiva, um protocolo de emergência em dois diques de Paracatu e Patrimônio, em Minas Gerais.

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As siderúrgicas também não entraram na onda da alta demanda por material de construção na China: Gerdau e CSN fecharam em queda de 1,05% e 1,36%, respectivamente. A Usiminas (que subiu 0,38%) foi a exceção. 

Hoje também não foi um bom dia para petróleo: o tipo Brent caiu 2,52% (US$ 44,43 o barril) e o WTI teve baixa de 2,92% (US$ 41,51) – mesmo com os estoques americanos caindo 9,3 milhões de barris e superando de longe a estimativa de 1,8 milhão. O motivo é a recuperação da produção no Golfo do México. Com a passagem do furacão Laura, as unidades de extração e refinarias precisaram ser fechadas. Mas, agora, apenas 28,4% da produção local ainda não foi restabelecida. Isso, somado ao desempenho ruim do Ibovespa, fez com que a Petrobras fechasse o dia em queda de 0,26%. 

A estatal também está envolvida na Lei do Gás, aprovada ontem à noite pela Câmara. O texto visa abrir a concorrência no setor – até junho, a Petro tinha o monopólio de distribuição e venda do produto – e reduzir o preço do gás natural. Com essa mudança, o governo espera destravar investimentos de R$ 43 bilhões em infraestrutura de transporte, escoamento e armazenamento de gás. O ministro Paulo Guedes ainda avalia que o preço do gás pode cair até 40%. A Ultrapar, que pode ser beneficiada pelos preços mais baixos do gás na fonte, não respondeu tão bem assim. Fechou numa modesta subida de 0,68%. 

Quem se deu bem mesmo foi o Fleury. A rede de laboratórios deu uma de Apple hoje: conseguiu uma subida fortíssima por conta de um lançamento puramente tecnológico: um aplicativo. 

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O nome é “Saúde ID”. E a ideia por trás é bem redonda: o app guarda os resultados dos seus exames, marcar consultas, e serve de base para a realização de teleconsultas. E eles imaginam fazer dinheiro vendendo remédios (e comida) por lá: um “marketplace de saúde”, no jargão publicitário em voga. O fato é que mercado gostou do projeto, e o laboratório favorito dos Faria Limers fechou em 6,61% – um dia de glória.      

Maiores altas

Fleury: 6,61%

TOTVS: 3,47%

Hypera: 3,42%

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Eletrobras: 3,40%

BRF: 2,87%

Maiores baixas

Suzano: -4,13%

Cosan: -3,16%

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Klabin: -2,68%

B2W: -2,30%

Rumo: -2,12%

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