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Investidor não sabe se fim do Renda Brasil é bom ou ruim

Ibov virou montanha-russa com Bolsonaro ameaçando equipe econômica e desistindo (por enquanto) de programa social, mas no fim terminou no zero a zero

Por Tássia Kastner e Luciana Lima
Atualizado em 9 out 2020, 16h32 - Publicado em 15 set 2020, 19h40
 (Andressa Anholete/Getty Images)
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Durou só até a abertura do mercado a indicação de que o dia seria positivo para a  bolsa brasileira. Assim que o pregão abriu, um vídeo do presidente Jair Bolsonaro sepultando o Renda Brasil e ameaçando a equipe econômica com cartão vermelho assustou os investidores.

Bolsonaro vem tentando se transformar em novo pai dos pobres, depois de ver sua popularidade se recuperar com o pagamento do auxílio emergencial na pandemia.

O problema é a ginástica financeira que a equipe do ministro Paulo Guedes vinha ensaiando para fazer a transição do programa criado para três meses (e que agora vai até dezembro) em uma política pública que justificasse o fim do nome Bolsa Família.

As manchetes dos principais jornais do país desta terça diziam que o governo queria 1) suspender por dois anos os reajustes dos aposentados e 2) fazer um pente-fino para cortar o auxílio dado a idosos e pessoas com deficiência de baixíssima renda.

Para Bolsonaro, mais uma vez a equipe econômica estava tentando tirar dos pobres para dar aos paupérrimos. E isso não ajuda na popularidade de nenhum político.

Com a ameaça de demissão jogada ao vento, mais uma vez o mercado achou que havia chegado a hora de Guedes se despedir do governo. E aí a bolsa caiu. O ministro Posto Ipiranga afirmou que o cartão vermelho não era pra ele, mas não disse para quem seria. Aí subiu.

O alvo do momento é o secretário Especial da Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, que foi quem explicou os planos de congelamento de aposentadorias a jornalistas.

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Ah, Guedes também conseguiu acalmar o mercado ao repetir o mantra da “responsabilidade fiscal”. Disse que Bolsonaro havia suspendido as mudanças porque não há dinheiro para bancá-las.

Essa aparente sintonia entre Guedes e Bolsonaro (para quem comprou o discurso) segurou um pouco as pontas do Ibovespa, mas deixou a pulga atrás da orelha nos investidores. 

Pulga atrás da orelha porque já à tarde assessores de Bolsonaro diziam que o Congresso pode fazer renascer das cinzas o programa que o presidente enterrou, de acordo com uma reportagem do Estadão.

O resultado de tanto vai e vem? A Montanha-russa no índice. Chegou a parecer que terminaria no vermelho, mas virou no finalzinho da sessão, se mantendo estável (+0,02%) e sustentando 100.297,91 pontos. 

A ajuda para que o dia terminasse estável veio da China, que foi quem também  deu o viés positivo nas principais bolsas mundiais.

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Por lá a produção industrial (e as vendas do varejo) cresceu mais que o esperado. Depois os Estados Unidos mostraram que por lá a atividade industrial também anda melhor que as expectativas. 

Aí o investidor antecipa aumento de demanda de aço, e as siderúrgicas brasileiras subiram com gosto. Gerdau foi com uma das maiores altas do pregão (+5,77%), assim como Usiminas (+3,50%) e CSN (+2,41%).

Em Wall Street, as bolsas andaram em ritmos distintos. Apesar dos dados positivos da indústria, o índice Dow Jones terminou estável, a 27.995,14 pontos. Melhor destino tiveram o S&P 500, com alta de 0,52%, e o Nasdaq, que subiu 1,21%. Só não subiram mais por conta da reação desanimada dos mercados ao anúncio de novos produtos pela Apple (que adiou para outubro o lançamento de iPhone) e pela expectativa com o segundo (e decisivo) dia de reunião do Federal Reserve (Fed) amanhã.

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Maiores altas

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Suzano: + 6,01%

Gerdau: +5,76%

Gerdau Met:  +5,25%

Minerva: +4,29%

BRF: +4,19%

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Maiores baixas

Eletrobras: -3.69%

IRB Brasil: -3.26%

Cielo: -3.15%

Hering: -3.11%

Cogna: -3.01%

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Dólar: + 0,26%, cotado a R$ 5,2890

Petróleo:

Brent: +0.63%

WTI: +2.32%

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