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China e Rússia se unem para desdolarizar suas economias

Participação da moeda americana no comércio bilateral dos dois países caiu para menos de 50%. Tensões com os EUA uniram as nações

Por Luciana Lima
Atualizado em 25 set 2020, 14h19 - Publicado em 22 set 2020, 08h30
 (Moerschy/Pexels/Divulgação)
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Pela primeira vez na história, a participação do dólar no comércio entre Rússia e China caiu para menos de 50%. Segundo o Banco Central da Rússia, a moeda americana foi utilizada em 46% das transações entre os dois países – em 2015, era 90%. Desde 2014, com o aumento de tensões com os EUA, os governos russo e chinês têm investido na desdolarização de suas economias.

Entre as iniciativas, está um acordo para que ambos tivessem acesso à moeda um do outro sem precisar comprá-la no mercado de câmbio. Nisso, as moedas oficiais dos dois países passaram a ocupar 24% das negociações. Outra aposta foi o Euro, utilizado em 30% dos acordos.

Além de utilizar moedas nacionais no comércio bilateral, a Rússia também está substituindo o dólar americano pelo renminbi (moeda chinesa) em suas reservas financeiras. Em 2019, o Banco Central da Rússia afirmou que reduziu pela metade o uso dos seus ativos em dólar, cerca de US$ 101 bilhões. Quem ganhou foi o renminbi, que aumentou seu protagonismo nas reservas cambiais do país governado por Vladimir Putin de 5% para 15%. 

A verdade é que a vida anda mais difícil para as verdinhas dos EUA. Em julho, a inflação do dólar chegou a 0,6% ao mês, maior subida desde 1991. Parece pouco mas, se a tendência se mantiver, isso pode enfraquecer a moeda americana, e ameaçar sua hegemonia global.

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