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Para não ser ultrapassado pela BYD, Musk pede ajuda ao governo dos EUA

Dono da Tesla, que sempre cultivou uma postura antirregulatória, agora quer medidas protecionistas para conter o avanço dos carros elétricos chineses.

Por Camila Barros
Atualizado em 26 abr 2024, 16h31 - Publicado em 7 fev 2024, 09h30
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 (Arte/VOCÊ S/A)
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Em 2011, numa entrevista à Bloomberg, Elon Musk fez pouco caso da ascensão da BYD. A empresa chinesa de veículos elétricos havia chegado há pouco aos EUA, com a bênção de Warren Buffett – que hoje é dono de 8% da montadora. “Eles deveriam focar em sobreviver na China”, disse Musk.

Pouco mais de uma década depois, a BYD não só lidera o mercado de elétricos na terra de Xi Jinping, como também ameaça a hegemonia global da Tesla. No quarto trimestre de 2023, a chinesa vendeu 526.409 veículos elétricos, superando os 484.507 carros entregues pela Tesla no período.

Musk, que costuma ter uma postura antirregulatória, agora pede uma mãozinha do governo americano para inibir a concorrência externa: “Sem barreiras tarifárias, eles [os chineses] vão demolir a maioria das outras empresas automobilísticas no mundo. Eles são extremamente bons”, disse durante a apresentação de resultados do quarto trimestre da Tesla.

Durante o período, a Tesla faturou US$ 25,2 bilhões, abaixo dos US$ 25,9 bi projetados pelo mercado. O lucro foi de US$ 2,5 bi – encolhimento de 39% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

A queda nos rendimentos tem a ver com uma nova política de preços da companhia, que ceifou o valor de alguns de seus modelos nos EUA ao longo de 2023. Trata-se de uma tentativa de se manter competitiva diante do aumento da concorrência no ramo. Para além dos elétricos chineses, as montadoras tradicionais (Ford, GM, Volkswagen, Mercedes…) têm investido pesado na transição energética.

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No Brasil, dos quatro elétricos mais vendidos em 2023, três são da BYD.

Já a BYD vive seu período de estirão: no acumulado de 2023, a empresa vendeu 3,02 milhões de veículos, um crescimento de 61,9% em relação ao ano anterior. Do total, 1,57 milhão foram carros totalmente elétricos, mais 1,44 milhão de híbridos.

Com 1,8 milhão de unidades vendidas em 2023, a Tesla ainda liderou a venda de carros 100% elétricos no ano. Mas a BYD tem se aproximado com rapidez – e coloca em ação um plano de expansão global.

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No Brasil, a chinesa anunciou em julho do ano passado que vai investir R$ 3 bilhões para produzir veículos elétricos em Camaçari, na Bahia. Dos quatro carros elétricos mais vendidos no Brasil em 2023, três são da BYD (Dolphin, o primeiro colocado, Yuan e Seal, somando um total de 9.608 unidades). O único penetra é o Volvo XC 40, segundo colocado, com 1.802 unidades.

No dia 24 de janeiro, numa reunião com Lula, a companhia aproveitou para entregar um BYD Tan para uso do presidente – empréstimo que vale por um ano. Até agora, era a Ford a fornecedora do carro oficial da Presidência da República.

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