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Perdidas nas eleições dos EUA, bolsas embarcam na onda azul e sobem

Dia tinha tudo para ser de aversão a risco com medo de quebra-quebra nas ruas e Trump ameaçando judicialização da eleição.

Por Luciana Lima e Tássia Kastner
Atualizado em 4 nov 2020, 11h43 - Publicado em 3 nov 2020, 20h40
 (Drew Angerer/)
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Se fosse para resumir a sensação de quem acompanhou os mercados no dia de hoje em um meme, ele seria aquele do John Travolta em Pulp Fiction: completamente atordoado, olhando para os lados para entender o que aconteceu. 

É que hoje foi dia de eleição nos Estados Unidos, mas não qualquer eleição. Era o Dia D de uma campanha marcada pela expectativa de uma vitória apertada de Joe Biden e uma possível contestação na justiça por parte de Donald Trump

Tinha tudo para ser mais um daqueles pregões onde a sangria ia rolar solta, com todos os investidores avessos aos risco do cenário de incertezas. Entretanto, o clima nas bolsas nesta terça foi de tanta euforia, que nem parece que um dia Wall Street já sentiu alguma crise de ansiedade com os rumos da democracia americana. 

Após encerrar uma das piores semanas desde março, os três índices americanos resolveram travar um rali. No final, terminaram o segundo dia no azul: Dow Jones subiu 2,06%, para 27.480,03 pontos, S&P 500 ganhou 1,78%, aos 3.369,16 pontos e Nasdaq valorizou 1,85%, para 11.160,57 pontos. 

Ninguém entendeu muito bem o que aconteceu, mas a explicação que mais colou é de que haverá uma “onda azul”. Isso significa um cenário de vitória acachapante de Joe Biden e que os Democratas retomam o controle do Senado. Essa combinação é a que mais agrada hoje os mercados financeiros, mas é por uma razão bastante específica. Os Democratas já dominam a Câmara dos Representantes (os deputados americanos) e com a maioria no Senado seria mais fácil aprovar a tão esperada nova rodada de estímulos fiscais. E daquelas fartas, na casa de US$ 2,2 trilhões, e que sempre sobram para uma festa na bolsa. 

Mas não faltam motivos para dizer que essa esperança pode ser um tanto quanto exagerada. Segundo dados do site americano Real Clear Politics, faltando poucas horas para o encerramento das eleições por lá, a diferença entre Biden e Trump diminuiu nos principais estados-chave, como Flórida, Carolina do Norte, Pensilvânia, Michigan e Wisconsin. 

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Analistas do fundo de investimentos americano BK Asset Management também alertaram que o rali dos investidores está ignorando que Biden pode se eleger sem maioria no Senado, o que faria a novela do pacote de estímulos retornar ao ar, no esquema Vale a Pena Ver de Novo. 

Até para os mais supersticiosos a coisa não é tão certa. Segundo a corretora americana BTIG, 87% das vezes em que o S&P 500 apresentou saldo positivo nos três meses anteriores ao pleito, o partido da situação venceu a eleição (no caso o Republicanos de Trump).

Isso sem contar a complexidade do sistema eleitoral americano. Como bem resumiu o perfil no Twitter Faria Lima Elevator, o campeonato de futebol carioca é mais organizado e compreensível do que a eleição americana. É que por lá, como você sabe, a corrida presidencial não é decidida por voto popular, mas através do sistema de Colégio Eleitoral

Muitas vezes, assim como aconteceu com a Hilary Clinton em 2016, ter a maioria absoluta dos votos não significa sair vitorioso. Ou seja, se há um cenário em que tudo pode acontecer este é o das eleições americanas. 

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Por aqui, o Ibovespa, que ontem ficou de fora da festa devido ao feriado, conseguiu surfar na onda dos pares gringos e terminou lá em cima também: alta de 2,16%, aos 95.979,71 pontos.

Um dos destaques da sessão ficou com empresas de siderurgia e mineração. Segundo uma matéria publicada pelo jornal Valor Econômico, os preços das commodities devem aumentar de 4,5% a 10% em novembro, terceiro mês consecutivo de alta. Com a promessa, todas as empresas do setor deram as mãos e subiram em bloco: CSN disparou 9,01%, Gerdau cresceu 6,79% e Vale 4,61%. Mas é só o começo da semana – e assim como lá fora, por aqui, ainda tem muita água para rolar embaixo do Ibov. 

Maiores altas

CSN: +9,01%

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Usiminas: +6,97%

Gerdau: +6,79%

Gol: +5,92%

Localiza: +5,78%

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Maiores baixas

CVC: -3,01%

BRMalls: -2,2%

Sulamérica: -2,17%

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Hypera: -1,82%

Raia Drogasil: -1,66%

Dólar: +0,42%, cotado a R$ 5,76

Petróleo

Brent: +3.16%, a US$ 40,20

WTI: +2,31%, a US$ 37,66

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