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Segunda onda nos EUA liga a sirene dos mercados

Ações gringas tombam com o medo da covid. Por aqui, quem bomba são os planos de saúde com foco em hospitais próprios.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 26 out 2020, 19h50 - Publicado em 26 out 2020, 19h39
Obstruction light on the roof building at night (Rapee/Getty Images)
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A ficha caiu nos EUA. Agora está claro que a segunda onda, já firme na Europa, atingiu os Estados Unidos de vez – não que isso não fosse uma bola cantada, já que o vírus, até onde a epidemiologia sabe, não tem passaporte.

Os dados dão medo mesmo. A segunda onda parece pior que a primeira. O recorde de novos casos para um único dia lá veio na sexta (23) e no sábado (24): quase 84 mil em cada um desses dias. A média dos últimos sete dias (que se renova todo dia, e por isso é chamada de “média móvel”) também é a maior de toda a pandemia: 68,7 mil casos. O pico da primeira onda tinha sido lááá do dia 22 de julho, com 67,2 mil casos. 

Há atenuantes. Hoje testa-se mais do que em julho, seja nos EUA, seja em qualquer outro lugar. E o número de mortes, que já chegou a ser de 2,7 mil por dia, hoje está em 800 na média móvel semanal. Seja como for, está longe de ser um número baixo, e o aumento na quantidade de casos deve elevar a média de mortes – por mais que os tratamentos tenham evoluído, e casos de recuperação rápida como o de Trump e o de Bolsonaro iludam, o Sars-Cov-2 obviamente segue mortal.      

E o pessoal do mercado acordou para essa realidade hoje. Não foi uma hecatombe, mas a ponta vendedora pegou pesado. S&P 500 e Nasdaq caíram 1,86% e 1,64%, respectivamente. O Dow Jones, que mede 30 das maiores empresas americanas, foi pior ainda: -2,29% – maior queda em dois meses, e um indicativo de que as grandes companhias sofreram mais.

Por aqui, seguimos na primeira onda. Testa-se tão pouco no Brasil que nem vale a pena falar da média móvel de novos casos (23 mil por dia, pelo que dá para saber). A de mortes, de qualquer forma, segue em baixa. Já foi de mais de mil. Está em 468 – empatamos com os EUA em mortes diárias por milhão de habitantes (2,2 aqui versus 2,4 lá), ainda que o viés aqui, neste momento, seja de baixa.   

Mas a iminência de uma segunda onda, naturalmente, serve para nós, e para todo o planeta. Como não se sabe a real eficácia das vacinas em teste (nem até que ponto a política vai atrapalhar a tentativa de imunização) a subida no número de casos nos EUA deixa a sirene global ligada – tanto que o petróleo levou um tombo, com queda de mais de 3%.

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Essa renovação do medo também pegou o Ibovespa, ainda que de leve: queda de 0,24%, com manutenção dos 101 mil pontos. As maiores quedas ficaram nos setores mais sensíveis à covid: aviação (Gol e Azul), turismo (CVC) e aglomeração (no caso, shopping – Multiplan e BR Malls). 

Mas, como brasileiro, não desiste nunca, a esperança de que certas empresas apresentem balanços excepcionais para o terceiro trimestre segurou qualquer baixa mais forte. Entre essas certas empresas estão Santander, Cielo e Ambev, que apresentam seus balanços nesta semana. 

Destaque também para a Notredame, cuja compra de um hospital em Curitiba (o Santa Brígida, por R$ 48 milhões) foi bem vista pelo mercado (veja abaixo). A subida também puxou as ações de outra companhia de planos de sáude, a Hapvida. É que as duas têm algo em comum: investem forte no sistema “verticalizado” – ou seja, com redes próprias de hospitais e ambulatórios. O mercado, hoje, entende que esse modo é mais lucrativo que o tradicional, no qual os planos estabelecem convênios com hospitais de terceiros. E, numa época de sirenes ligadas, os planos de saúde com estrutura financeira mais eficiente ganham mais – ou perdem menos.       

MAIORES ALTAS

Santander: 3,74%

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Cielo: 3,47% 

Notredame: 3,40%

Hapvida: 3,09%

Ambev: 2,23%

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MAIORES BAIXAS

Multiplan: – 4,29%

CVC: – 4,25%   

BR Malls: – 3,61%  

Gol: – 3,61%  

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Azul: – 3,54%


Dólar: -0,26%, a R$ 5,61 

Petróleo:

Brent: -3,14%, a US$ 40,46 

WTI: – 3,24, a US$ 38,56

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