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Três perguntas para Luciano Tavares, CEO da Magnetis

Não sabe por onde começar a investir? Fintechs de robôs de investimento podem te ajudar.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 11 mar 2021, 16h05 - Publicado em 8 jan 2021, 00h00
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 (Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Fundada por Luciano Tavares em 2015, a Magnetis é uma das primeiras fintechs do Brasil do tipo “robô-advisor”. O negócio consiste em montar carteiras de investimento de acordo com o objetivo e a disposição do investidor a correr riscos. A partir daí, as aplicações ocorrem de maneira automatizada: podem ser em títulos públicos, fundos ou diretamente em ações.
Hoje a fintech administra R$ 500 milhões em ativos de clientes que têm, em média, 35 anos. Puxando a sardinha para a própria brasa, o executivo afirma que as pessoas estão em busca de instituições financeiras que sejam transparentes com a forma como ganham dinheiro. Ou seja, estariam mais dispostas a pagar por serviços como o da Magnetis do que ficar à mercê de recomendações de gerentes de bancos e agentes autônomos – que ficariam tentados a sugerir produtos que pagam maior comissão, e não o mais adequado ao investidor.

Uma pesquisa da B3 disse que boa parte das pessoas investe seguindo opiniões de influencers. Isso não afeta negócios como o da Magnetis, que ajudam investidores a tomar decisões?
Pela natureza da figura do influencer, as pessoas têm a impressão de que isso é a maioria [dos investidores]. E dá a sensação de que a pessoa está saindo do CDB e indo para o day trade. Dois milhões de pessoas foram para a bolsa nos últimos anos, mas eu acho que muito mais gente comprou um fundo de ações ou multimercado pela primeira vez. O juro baixo foi um tema de 2020 e que continua. O que a gente mais ouve é “meu dinheiro no banco não está rendendo nada”. Essa pessoa, quando sai do banco, precisa de ajuda, e não vai seguir influencers.

E como ficam os investimentos em 2021, com os juros ainda baixos?
Se olhar o histórico de quem tenta fazer previsão, é péssimo. A nossa filosofia é “não tenho a menor ideia do que vai acontecer no ano que vem”, então é preciso montar uma carteira bem diversificada, compatível com o perfil de risco do investidor. Com renda fixa, com crédito, ações, cripto.

Essa diversificação é o mais importante para o longo prazo. E um tema para 2021 é o do conflito de interesses [o do investidor versus o da instituição financeira].

Mas essa é uma discussão que veio à tona quando o Itaú atacou a XP.
O que o Itaú fez foi provocar a discussão do modelo de negócio [agentes autônomos ganham um percentual da receita da corretora de acordo com os produtos que vendem, enquanto a Magnetis cobra uma taxa fixa para gerir o dinheiro do cliente]. O pessoal da corretora bate no gerente do banco, mas o modelo de remuneração do agente autônomo também tem conflitos. As pessoas querem transparência com as taxas que pagam e buscam instituições que tenham alinhamento com seus interesses. Isso já é uma tendência em outros países. É uma bola de neve.

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