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A relação entre suicídio e trabalho

"Fadigados pela sobrecarga, pela tensão, desconfiança, solidão e angústia, nós ficamos vulneráveis para o adoecimento mental"

Por Anna Carolina Rodrigues
Atualizado em 17 dez 2019, 15h27 - Publicado em 21 set 2015, 12h18

SÃO PAULO – Setembro é o mês da prevenção ao suicídio – conhecido como Setembro Amarelo. E um aspecto que pouco se comenta é a relação que o trabalho tem com os índices de suicídio. Em tempos de instabilidade econômica e crise em alguns setores, os ânimos ficam mais exaltados acompanhados da insegurança e temor de ficar sem trabalho. “Quem trabalha, portanto, trabalha sempre sob a angústia da possibilidade de perder seu emprego – seu sustento, seu valor social, ferir parte de sua identidade. Quem não tem emprego tem ainda mais medo: de não aparecer outro bico, outro freela, de não ter o pagamento garantido”, diz a psicóloga Carolina Grando.

“Esse medo faz com que nos submetamos a condições de trabalho que não nos fazem bem. (…) Aceitamos horas extras sem pagamento, trabalhos aos finais de semana. Aceitamos sobrecargas que nos roubam convívio social e espaço para o fortalecimento de outros aspectos de nossa vida, que nos deixam exaustos e fragilizados. Aceitamos, por vezes, até mesmo humilhações, agressões – ou mesmo passarmos por cima de nossa ética – aceitamos, ou aturamos assédio moral”, completa.

De acordo com Carolina, o cansaço causado pela tensão e angústia nos deixa vulneráveis para o adoecimento mental. Não é à toa que os índices desse tipo de adoecimento só têm crescido, bem como os afastamentos do trabalho por questões de saúde mental.

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Leia o texto da psicóloga Carolina Grando na íntegra

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*Ilustração de Lovelove6

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