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Desorientado? Este pode ser o momento para começar a estudar mandarim

Se você está se sentindo perdido com as grandes transformações do mundo, deve prestar atenção no Oriente, mais especificamente no que ocorre na China

Por Luiz Carlos Cabrera, colunista da VOCÊ S/A
Atualizado em 20 dez 2019, 11h01 - Publicado em 14 Maio 2019, 06h00
"Quem estiver desorientado vai ter de ficar esperto e olhar com muito cuidado, humildade e respeito para o que está sendo feito na China" (Unsplash/Você S/A)
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As mudanças que estão ocorrendo em nossa sociedade e no mundo do trabalho estão provocando perplexidade. Por isso, é comum ouvir pessoas dizendo que se sentem “desorientadas”. 

O significado dessa palavra é interessante. No século 17, o termo designava aqueles que não sabiam o que acontecia no Oriente, de onde vinham as grandes invenções (como a bússola e a pólvora), as grandes embarcações marítimas e os mapas náuticos.

Com a evolução do mundo ocidental, a palavra mudou, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial, e as pessoas deixaram de ficar “desorientadas” para se sentir “desnorteadas”, já que toda a modernidade vinha do Norte, mais especificamente dos Estados Unidos. Mas talvez isso esteja mudando.

Lendo uma entrevista do sociólogo francês Alain Tourraine, no esplendor de seus 93 anos, no jornal Valor Econômico, vejo que, novamente, quem não acompanha a modernização do mundo será chamado de desorientado.

Isso porque, segundo o estudioso, “a China vai superar os Estados Unidos no avanço tecnológico”.

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Não é exatamente uma surpresa que isso aconteça. Os maciços investimentos em educação e simultaneamente em desenvolvimento da tecnologia aceleraram o passo da China nessa corrida pela supremacia mundial.

A diferença é que os chineses se sentem bem nesse papel por já terem experiência prévia em serem os líderes mundiais na economia e na tecnologia. Eles dizem que sabem como se comportar e se manter nessa posição, pois no passado tiveram esse papel durante a dinastia Ming (1368-1644).

Nessa época, sob o reinado do imperador Zhu Yunzhang, também conhecido como Hongwu, a China tinha a maior produção de ferro (100 000 toneladas) e a maior frota marinha de navios que visitaram todos os continentes — bem antes dos portugueses e espanhóis. Eram também grandes produtores de prata, ouro e da tão ambicionada seda.

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Agora, 650 anos mais tarde, a China tem a maior população mundial (com cerca de 1,4 bilhão de pessoas) e um PIB de 13,2 trilhões de dólares, que ainda é menor do que o americano, mas que, nos próximos anos, tende a superá-lo.

Em breve, o país vai se apresentar como o líder da transformação digital, pois está usando a modernidade tecnológica como instrumento de inclusão social, criando milhões de consumidores mensalmente.

Quem estiver desorientado vai ter de ficar esperto e olhar com muito cuidado, humildade e respeito para o que está sendo feito na China. Que tal começar a estudar mandarim? Pode ser um bom começo para se reorientar e entrar no mundo dos novos líderes planetários.

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(Divulgação/VOCÊ S/A)

 

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