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Ex-comissária de bordo muda de carreira e vira estagiária aos 38 anos

A história de Adriana Ferreira, da IBM, que fez carreira como comissária de bordo e migrou para a área de recursos humanos

Por Por Luciana Lima
Atualizado em 17 dez 2019, 15h26 - Publicado em 16 nov 2015, 10h20

SÃO PAULO – Depois de 16 anos com o crachá da Varig, Adriana Ferreira, de 45 anos, recebeu uma notícia que a assustou: o encerramento das atividades da companhia aérea mais tradicional do Brasil. Em 2006, cheia de dívidas, a empresa não tinha outra opção senão fechar.  Na época, Adriana, que começou como comissária de bordo, era instrutora de voos nacionais. “Foi triste. Entrei na  Varig porque era uma oportunidade de ser livre, de sair do mundo em que eu estava acostumada a viver”, afirma. 

De família humilde da periferia, a paulistana cresceu muito na empresa. Lá aprendeu inglês, conheceu vários países e percebeu que tinha capacidade de liderança. Ainda como comissária, mas já pensando numa possível transição de carreira, Adriana frequentou um curso de recursos humanos.  “Minha vocação sempre foi ajudar as pessoas e queria fazer isso com mais efetividade”, afirma. Portanto, apesar do choque da demissão, ela encarou o momento com uma oportunidade de mudar de rota e fazer algo totalmente diferente.

Ao deixar a Varig, ela encontrou um caminho nas páginas do Guia VOCÊ S/A – as Melhores Empresas para Você Trabalhar, que anualmente publica modelos de companhias com bom clima e ótimas práticas de gestão de pessoas.  “Precisava entender o mercado e encontrar um local onde me sentisse feliz”, afirma. Ao folhear a revista, ela parou na reportagem sobre a IBM, multinacional de tecnologia, e se sentiu atraída pela descrição de suas práticas – uma companhia que prezava a diversidade e o aprendizado.

Aos 38 anos e sem nenhuma experiência na área, a única forma que Adriana enxergou para começar na empresa foi pela porta do estágio. E, assim, fez. Tomou coragem e mandou o seu currículo para concorrer a uma vaga de estagiária.  “O mais difícil foi vencer o preconceito e aceitar começar de baixo”, afirma. A tática funcionou e, em 2007, ela foi contratada como estagiária da área de ouvidoria interna, com a responsabilidade de ouvir reclamações e denúncias dos funcionários. “Aprendi sobre a empresa e sobre as necessidades de cada um”, diz. Três anos depois, Adriana se voluntariou para liderar o grupo LGBT da IBM, o que a ajudou a trilhar o caminho para o cargo que ocupa hoje, de Líder de Diversidade & Inclusão. Sua função é desenvolver políticas para diferentes comunidades da empresa. “Eu me sinto tão valorizada que entrego até mais do que é exigido”, afirma. 

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