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Guia para quem quer estudar fora do Brasil

Conseguir uma vaga em uma universidade estrangeira não é tão complicado, mas requer planejamento e atenção aos detalhes

Por Anna Carolina Oliveira
Atualizado em 23 dez 2019, 13h22 - Publicado em 15 fev 2018, 09h00
Young pretty student over flags background ; Shutterstock ID 188310377 (Luis Molinero/Shutterstock)
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O ano letivo ainda não começou por aqui, mas quem deseja fazer uma graduação ou pós no exterior deve começar a planejar desde já, porque a lista de afazeres é extensa. VOCÊ S/A ouviu especialistas para saber quais são as orientações essenciais antes do embarque.

Defina seus objetivos

Entender as suas intenções ao estudar em outro país é fundamental para a escolha do tipo de curso, do período de permanência e do destino. “Eu dediquei bastante tempo pesquisando as opções viáveis e benéficas para a minha carreira”, diz a gerente de marketing da Cisco, Susana Byun, que fez pós-graduação em marketing na Universidade de Westminster, em Londres. “Desde o começo, pensava em uma pós ou especialização na minha área com duração máxima de um ano e meio”, afirma ela, que mantém um blog sobre a experiência de estudar fora.

O primeiro passo é entender como o intercâmbio se encaixa no seu planejamento de vida pessoal e profissional. “Coloque tudo no papel: quais são os objetivos em concluir um curso no exterior, quanto tempo vai ficar por lá, se tem intenção de voltar para o mercado brasileiro ou morar definitivamente no país que escolheu estudar”, diz Sulivan França, presidente da Sociedade Latino Americana de Coaching (SLAC). 

Planeje com antecedência

O ideal é reservar pelo menos um ano para o planejamento, mas esse período pode variar. “Para quem pretende fazer graduação, por exemplo, é bom começar a se organizar já no começo do Ensino Médio”, afirma Nathalia Bustamante, editora do portal Estudar Fora, da Fundação Estudar. Isso porque é necessário estruturar um currículo de acordo com os critérios da instituição estrangeira, o que envolve disciplinas complementares, atividades extracurriculares, trabalhos voluntários e certificação de idioma. “Tem aluno que tira um ano após a formatura para cuidar de tudo isso com calma”, diz Nathalia.

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No caso de uma pós, é preciso levar em conta a sua rotina. Normalmente, os interessados em fazer uma especialização no exterior já trabalham e, por isso, precisam de mais tempo para conciliar os afazeres profissionais com a candidatura para um curso fora do Brasil. Esse tempo a mais pode ajudar, inclusive, a economizar dinheiro. “Algumas pessoas acabam pedindo ajuda de agências por não darem conta de tudo”, afirma Susana Byun. “Mas, se você se organizar bem, consegue fazer o processo sozinho.”

Seja realista

Saber sua disponibilidade de tempo e dinheiro é uma premissa para desenhar como vai ser o período de estudo. De acordo com um levantamento do site Hotcourses, que tem um banco de dados com milhares de cursos em instituições pelo mundo, o custo de uma pós nos Estados Unidos e no Reino Unido varia entre 11.000 e 40.000 dólares por ano. “Estudar fora não é barato, por isso é importante analisar o orçamento disponível e fazer um planejamento financeiro detalhado”, diz Erica Rocha, gerente de marketing do Hotcourses. Para quem tem um orçamento apertado, existem formas alternativas. “Os programas sanduíche, que mesclam aulas em uma instituição brasileira e em outra internacional, são interessantes para quem não pode se ausentar por muito tempo ou dispõe de uma verba menor”, orienta Erica.

Há também a opção da bolsa de estudos. Mesmo assim, existem custos. “Só o processo de se candidatar para uma faculdade americana pode sair por 3 000 dólares, além de gastos com a tradução de documentos e outras etapas”, diz a jornalista Bruna Amaral, criadora do site e canal no Youtube Partiu Intercâmbio. “É possível poupar nesse um ano de planejamento e enquanto estiver lá para cobrir as despesas”, conta Bruna, que já fez nove intercâmbios – sete deles com bolsa de estudo. “Eu, por exemplo, economizei em estadia na Alemanha ficando por um período em moradia estudantil.”

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Considere países menos populares

Estados Unidos e Reino Unido estão na lista dos destinos estudantis mais disputados e também no ranking dos mais caros. Por isso, uma ideia interessante é investir tempo pesquisando sobre outros locais e instituições. “Malásia e Finlândia são exemplos de países que oferecem atrativos e não são populares entre os brasileiros”, afirma Erica Rocha.

Nathalia Bustamante, do portal Estudar Fora, acrescenta Austrália, Chile, China, México, Nova Zelândia e Singapura à lista dos pouco requisitados, mas com bolsas e benefícios interessantes. “Não é necessário focar no topo do ranking das melhores instituições”, diz Nathalia. “Especialistas apontam que a diferença entre as 100 mais bem cotadas é pequena e que, no fim das contas, todas elas são boas oportunidades.”

Inscreva-se em mais de um processo, mas não em muitos

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A regra é evitar extremos. “Se você se candidatar para vários, provavelmente não fará todos com a mesma dedicação”, diz Nathalia Bustamante, do portal Estudar Fora. Para fugir de possíveis exageros, divida sua lista de preferências por nível de dificuldade dos critérios estipulados pela instituição: as vagas “seguras”, as alcançáveis e as de sonho. Assim, você garante abrangência e aumenta a chance de aprovação.

Leia atentamente os critérios da candidatura e faça um cruzamento entre eles: como é comum os requisitos se repetirem entre as instituições, você economiza tempo na inscrição. Atenção também para as documentações exigidas e os prazos. “Mais da metade das candidaturas sequer é avaliada por falta de documento ou por atraso”, afirma Nathalia Bustamante.

Cuidado com a validação

Um detalhe que muitas vezes passa desapercebido é o reconhecimento do diploma pelas instâncias brasileiras: você pode estudar fora e, na volta, seu curso não valer nada em termos legais. Para se precaver, pesquise no site do Ministério da Educação e no das instituições de ensino no Brasil. No caso de graduação ou programa sanduíche para pós, vale conversar com o seu atual coordenador e pedir orientações para avaliar a correspondência entre as grades.

Em determinados campos de atuação, esse processo é ainda mais complexo por conta das especificidades do curso. “Dependendo do país onde o estudante se graduou, áreas como medicina, Direito e engenharia podem demandar certificações, além do diploma”, explica Sulivan França, da Sociedade Latino Americana de Coaching.

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