Novos chips copiam pensamento humano e ameaçam empregos
A nova geração de chips que mimetizam o pensamento humano promete ganhos de desempenho e qualidade de vida e, como sempre, ameaça empregos
A computação ganhou status de ciência por volta de 1950. Desde então, pesquisadores vêm tentando inventar uma máquina capaz de pensar como o homem: aprender coisas e dar respostas. Neste momento, empresas como IBM e Qualcomm estão entrando numa nova fase da aventura cibernética. Elas estão confeccionando chips que reproduzem um cérebro, com sinapses e neurônios.
Esse campo recebeu o nome de computação neuromórfica. Tradicionalmente, chips são desenhados para executar cálculos e funcionam bem para qualquer coisa que possa ser traduzida em um problema numérico. Agora os processadores neuromórficos podem detectar padrões diante de dados complexos — como sons e imagens —, compreender comportamentos e responder a eles. Como cérebros fariam.
O jogo ainda está nos laboratórios mais avançados do mundo, mas os cientistas já começam a prever o que os chips neuromórficos poderiam fazer. Óculos especiais capazes de reconhecer objetos poderiam ajudar cegos a entender o mundo.
Chips instalados em nosso corpo poderiam monitorar sinais vitais e detectar alterações mínimas — uma promessa de avanço no combate a doenças como câncer e aids.
Um sistema semelhante poderia, por exemplo, nos contar em que momento do dia estamos mais dispostos a trabalhar, em que período estamos mais aptos a executar tarefas que exigem concentração, ou qual é a hora de ir descansar.
Como todo avanço nessa área, os chips neuromórficos têm um potencial destruidor de empregos. O objetivo da ciência, afinal, é colocar uma máquina para fazer algo antes feito pelo homem.
Semanas atrás, o astrofísico Stephen Hawking, de 72 anos, mostrou-se preocupado com o desenvolvimento da inteligência artificial. “O desenvolvimento da inteligência artificial plena poderia significar o fim da raça humana”, disse o cientista à rede britânica BBC.
Ao mesmo tempo, Hawking reconhece quanto a tecnologia o ajudou a permanecer vivo e produtivo diante de sua grave doença — a esclerose lateral amiotrófica.
Nós, os tech-otimistas, apostamos que, quando as máquinas trabalharem por nós, ganharemos liberdade para nos dedicar a valores morais e criar um mundo mais justo e de espírito mais evoluído.