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O que é sucesso para Paolo Gallo, RH do Fórum Econômico Mundial

Paolo Gallo acredita que felicidade e carreira só andam juntas se há paixão pelo o que se faz

Por Tamires Vitorio
Atualizado em 23 dez 2019, 14h57 - Publicado em 27 nov 2017, 16h00
Paolo Gallo, principal executivo de RH do Fórum Econômico Mundial (Paolo Gallo/Divulgação)
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Paolo Gallo, 56 anos, diretor de recursos humanos do Fórum Econômico Mundial, tenta desmistificar as noções tradicionais do que é uma carreira de vitoriosa em seu novo livro A Bússola do Sucesso (Benvirá, 34,90 reais, 288 pag. 3).

Faz isso respondendo as três perguntas que seu pai começou a lhe fazer quando era criança: “Você ama o que faz? Você está ajudando outras pessoas? Você está aprendendo algo?” Por isso, o italiano brinca que a obra demorou quarenta e oito anos para ser escrita — mas, na verdade, levou três – e todo o lucro foi doado para instituições de caridade.

Em visita ao Brasil, em agosto, vindo diretamente de Genebra, na Suíça, onde vive, Paolo falou exclusivamente à VOCÊ S/A sobre o título e o que é preciso, em sua opinião, para ser feliz no trabalho.

O que é uma carreira de sucesso?

Se seguir a definição convencional do que as pessoas chamam de sucesso — ter dinheiro, ser promovido, ter poder — você estará preparando os ingredientes para ser infeliz a vida inteira. Minha definição está ligada a fazer o que você ama e trabalhar em algo que também ama. Ter paixão pelo o que se faz é extremamente importante. É a mesma coisa em um casamento. Se você casa com alguém por amor, você está preparado para vencer os obstáculos que não ultrapassaria se não fosse por esse sentimento. Citando Mark Twain, “os dois dias mais importantes da sua vida são aquele em que você nasce, e o aquele em que descobre o porquê”.

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Como descobrir sua paixão?

É preciso pensar no que te traz felicidade e energia. Para mim, é ajudar as pessoas. As próximas questões seriam: qual emprego me dará a chance de amparar os outros? E como eu ajudo os outros? A resposta, no meu caso, é atuar em uma organização que faça algo socialmente significativo. Eu sou funcionário do Fórum Econômico Mundial, que tem como missão melhorar a situação do mundo. O propósito do Banco Mundial é diminuir a pobreza globalmente. Eu quero estar em um lugar que não pense apenas em lucro, mas que faça algo bom para a sociedade. É assim que acho minha paixão.

Qual a melhor forma de identificar se a cultura da empresa combina com seus valores pessoais?

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Se eu te oferecer dois empregos, ambos perto de sua casa e ambos com um salário bom, mas se eu te falar que na empresa 1 as pessoas foram promovidas por bons serviços; já na 2 foram promovidas por meio de corrupção. Qual você escolheria? Claro, esses são exemplos extremos — a situação nunca é tão clara assim. Mas você deve avaliar como os profissionais em cargos mais altos subiram de posição; qual a missão, o propósito e a composição da companhia. Veja os números. A organização tem uma equipe diversa? Você se sentiria bem trabalhando em um lugar assim? Analise se a comunicação é transparente e de que forma as entrevistas de emprego são conduzidas. Há a investir em seu aprendizado ou somente em usar seu conhecimento? Eu não atuaria em uma corporação que fabrica cigarros, por exemplo. Meu pai morreu de câncer porque fumava. Tente entender o que a organização realmente faz. Só assim você irá descobrir se se encaixa lá.

E se o profissional consegue o emprego que queria, mas descobre que odeia o trabalho em si. Como lidar com isso?

Reflita: o serviço te ensina algo sobre o que você quer fazer no futuro? Se você não gosta do que faz, mas o emprego poderá te ajudar mais para frente, continue. Se você considera chata as tarefas que realiza, mas aprende, aguente mais um pouco. Mas se o trabalho não te agrega nada, não fique preso a isso.

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