Qual é sua marca pessoal? A resposta pode mudar o rumo da sua carreira
Construir uma boa imagem profissional — dentro e fora da organização — é importante para ganhar a confiança de chefes e colegas e crescer na carreira
A reputação é um dos temas de carreira mais nebulosos. Alguns motivos tornam o conceito complexo. De modo geral, o mundo corporativo atrela o sucesso no trabalho e a evolução na carreira à qualidade técnica das atividades desempenhadas. Logo, quem bate as metas está cumprindo sua missão e, consequentemente, vai se desenvolver. Mas, em minha opinião, esse entendimento focado em resultados é uma visão ingênua.
Isso porque, no dia a dia dos negócios, as pessoas tomam decisões com base nas percepções sobre o outro; e não somente pelo cumprimento ou não das metas. O best-seller de Daniel Kahneman Rápido e Devagar (Objetiva, 69,90 reais) ilustra bem essa questão.
Na obra, ele alerta, inclusive, para o risco de formar rápido demais uma opinião. O fato é que somos seres biologicamente treinados para coletar impressões e nossas decisões sobre pessoas são tomadas com base nessas percepções.
A maneira como alguém se relaciona ou apresenta um trabalho, a postura ao atender às solicitações, a disponibilidade para ajudar e a relação que mantém com colegas de outras áreas moldam a visão de pares e gestores e constroem a reputação.
O grande desafio é tornar esse pilar importante de carreira algo consciente no indivíduo. É despertar em cada uma necessidade de pensar sobre o tema e elaborar suas estratégias, o que exige interesse em descobrir como está a própria imagem — e a tratá-la como parte do trabalho.
E isso não é papel da área de recursos humanos, do chefe ou de algum consultor. O responsável pela construção de uma marca pessoal é o indivíduo. Ele poderá buscar ajuda, mas sempre será o personagem principal.
Reforço aqui que não estamos tratando apenas da visão de um líder sobre seu time. A reputação é a imagem de uma pessoa dentro da organização — e fora dela também, ou seja, no mercado.
Isso inclui redes sociais, empresas em que já trabalhou e até mesmo colegas de universidade. Tudo vai compondo uma marca pessoal.
O protagonista na carreira está sempre atento a isso e pensa em estratégias para cuidar de sua imagem, corrigir distorções e melhorar seu posicionamento.
Para aqueles que acham isso uma conversa sem foco e preferem os números de suas planilhas, sugiro que repensem sobre como são tomadas as decisões de promoção ou desligamento. Reflitam a respeito do que leva um chefe a promover — ou não — alguém.
Basta fazer uma análise cautelosa e veremos que a reputação estará sempre presente nos movimentos de carreira. Faça a pergunta: qual é minha imagem na empresa e no mercado? Reflita sobre a resposta e, se necessário, redesenhe suas atitudes.