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Ações da Tesla (TSLA34) derretem após balanço e amargam dia em Wall Street

Montadora vem diminuindo preços e sacrificando margens para ganhar mercado. Por aqui, pautas políticas dominam no pré-feriado, com agenda de indicadores econômicos esvaziada.

Por Bruno Carbinatto
20 abr 2023, 08h26
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Bom dia!

Elon Musk anda aparecendo bastante no noticiário por conta das recentes e constantes polêmicas no Twitter, é verdade. Mas nesta quinta-feira é a Tesla (TSLA34) quem chama atenção. A montadora divulgou seus resultados do primeiro trimestre do ano ontem, após o fechamento do mercado, e os números mostraram um lucro de US$ 2,5 bilhões no período – uma queda brutal de 24% em relação aos US$ 3,3 bilhões do 1T22.

O lucro reduzido não foi exatamente inesperado – tanto que ficou apenas um pouco abaixo das expectativas. Também não é inexplicável. Pelo contrário: faz parte da estratégia da empresa. A Tesla cortou o preço de seus carros várias vezes no primeiro trimestre, com o objetivo claro de sacrificar as margens de lucro para ganhar mais espaço no mercado, que se torna mais competitivo à medida que várias montadoras apostam nos modelos elétricos.

Resultado: a margem bruta da Tesla encolheu para 19,3%, abaixo dos 22,4% previstos. E Musk já sinalizou que o plano vai continuar e que é o caminho certo para a empresa. Só em abril já rolaram dois cortes nos preços nos EUA, sendo um ontem, logo antes da divulgação do balanço. 

O mercado não parece ter comprado muito a ideia por enquanto. No pré-market de Nova York, as ações da Tesla amanhecem caindo 7%. Por enquanto, os futuros dos índices S&P 500 e Nasdaq também acordaram no vermelho, sinalizando para um dia de amargura em Wall Street.

Na Europa, onde os pregões já ocorrem, outras montadoras também sofrem. Em Frankfurt, BMW e Volkswagen caem quase 3%. Em Paris, Renault também derrete mais de 6%. Por lá ainda pesa a ata do BCE, que saí às 8h30 e deve manter o tom agressivo de combate à inflação via aumentos de juros.

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E no Brasil?

O pré-feriado é esvaziado de indicadores econômicos, tanto por aqui como nos EUA. As pautas políticas devem dominar. Ontem, o primeiro ministro do governo Lula III caiu. Foi Gonçalves Dias, chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Imagens reveladas pela CNN mostram o ex-ministro de certa forma colaborando com os vândalos que invadiram Brasília no dia 8 de janeiro. O general se demitiu ainda ontem.

Agora, a ideia de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o ataque golpista e seus responsáveis ganha força, até mesmo entre os governistas. Antes, o governo preferia uma investigação feita apenas pela Polícia Federal, porque CPIs costumam ser bons palcos para a oposição. Com as novas revelações, isso mudou.

Resultado? Pautas econômicas devem perder força e votações podem ser adiadas. A do arcabouço fiscal, por exemplo, estava prevista para ser um procedimento rápido, ainda no começo de maio, mas agora poderá ser adiada.

O presidente Lula, por sua vez, viaja hoje para Portugal; visitará também a Espanha nos próximos dias. A ideia do petista na Europa é tentar amenizar o mal estar causado com países ocidentais após comentários vistos como pró-Rússia, fugindo da suposta neutralidade do Brasil. A ver se funciona.

Bons negócios e bom pré-feriado.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: -0,66%

Futuros Nasdaq: -0,91%

Futuros Dow: -0,40%

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*às 8h11

market facts

Cerveja mais cara faz receita da Heineken crescer no primeiro tri

A Heineken anunciou, em resultados divulgados nesta quarta-feira (19), que sua receita teve um crescimento orgânico de 8,9% no primeiro trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. O volume de vendas caiu 3%, mas a alta dos preços (de 12,1%) compensou. O resultado surpreendeu analistas porque muitos previam que o aumento dos preços em tempos de custo de vida elevado levaria a um pior desempenho. A própria empresa já havia adiantado, no final de 2022, que esperava tempos duros pela frente. 

Mas consumidores nas Américas e na Europa se mostraram fiéis à cerveja, mesmo mais cara, garantindo o desempenho surpreendente. O Brasil foi destaque positivo: alta de 25% na receita líquida por aqui, sendo que, na contramão do resto do mundo, o volume também subiu. As ações da empresa holandesa fecharam em alta de quase 4% após a divulgação dos resultados.

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Agenda

8h30 Banco Central Europeu divulga ata da sua última decisão monetária

9h30 Departamento do Trabalho dos EUA divulga número de novos pedidos de seguro-desemprego

Vários dirigentes do Fed participam de eventos hoje: Christopher Waller (13h); Loretta Master (13h), Michelle Bowman e Lorie Logan (16h), Raphael Bostic (18h) e Patrick Harker (20h45)

Europa

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Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,41%

Bolsa de Londres (FTSE 100):  -0,20%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,78%

Bolsa de Paris (CAC): -0,46%

*às 8h17

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,28%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,18%

Hong Kong (Hang Seng): 0,14%

Commodities

Brent: -1,43%, a US$ 81,93 o barril

*às 8h04

Minério de ferro: -2,62%, cotado a US$ 110,64 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

*às 7h10

Vale a pena ler:

Bancos: por que eles quebram?

As recentes derrocadas do SVB e do Credit Suisse trouxeram à tona o fantasma de 2008. Na reportagem de capa da edição de abril da Você S/A, explicamos como funcionam as entranhas do sistema bancário, por que as crises parecem ser tão recorrentes e as razões para evitar que instituições financeiras fechem as portas. Leia aqui.

Como outros países isentam impostos de compras internacionais

Após ampla repercussão negativa, o governo Lula voltou atrás e não vai mais acabar com a isenção do imposto de importação nas transações entre pessoas físicas de até US$ 50. Antes, a gestão petista considerou a medida porque argumentam que empresas se passam por pessoas físicas e essa brecha para vender produtos para o Brasil sem pagar o imposto. 

A isenção de tributação em casos de produtos de valor baixo é comum mundo afora – mas os limites variam. No Chile, por exemplo, é só de US$ 30. Nos EUA, US$ 800. Entenda como a dinâmica funciona em outros países nesta matéria da BBC Brasil.

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Brasil: Usiminas, antes da abertura do mercado

EUA: American Express e AT&T, antes da abertura do mercado

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