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Deutsche Bank vira a bola da vez, e mercado global derrete

Ações do maior banco da Alemanha amanhecem em queda de 14%, com temor por calote. Bolsas europeias caem mais de 2%. Futuros dos EUA acompanham ladeira abaixo. Petróleo tomba 4%. IPCA-15 desacelera para 0,69% em março.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 24 mar 2023, 09h14 - Publicado em 23 mar 2023, 18h01
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Depois da ruína do SVB e do Credit Suisse, a bola da vez parece ser o Deutsche Bank. As ações do maior banco da Alemanha amanheceram em queda de 14%. Cresce o temor de que a instituição esteja à beira de dar um calote em seus títulos de dívida. É que o custo do seguro para se proteger de eventuais calotes subiu 40% da noite para o dia (tais seguros são os credit default swaps, CDSs, que ganharam fama na crise de 2008). 

É isso: não há uma declaração do banco assumindo que está em maus lençóis nem nada. Mas, se a demanda por CDSs do banco bombou de uma hora para a outra, é sinal de alguma informação nesse sentido  circula entre agentes financeiros. 

E no mundo do dinheiro ninguém obedece ao conselho mais clássico das mães –  o “se todo mundo pular pela janela, você não vai pular”. O fato é que todo mundo pula mesmo. Nisso, os CDSs entraram numa espiral para cima; as ações, para baixo e o mercado como um todo acorda suicida: queda generalizada nas bolsas europeias, com os principais índices caindo tanto quanto o Ibovespa tombou ontem (mais de 2%) e os futuros dos EUA, que dão o tom do humor do mercado para o resto do dia apontando firmemente para baixo (-0,8% nos do S&P 500). 

“O mercado estava de olho no Deutsche Bank há um tempo, da mesma forma que já estava com o Credit Suisse”, disse à Reuters Stuart Cole, economista chefe do britânico Equiti Capital (é com “i” mesmo esse “equiti”, não com “y”). “O banco passou por reestruturações e trocas de comando sem que elas realmente tenham funcionado”. 

De fato. Mesmo antes dos 14% de hoje, as ações do Deutsche Bank já acumulavam 40% de queda desde novembro do ano passado. A diferença é que agora o temor é de um câncer no sistema bancário global. 

Um temor reforçado pelo fato de que o ministério da justiça dos EUA investiga o UBS e o Credit Suisse por terem ajudado oligarcas russos a driblar sanções americanas. Ou seja: talvez não falte mesmo sujeira debaixo do tapete dos bancos mais emblemáticos do mundo. E a confiança nos bancos como um todo evapora, a economia vira pó. Este é o sinal que as bolsas dão nesta manhã.

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O pânico reflete-se no índice DXY, que mede a oscilação do dólar ante outras seis moedas fortes. Quando a situação é crítica, a demanda pela moeda americana cresce, mesmo entre os agentes que têm suas reservas em euro, libra etc. Nesta manhã, o DXY sobe 0,65%. 

Por aqui, o dólar abriu numa alta equivalente: 0,64%, a R$ 5,32. 

Outra amostra da paúra generalizada é a cotação do petróleo, em queda de 4% nesta manhã, a US$ 72,89. No mês, a queda já é de 13%.   

IPCA-15

A prévia da inflação de fevereiro desacelerou para 0,69% em março, ante 0,76% em fevereiro. O resultado vem em linha com a mediana das projeções da Broadcast, que apontava para 0,67%.

Nos últimos dose meses, a alta baixou de 5,63% para 5,36%. Boa notícia para os juros futuros.

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Bons negócios.  

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Humorômetro - dia com tendência de baixa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

S&P 500: -0,85%

Nasdaq: -0,47%%

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Dow Jones: 1,05%

*às 8h20

market facts

Bitcoin: alta de 45% e alerta da “CVM dos EUA”

Desde o dia 10 de março, quando o banco SVB, da Califórnia, ruiu, o Bitcoin experimenta uma alta de 45% – do sul dos US$ 20 mil para os norte dos US$ 28 mil. É uma reação natural. A mãe de todas as criptomoedas surgiu para funcionar como uma alternativa ao dinheiro comum, o que circula pelos bancos. Logo, a demanda por ela cresce em momentos de estresse do sistema bancário. 

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A SEC (CVM dos EUA) aproveitou o momento para soltar um comunicado que ressalta riscos inerentes às criptos. “Em particular, nenhuma entidade que administra criptoativos está registrada na SEC como uma bolsa nacional de valores mobiliários (tal qual a NYSE ou a Nasdaq). E nenhuma bolsa opera criptoativos”, diz a entidade. “Como resultado, quem investe em cripto talvez não conte com o benefício de regras que protegem contra fraude, manipulação e outras más condutas”.

Em outras palavras: “Se tomar chapéu, não conte com a gente”.

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -2,50%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -2,04%

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Bolsa de Frankfurt (Dax): -2,45%

Bolsa de Paris (CAC): -2,39%

*às 8h26

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,30%

Hong Kong (Hang Seng): -0,67%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,13%

Commodities

Brent: -3,98% a US$ 72,89 o barril

*às 8h26

Minério de ferro: 0,29%, a US$ 126,12 a tonelada, na bolsa de Dalian

*às 7h00

Vale a pena ler:

Como declarar ganhos com ações no IR 

Vamos direto para um exemplo prático. Você comprou R$ 70 mil em ações e vendeu dois anos depois por R$ 100 mil. R$ 30 mil de lucro. Beleza, vai ter de pagar imposto. Primeira coisa: entre imediatamente no SicalcWeb, um site da Receita Federal, e emita um DARF. “Imediatamente” porque, se você vendeu no dia 21 de setembro, você só vai ter até 30 de outubro para pagar – e é fácil esquecer (…). 

Para ler até o final, clique aqui. Neste pequeno guia da Você S/A, mostramos como se acertar com o leão – em linguagem papo-reto, sem labirintos contábeis.

Temporada de balanços
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Após o fechamento: Cemig

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