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Apple cai 3,11%% no pré-mercado enquanto investidores esperam o payroll

Bolsa brasileira pode subir no vácuo do feriado, mas depende dos humores da Faria Lima com a reforma tributária.

Por Tássia Kastner e Sofia Kercher
3 nov 2023, 08h14
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 (Tiago Araújo/Você S/A)
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Bom dia!

A animação – ou não – desta sexta-feira será garantida pelos dados de emprego dos Estados Unidos. Economistas consultados pela Bloomberg esperam que o desemprego no país tenha permanecido em 3,8% no mês de outubro.

Os dados importantes são outros. Investidores querem saber se os salários continuam desacelerando, um sinal de que a economia americana finalmente está respondendo aos juros altos. 

Na quarta-feira, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que dados mais fracos de emprego podem ser uma razão para que o BC americano não precise promover mais um aumento na taxa de juros do país, em salgados 5,5% ao ano. O problema é que esse cenário de um mercado de trabalho menos aquecido não tem se concretizado.

Não significa que a economia toda esteja voando. Na noite de ontem, a Apple divulgou os resultados do terceiro trimestre. A maçã faturou US$ 89,5 bilhões no 3º trimestre, queda de 1% na comparação com um ano antes, mas acima das estimativas do mercado, que previam receita de US$ 84,3 bilhões. O lucro cresceu 11%.

Ainda assim, as ações da companhia começaram a manhã no negativo, caindo 3,11% no pré-mercado. O motivo é que parte da queda da receita foi causada pela queda nas vendas na China, onde os aparelhos da companhia têm perdido espaço para a concorrente Huawei.

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Não só isso. A companhia estima que haverá uma desaceleração e receita estagnada no quarto trimestre, período em que as vendas do novo iPhone deveriam deslanchar.

Acontece que a Apple é a maior empresa do mundo e tem o maior peso sobre o S&P 500 e o Nasdaq. Resultado: os futuros dos dois índices começam esta sexta em baixa, espalhando pessimismo pelo mercado.

A notícia boa é que o Brasil pode desviar da queda. São dois motivos para isso. O primeiro é que minério de ferro subiu no mercado asiático, o que sempre impulsiona Vale e outras metaleiras da bolsa.

A segunda razão é matemática: ontem, enquanto a Faria Lima curtia seu feriado, o EWZ subiu 2,87%. Hoje ele amanhece em baixa de 0,25%. Mas, na prática, o Ibovespa tem espaço para correr atrás do tempo e da alta perdidos ontem.

Isso, claro, a depender dos ânimos da Faria Lima com Brasília. Nesta sexta, a discussão gira em torno da reforma tributária. Alterações mais recentes no texto podem elevar a alíquota geral do IVA, o novo imposto. A estimativa é de que ela vá 27,5% por causa das exceções criadas a grupos específicos. 

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A ver como o mercado financeiro vai digerir a novidade ruim. Bons negócios.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros do S&P 500: -0,16%

Futuros do Nasdaq: -0,37%

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Futuros do Dow Jones: 0,01% 

*às 7h41

market facts

Starbucks perde licença para operar no Brasil

A empresa SouthRock Capital entrou com um pedido de recuperação judicial nesta terça-feira (31), com dívidas que giram em torno de R$ 1 bilhão. Ela comanda as operações da Starbucks, Subway e Eataly no Brasil.

Os motivos listados pela empresa são muitos. Instabilidade no país, volatilidade da taxa de juros, constantes variações cambiais. Mas a gota d’água mesmo rolou no começo de outubro. A sede da Starbucks enviou um documento à empresa anunciando o fim do contrato que permite explorar a marca no Brasil, já que não estava recebendo royalties pelo seu uso.

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A rede fornece R$ 50 milhões para o caixa da empresa por mês. Com a perda da licença (recebida com “absoluta surpresa”, segundo o pedido), o grupo não teve outra opção. Agora, a SouthRock pediu que o direito de uso da marca se mantenha pelo menos até o fim de um processo de mediação — mas ainda não obteve retorno. Aos fãs da rede, nossos pêsames.

Agenda

06h: Taxa de desemprego da Zona do Euro de setembro

09h30: EUA divulgam payroll de outubro

14h30: BC publica fluxo cambial 

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Europa

          • Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,02%
          • Londres (FTSE 100): 0,05%
          • Frankfurt (Dax): 0,24%
          • Paris (CAC): -0,05%

          *às 7h41

          Fechamento na Ásia

          • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,84%
          • Hong Kong (Hang Seng): 2,52%
          • Bolsa de Tóquio (Nikkei): fechada

          Commodities

          • Brent*: -0,10%, a US$ 86,76
          • Minério de ferro: 0,43%, a US$ 126,36 na bolsa de Dalian 

          *às 7h40

          Vale a pena ler:

          Americanos continuam ranzinzas com a economia

          O PIB dos Estados Unidos cresceu 4,9% no terceiro trimestre deste ano -– mais que o dobro do ritmo do segundo trimestre. Em agosto, a porcentagem da população entre os 15 e os 64 anos com empregos atingiu o pico pré-pandemia. Ainda, a julgar por dados do Gabinete de Orçamento do Congresso americano, a produção econômica não só recuperou todo o terreno perdido durante a pandemia, mas também está acima de onde estaria se ela nunca tivesse acontecido.

          Apesar do aquecimento econômico, as últimas pesquisas de confiança mostram um cenário, no mínimo, deprimente. Um inquérito realizado pelo Wall Street Journal em agosto aponta que 69% dos entrevistados acham que o país está caminhando na direção errada. Os índices de aprovação do presidente Biden estão abaixo de 40%, e a aprovação pela sua gestão da economia é ainda mais baixa. Para entender o porquê do comportamento ranzinza, vale a leitura esta reportagem do WSJ.

          -
          (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

          Após o fechamento: CVC 

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