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Apple divulga lucro recorde de US$ 34,6 bilhões no trimestre, e indica que a crise dos chips está no fim

Mesmo assim, o mercado global acordou desanimado. Por aqui, a boa notícia vem da China: alta de 5,59% no minério de ferro.

Por Alexandre Versignassi, Guilherme Jacques
28 jan 2022, 08h34
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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A Apple divulgou ontem à noite o maior lucro de sua história para um trimestre: US$ 34,6 bilhões, sobre um faturamento de US$ 123,9 bilhões. E o resultado não diz respeito apenas à Apple, mas à economia global como um todo.

É que o Iphone é um pesadelo logístico. Leva componentes de 43 países. E a Apple vinha sofrendo com o gargalo no fornecimento de componentes eletrônicos – o mesmo que deixou as concessionárias sem carros. O fechamento de fábricas durante os lockdowns lá atrás acabou com os estoques globais. Como a produção de ítens complexos leva mais tempo do que o normal para se restabelecer, em 2021 veio a crise da “falta de chips”.

O recorde de lucro anterior da Apple tinha vindo no último trimestre de 2020. Depois foi caindo. Assim: 

4T20: US$ 28,76 bilhões

1T21: US$ 23,63 bilhões 

2T21: US$ 21,74 bilhões 

3T21: US$ 20,55 bilhões 

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E agora, no 4T21, os US$ 34,63 bilhões. Uma alta de 68% sobre o trimestre anterior (nota: a Apple considera o trimestre encerrado em dezembro do ano anterior como “primeiro trimestre de 2022”. É que o ano fiscal da empresa vai de setembro a setembro – por isso você vê no noticiário que “a Apple teve lucro recorde no 1T22, mesmo ainda faltando mais de dois meses para o encerramento do primeiro trimestre de 2022).

Enfim. O fato é que o lucro recorde da empresa de Tim Cook mostra que a crise dos chips pode estar perto do fim. Analistas dizem que a Apple obtém certas vantagens na cadeia produtiva, dado o volume de aparelhos que vendem – são 1,8 bilhões de gadgets ativos no mundo hoje, entre iPhones, relógios e computadores (300 milhões a mais do que há dois anos). 

Mas analistas também disseram que o iPhone 13 floparia, por ser “muito parecido” com o iPhone 12. Aí soa como o seu Zé do bar da esquina criticando a performance da Fernanda Montenegro. Os números mostram que a Apple sabia o que estava fazendo. 

E, sim, indicam que a economia mundial pode ter um caminho mais suave à frente, sem os gargalos de produção. Ainda assim, os índices futuros nos EUA começam o dia em baixa de novo – a bolsa americana, pelo jeito, precisa de mais notícias positivas para estancar o sell off que vem a reboque das altas nos juros por lá. 

Por aqui, na commodilândia, o dia começa começa quente: alta de 5,59% no minério de ferro lá no porto chinês de Qingdao (referência global para os preços da matéria prima). E isso é algo que, por si só, pode levar o Ibovespa a um quarto dia seguido de alta.  

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Boa sexta.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros S&P 500: -0,25%

Futuros Nasdaq: 0,14%

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Futuros Dow: -0,33%

*às 8h03

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -1,98%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -1,40%

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Bolsa de Frankfurt (Dax): -1,99%

Bolsa de Paris (CAC): -1,65%

*às 8h02

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -1,21%

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Bolsa de Tóquio (Nikkei): 2,09%

Hong Kong (Hang Seng): -1,08%

Commodities

Brent: 0,41%, a US$ 89,71*

Minério de ferro: 5,59%, a US$ 147,42, no porto de Qingdao na China

*às 7h58

Agenda

9h – IBGE divulga a taxa de desemprego do trimestre até novembro. O mercado espera uma queda dos atuais 12,1% para 11,6%.

14h30 – Governo divulga os números da arrecadação federal, que deve registrar o primeiro superávit primário para dezembro em sete anos.

15h – O secretário do Tesouro, Paulo Valle, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, comentam os resultados em entrevista coletiva.

market facts

Follow-on da Arezzo

A Arezzo (ARZZ3) anunciou que irá realizar uma nova oferta de ações para captar recursos. A companhia pretende emitir 7,5 milhões de papéis e obter R$ 615 milhões com o follow on – o primeiro desde o IPO, realizado há 11 anos. Com os recursos, a empresa vai investir na abertura de lojas, no aumento da capacidade logística, em tecnologia e na expansão da capacidade fabril. Além disso, pretende seguir indo às compras – nos últimos dois anos, a Arezzo adquiriu as marcas de moda Reserva e Carol Bassi.

O banco de investimentos Goldman Sachs avaliou positivamente o movimento e reiterou a recomendação de compra das ações. Segundo a instituição, elas devem crescer 38% em 12 meses. O mercado, porém, não reagiu com tanta empolgação e os papéis caíram -2,73% no pregão de ontem.

Deu ruim na venda da Braskem

Depois de anunciarem a precificação das ações para esta quinta-feira, Petrobras e Novonor (ex-Odebrecht) decidiram adiar a venda de suas participações na Braskem (BRKM5). Segundo a Reuters, fontes ligadas ao negócio dizem que as companhias consideraram baixa a demanda de investidores e os preços sugeridos por eles para os papéis. Discutia-se a negociação das ações por R$ 40 – menos que os R$ 46,51 (-2,70%) do fechamento de ontem.

O plano das acionistas majoritárias era vender simultaneamente 154,8 mil papéis negociados na B3 e seus equivalentes na Nyse, as ADRs, movimentando em torno de R$ 8 bilhões. A Novonor, em recuperação judicial, usaria os recursos obtidos para quitar dívidas relacionadas ao processo. Já a Petrobras reforçaria seu plano de desinvestimento para concentrar esforços no pré-sal.

Vale a pena ler:

Mais robôs, mais empregos

À medida que a tecnologia avança, crescem os rumores de como e em que proporção a automação poderia extinguir empregos. Quando a pandemia começou, muitos apostaram que ela iria acelerar esse processo – afinal, robôs e máquinas não adoecem. Porém, dois anos depois, a normalização dos índices de desemprego e a escassez de mão de obra em países ricos mostram que isso não ocorreu. Agora, pesquisadores miram justamente no oposto: a automação seria capaz de ajudar na criação de empregos. Leia a reportagem da The Economist.

Magalu vs Casas Bahia

Nesta quinta-feira, quando Magalu (MGLU3) e a Via (VIIA3), dona da Casas Bahia, figuraram entre as maiores altas do Ibovespa, o Valor Econômico revelou que as duas se enfrentam na justiça. Cada uma, em um processo diferente, acusa a outra de concorrência desleal e desrespeito às leis de propriedade intelectual. É que ambas teriam pago ao Google para vincular seus anúncios à marca da concorrente e expô-los com prioridade durante buscas, a fim de desviar o fluxo de clientes. Leia aqui.

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(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Nos EUA, antes da abertura de mercado, saem os balanços de Caterpillar e da Chevron.

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