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Barril vai a US$ 130 com chance real de embargo ao petróleo russo

Conversas sobre proibir o óleo vindo da Rússia estão adiantadas. País de Putin responde por 25% das importações europeias da commodity.

Por Juliana Américo, Alexandre Versignassi
Atualizado em 7 mar 2022, 08h16 - Publicado em 7 mar 2022, 08h15
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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As bolsas começam a semana despencando agora que a possibilidade de EUA e União proibirem a importação de petróleo russo é real. 

Ontem, numa entrevista para a CNN, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que conversou com Joe Biden e que já foi convocada uma reunião do Conselho de Segurança Nacional para decidir sobre o assunto. “Estamos conversando com nossos parceiros e aliados europeus para examinar de forma coordenada a possibilidade de proibir as importações de petróleo russo, mas garantindo que haja uma oferta suficiente de petróleo no mercado”, disse.

Nota: o embargo seria só ao petróleo, não ao gás natural. 40% do gás usado na Europa vem da Rússia, e os europeus não vêem condições para abrir mão desse fornecimento. 

A medida contra o petróleo de Putin já era um dos maiores temores do mercado, tanto que a commodity fechou a semana passada com alta de 25,5% – o maior salto semanal no preço desde 1974. E alta seguiu ao longo do final de semana. Depois da fala de Blinken, a commodity voltou a cotações que não eram vistas desde 2008, a época das maiores cotações da história. Bateu em US$ 130 (alta de 10,24% em relação ao pregão de sexta). Neste momento, ronda os US$ 126.

O motivo você vê nas tabelas aqui embaixo. 

Maiores exportadores de petróleo e derivados para a Europa

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  1. Rússia: 24,7%
  2. Noruega: 9,1%
  3. Casaquistão: 8,9%  
  4. EUA: 8,4%
  5. Líbia: 8,3%
  6. Nigéria: 6,8%

Outros: 33,8%

* dados do primeiro semestre de 2021, Eurostat

Maiores exportadores de petróleo e derivados para os EUA*:

  1. Canadá: 52%
  2. México: 11%
  3. Rússia: 7% 
  4. Arábia Saudita: 7%
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*dados de 2020, EIA

——

Ou seja: um embargo ao petróleo russo deixaria a Europa, e mesmo os EUA, sem boa parte do fornecimento de petróleo e derivados (gasolina, diesel) que têm hoje. Para manter a situação sob controle, seria necessário acabar com o embargo ao petróleo iraniano. Mas, por enquanto, as conversas nessa direção não progrediram. Nisso, o preço do petróleo vai subindo, sem freio.  

Para a economia, o perigo é que o petróleo a preço de ouro gere uma estagflação global: inflação sem crescimento econômico (fenômeno que o Brasil conhece bem, e que traz consequências nefastas – a começar pelo aumento da pobreza). 

Por aqui, o governo deve intensificar a campanha para lançar um programa de subsídio na tentativa de minimizar o aumento dos preços. A ideia é estabelecer um valor fixo para os combustíveis e o governo subsidiar a diferença desse valor com o preço internacional do petróleo. Enquanto o Ministério de Minas e Energia defende a proposta, o Ministério da Economia é contra. 

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Enquanto isso, lá no front, Rússia e Ucrânia devem realizar uma terceira rodada de negociações, ainda que as esperanças de um cessar-fogo sejam baixas. No sábado, Putin concordou em interromper os ataques para permitir que civis deixem as cidades de Mariupol e Volnovakha. Mas as autoridades ucranianas interromperam as evacuações e acusaram o exército russo de não cumprir com o acordo. 

Nesta manhã, o presidente da Ucrânia disse a seus cidadãos para esperarem por mais bombardeios russos ao longo do dia.  

Boa semana, na medida do possível. 

Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros S&P 500: -1,62%

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Futuros Nasdaq: -1,70%

Futuros Dow: -1,55%

*às 7h55 

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -2,36%

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Bolsa de Londres (FTSE 100): -1,51%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -3,14%

Bolsa de Paris (CAC): 2,73%

*às 7h45

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -3,19%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -2,94%

Hong Kong (Hang Seng): -3,87%

Commodities

Brent: 7,91%, a US$ 126,02

*às 7h45 

Agenda

8h25 O Banco Central divulga o Boletim Focus com as expectativas atualizadas do mercado para juros, inflação, dólar e PIB. 

market facts

Dança das cadeiras

A Petrobras terá um novo presidente para o seu conselho de administração e alguns nomes já estão sendo cotados. Entre eles, está o engenheiro Rodolfo Landim, presidente do Flamengo desde 2019 e indicação de Jair Bolsonaro. Landim é ex-funcionário de carreira da estatal, onde trabalhou por 26 anos, e também foi presidente da BR Distribuidora durante o 1º mandato de Lula. No ano passado, foi denunciado por gestão fraudulenta e envio indevido de recursos ao exterior, que teriam causado prejuízo de R$ 100 milhões a fundos de pensão. O atual presidente do conselho, almirante Eduardo Bacellar Ferreira, alegou motivos pessoais para deixar o cargo.

Efeitos da guerra

As fabricantes de alimentos estão sentindo na pele os efeitos causados pela invasão russa à Ucrânia. É o caso da M. Dias Branco – dona das marcas Adria, Piraquê e Vitarella – já perdeu R$ 718 milhões em valor de mercado em  apenas uma semana de guerra. Nos últimos sete dias, as ações da companhia registraram uma queda acumulada de 8,92%. As sanções impostas à Rússia atingiram em cheio o mercado global de cevada, trigo e milho, que já sente a alta nos preços das commodities.

Vale a pena ler:

NFT ucraniana

O governo da Ucrânia planeja criar sua própria coleção de NFTs para financiar seus esforços de guerra. Desde o início da invasão russa, o país pede por transferências em bitcoin, ethereum e cia – já foram doados US$ 50 milhões em cripto. Conforme relata a Folha de S. Paulo, Gavin Wood, cofundador da Ethereum, doou US$ 5,8 milhões para o país; e organizações autônomas estão se mobilizando para aumentar as arrecadações. Leia a matéria completa

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