Bitcoin supera os US$ 41 mil pela primeira vez desde abril de 2022
Alta da cripto combina aposta antecipada de queda de juros nos EUA e um aval da SEC para a criação de ETFs de Bitcoin.
Bom dia!
Não são só as ações que passam por um período de recuperação: nesta segunda, o Bitcoin é negociado acima dos US$ 40 mil pela primeira vez desde abril de 2022, o período que antecedeu o colapso da cripto-picaretagem TerraUSD.
O pano de fundo para a alta é o mesmo que levou a uma subida das bolsas, a ideia de que haverá espaço para o Fed começar o corte de juros nos Estados Unidos ainda no começo do próximo ano. Um aumento adicional na “Selic” gringa, hoje em 5,5% ao ano, é carta fora do baralho de Wall Street.
Juro mais barato significa dinheiro mais barato para investimentos mais arriscado – e para jogar no cassino das criptomoedas. Daí a subida do Bitcoin. O Ethereum, segundo maior cripto do mundo, também avança nesta manhã.
Uma segunda explicação para a alta do Bitcoin é a aposta pesada de que a SEC (a CVM americana) poderá finalmente autorizar a criação de ETFs de Bitcoin. A expectativa é de que o aval saia em janeiro, quando vence o prazo que a autarquia tem para julgar uma parte dos pedidos de ETFs.
Essa é uma especulação que ganhou corpo em novembro e criou uma leitura sui generis do mercado. Há quem diga que grandes gestoras, como a BlackRock, já estão comprando a moeda em uma antecipação de uma decisão favorável da SEC. Mas, claro, no mundo selvagem das criptos, há muita gente jogando informações ao vento tentando manipular o mercado.
De qualquer forma, na semana passada, a SEC informou ter se reunido com gestores da Grayscale (que tem um fundo de cripto e tenta convertê-lo em ETF), da BlackRock e da Nasdaq, o que serviu como mais um sinal de que os ETFs poderão ser aprovados.
A alta do Bitcoin nesta segunda contrasta com os sinais vermelhos nos futuros de Nova York e com as quedas do petróleo e do minério de ferro. A queda das duas commodities tende a pesar sobre o Ibovespa, ainda que o índice venha conseguindo desviar da turbulência no mundo do óleo. Que assim prossiga a semana. Bons negócios.
Futuros S&P 500: -0,29%
Futuros Nasdaq: -0,40%
Futuros Dow Jones: -0,19%
*às 8h09
Profissão? Herdeiro
Um novo estudo da UBS semana passada avaliou a fortuna de 137 pessoas que se tornaram bilionárias em 2022 — 53 via herança e 84 por conta própria.
No total, os herdeiros receberam US$ 150,8 bilhões. E, apesar de estarem em maior número, as pessoas que se tornaram bilionárias por conta própria acumularam US$ 140,7 bilhões — cerca de 7% a menos. Essa é a primeira vez que os bilionários herdam mais fortuna do que criam desde que a pesquisa começou a ser publicada, em 2014.
E a tendência é que isso continue crescendo: estima-se que, nas próximas 2 a 3 décadas, mais de mil bilionários transfiram US$ 5,2 trilhões para a próxima geração.
Alguns fatores explicam a inversão. Segundo os especialistas da UBS, além do boom do setor tech, o crescimento dos países emergentes e uma valorização dos mercados financeiros nos últimos 20 anos, os juros elevados no globo tornam mais difícil criar riqueza a partir da economia real. Portanto, a tendência é que cada vez mais a receita para se tornar bilionário seja, bem, nascer rico.
Alemanha: Lula e chanceler alemão, Olaf Scholz, dão coletiva conjunta
Previdência decide teto de juro de consignado
Alesp pode votar privatização da Sabesp
08h25: Pesquisa Focus do BC
08h30: BC divulga déficit em conta-corrente de outubro
14h: Campos Neto participa do programa LiveBC
16h: Campos Neto palestra em seminário do Coaf
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,19%
- Londres (FTSE 100): -0,41%
- Frankfurt (Dax): 0,01%
- Paris (CAC): -0,24%
*às 8h09
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,65%
- Hong Kong (Hang Seng): -1,09%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,60%
- Brent*: -0,70%, a US$ 78,33
- Minério de ferro: -1,14%, a US$ 134,25 por tonelada na bolsa de Dalian
*às 8h07
Problemas na Fantástica Fábrica de Chocolate
O mundo tem dois pesos pesados no cacau: Costa do Marfim e Gana. Ambos os países africanos são responsáveis por 60% do cacau do mundo. Mas esta reportagem da Bloomberg mostra como a crise climática e consequente excesso de chuva estão destruindo plantações e atrasando as colheitas em ambos os países — fazendo com que o preço do produto chegue às prateleiras até 46% mais caro.