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Black Friday! Ações da Magalu e das Casas Bahia entram em liquidação

BHIA3 tomba 8,62%; MGLU3, 8,29%. Entenda por quê. Já o Ibovespa cai 0,84%, mas termina a semana em alta.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 25 nov 2023, 18h01 - Publicado em 24 nov 2023, 18h42
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 (Kauan Machado/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Pois é. Quem acabou com preço baixo mesmo nesta Black Friday foram os papéis das Casas Bahia e da Magalu. Queda de 8,29% para MGLU3, a R$ 1,99, e de 8,62% para BHIA3, a R$ 0,53. 

Só para desentupir a memória: no pico, em 2020, negociava-se Casas Bahia (então Via Varejo) a R$ 21 (desde então, cai 97%); Magalu, a R$ 27 (-92% até agora).

O gatilho para o novo escorregão foi o rebaixamento da nota de crédito das Casas Bahia (BHIA3) pela S&P, a agência de classificação de risco. O rating caiu de br-A para br-BBB-. Ou seja: quatro posições, já que entre essas duas notas existem a br-A-, a br-BBB+ e a br-BBB (o “br” significa que essa é uma nota de crédito já “tropicalizada” – ela não embute o risco inerente ao câmbio que uma ação negociada em reais representa para investidores gringos).   

Como cereja para esse bolo, a S&P ainda cravou uma perspectiva negativa para futuros ratings – dando a entender que, se tudo continuar como está, virão mais rebaixamentos por aí. 

E como as coisas estão? Bom, no último balanço, do 3T23, Casas Bahia apresentou um senhor prejuízo: R$ 836 milhões – um buraco quatro vezes mais fundo que o do 3T22, que tinha fechado com um prejuízo de R$ 203 milhões. 

A S&P amparou sua decisão justamente nesse resultado fraco. Mas vale lembrar que a alavancagem da empresa, neste momento, é pequena: está em 0,5x o ebitda (algo abaixo de 2x, em geral, é considerado saudável).

Seja como for, o rebaixamento veio. E respingou na concorrente Magalu, que também opera no vermelho. O 3T23 do magazine veio com um prejuízo líquido ajustado (ou seja, que tira da conta ganhos não recorrentes) de R$ 143 milhões. Ainda assim, trata-se de uma redução. No 3T22 o rombo tinha sido 33% maior, R$ 191 milhões. 

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Mas paira sobre MGLU3 o fantasma do erro contábil que levou a uma diminuição de R$ 830 milhões no patrimônio líquido – uma falha investigada, descoberta e divulgada pela própria varejista, como também vale lembrar, e que afeta ainda mais o papel num mercado traumatizado pela Americanas. 

Ibovespa: -0,84%

Num dia com baixo volume de negócios (R$ 17 bilhões, pouco mais da metade de um pregão normal), o Ibovespa fechou em queda de 0,84%. A semana, pelo menos, terminou no azul (ou no verde, dependendo da sua preferência cromática): 0,60%, a 125.552 pontos. 

A razão do baixo volume foi o mercado ter operado só em meio período nos EUA – por conta do feriado prolongado de Ação de Graças, que começou ontem. Às 15h daqui (13h de lá), NY já tinha fechado a lojinha, e com o S&P 500 andando de lado: 0,06%.

No Brasil, o que pegou foi o veto de Lula à desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia (veja quais lá no pé da página). Esse incentivo fiscal, implantado em 2012 para fortalecer a criação de empregos, tinha passado por sua prorrogação mais recente em outubro, com ampla maioria no Congresso. 

O veto em si é até bem vindo do ponto de vista fiscal, mas não do político. Já que trata-se de Lula batendo de frente com a Câmara e o Senado, num momento em que o governo depende de aprovações para ampliar sua arrecadação. O Congresso agora se movimenta para derrubar o veto. Sextemos com essa briga.  

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E até segunda.

 

MAIORES ALTAS 

Gol (GOLL4): 3,31%

CVC (CVCB3): 2,77%

TIM (TIMS3): 1,79%

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Carrefour (AZUL4): 1,74%

Carrefour (MRFG3): 1,44%

 

MAIORES BAIXAS

Magazine Luiza (MGLU3): -8,29%

Casas Bahia (BHIA3): -8,62%

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Locaweb (LWSA3): -6,45

Cemig (CMIG4): -4,09%

Grupo Soma (SOMA3): -3,67%

 

Ibovespa: 0,84%, aos 125.517 pontos. Na semana, 0,60%

 

Em Nova York

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S&P 500: 0,06%, a 4.559 pontos

Nasdaq: 0,11%, a 14.250 pontos

Dow Jones: 0,33%, a 35.390 pontos

 

Dólar: –0,17%, a R$ 4,89. Na semana, -0,15%

 

Petróleo 

Brent: -0,94%, a US$ 80,48

WTI:  -0,68% US$ 75,54

 

Minério de ferro: 0,61%, a US$ 137,72 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

 

Nota de pé de página. Os 17 setores da economia com a folha de pagamentos desonerada: 1) confecção e vestuário, 2) calçados, 3) construção civil, 4) call center, 5) comunicação, 6) construção e obras de infraestrutura, 7) couro, 8) fabricação de veículos, 9) máquinas e equipamentos, 10) proteína animal, 11) têxtil, 12) tecnologia da informação (TI), 13) tecnologia da informação e comunicação (TIC), 14) projeto de circuitos integrados, 15) transporte metroferroviário de passageiros, 16) transporte rodoviário coletivo e 17) transporte rodoviário de cargas. Fonte: Agência Senado

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