Bolsas começam a semana andando de lado, à espera de mais balanços de bancos e PIB da China
Futuros do S&P 500 operam próximos ao 0,00%. EWZ, ETF que acompanha o Ibovespa em Nova York, cai 0,92%.
A alta de 5,41% do Ibovespa na semana não configura exatamente um bull market. Foi só uma ricocheteada lá do fundo poço. No ano, o Ibovespa ainda cai 3,4%, versus alta de 7,7% no S&P 500. E o cenário para hoje não é alvissareiro. O ETF EWZ, que segue o Ibovespa e cuja demanda serve de parâmetro para o apetite do investidor gringo em relação ao Brasil, opera em franca queda: -0,92%, ante 0,05% do S&P 500 e -0,04% da Nasdaq.
Os índices americanos abrem a semana em compasso de espera, equilibrando o alívio com a perda de força da inflação com o receio de que país entre em recessão. E à espera de mais balanços.
Depois de JP Morgan, Citi e Wells Fargo terem apresentado resultados acima das expectativas, os outros três maiores bancos dos EUA mostram seus números nesta semana: Bank of America e Goldman Sachs na terça e Morgan Stanley na quarta. Terça também tem Netflix. Quarta, a sempre aguardada Tesla. E na sexta é dia da Procter, cujo balanço também serve para medir a saúde do varejo americano.
Para hoje, a expectativa maior é com o PIB da China: os números do primeiro trimestre saem na noite de hoje. A previsão, de acordo com a pesquisa da agência de notícias Refinitiv, é para uma alta de 4% em relação ao 1T22.
Por aqui, sai nesta manhã o IBC-BR de janeiro. O índice de atividade econômica do Banco Central, divulgado mensalmente, serve como uma prévia do PIB, que só sai de três em três meses. O consenso Refinitiv aponta para uma queda de 0,15%.
Enquanto isso, Lula nada de braçada contra o Ocidente. Depois de mais uma vez imputar culpa à vítima (a Ucrânia) pela invasão perpetrada pela Rússia, recebe nesta segunda o chanceler de Putin, Sergei Lavrov, no Palácio do Planalto.
Num mundo que começa a considerar a redução de laços econômicos com a China, por conta do alinhamento com Moscou, o Brasil passa cada vez mais a ser visto como um aliado de Putin. Ruim para os negócios.
Boa semana.
S&P 500: 0,05%
Nasdaq: -0,04%
Dow Jones:0,06 %
*às 7h56
Americanas: um sétimo das vendas
Parece que a desconfiança em relação à Americanas não está vindo apenas de seus credores. De acordo com um levantamento da startup Magis5, a plataforma online da varejista passou a vender sete vezes menos depois do escândalo contábil vir a público, dia 11 de janeiro.
O faturamento do marketplace foi de R$ 180 milhões em fevereiro, contra R$ 1,4 bilhão em novembro de 2022. Além disso, o número de pedidos por dia caiu 35%, e o de vendedores ativos na plataforma, 5,1%.
Desde 11 de janeiro, as ações AMER3 caíram 90,83%. No pregão de sexta, elas fecharam cotadas a R$ 1,10 – no dia anterior à crise, a cotação era de R$ 12.
8h25: Boletim Focus
9h: IBC-BR, a prévia do PIB. A previsão é para uma queda de 0,15%
Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,20%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,38%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,04%
Bolsa de Paris (CAC): 0,04%
*às 8h23
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,40%
Hong Kong (Hang Seng): 1,68%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,07%
Brent: 0,08% a US$ 86,23 o barril
*às 8h14
Minério de ferro: -0,06%, a US$ 112,88 a tonelada, na bolsa de Dalian
*às 7h00
China, a credora do mundo
Quase 15% dos países subdesenvolvidos estão superendividados, de acordo com dados do FMI. Ao contrário do que rola com bancos e empresas, o processo de “falência” de governos não tem legislação ou instituições que amorteçam a queda e assegurem o pagamento dos credores. Até há pouco tempo, os financiadores de dívidas públicas eram majoritariamente fundos de investimento privados de países ricos – principalmente dos EUA e Europa.
Aí veio a China, que começou uma onda de empréstimos a países pobres. As regras não costumam ser as mesmas estabelecidas pelo Ocidente. Para alguns pesquisadores americanos, o jeito chinês dificulta a liquidação das dívidas, e ameaça deixar alguns países endividados por anos. Para outros, trata-se apenas de uma estratégia geopolítica para expandir a influência de Pequim. O Financial Times conta essa história.