Bradesco (BBDC4) puxa alta do Ibovespa após anúncio de troca de CEO

As empresas têm falado sobre a “bare minimum monday”, tendência dos funcionários começarem a semana fazendo só o estritamente necessário. Hoje, o mercado financeiro viveu uma bare minimum thursday: o feriado do Dia de Ação de Graças manteve as bolsas fechadas nos Estados Unidos. Sem a influência do maior mercado da Terra, as bolsas mundo afora operaram com atividade reduzida. 

O Ibovespa registrou um volume de negócios de apenas R$ 14,9 bilhões, contra a média diária de R$ 25 bi em 2023. O índice aproveitou o dia pacato para renovar (mais uma vez) sua máxima do ano, aos 126.575 pontos. A alta foi de 0,43%. 

Em novembro, o Ibovespa já sobe 10%. Dos 15 pregões até agora este mês, 11 foram de alta. Boa parte deste otimismo é patrocinado pelo cenário econômico americano, que recentemente passou a dar mais sinais de desaceleração. Dados de inflação, indústria e emprego mais fracos do que o esperado sustentam a narrativa de que o aperto monetário nos EUA está perto de um fim, o que ajuda a reanimar a renda variável (lá e aqui). 

Hoje, a alta foi puxada pelo Bradesco, empresa que responde a 3,7% do Ibovespa. Vejamos o que rolou: 

BBDC4: +2,67%

Pela manhã, o banco anunciou uma troca inesperada de CEO. Marcelo Noronha substituirá Octavio de Lazari Júnior, que ocupava o cargo desde 2018. Noronha já é da casa há 20 anos – dos quais oito passou ocupando o posto de vice-presidente de varejo. Trata-se de um movimento incomum: desde sua fundação, em 1943, o Bradesco só teve cinco CEOs, e todos ficaram no mínimo 10 anos no cargo.

A troca vem em meio a uma bateria de resultados fracos do Bradesco. No terceiro trimestre, o banco registrou lucro de R$ 4,6 bilhões (queda de 11,5% em 12 meses) e um ROE de 11,3%. ROE significa “retorno sobre patrimônio líquido”, métrica que avalia a capacidade de uma empresa de gerar dinheiro a partir do capital que ela já tem. Para os bancos, o ideal é mantê-lo acima de 20%. 

Atualmente, o Bradesco tem o pior ROE entre os bancões da bolsa – e está abaixo de sua média histórica desde o segundo tri de 2022. O do Banco do Brasil está em 21,3%; o do Itaú em 21,1%; Santander, 13,1%. 

O anúncio de troca de comando foi recebido com otimismo pelo mercado: as ações BBDC4 subiram 2,67% no pregão. 

Na Europa

Pra não dizer que o dia foi completamente esvaziado de dados: hoje, o Banco Central Europeu divulgou a ata de sua última reunião de política monetária. O documento indicou que os membros do comitê parecem otimistas com o cenário de desinflação, mas não descartam a possibilidade de novos apertos. 

Hoje também teve PMI por lá. O relatório de atividade industrial da Zona do Euro ficou em 47,1 em novembro. É um resultado melhor do que o previsto pelo mercado, mas ainda assim indica cautela (quando abaixo dos 50 pontos, o índice indica contração da indústria). 

Em tempo: amanhã, as bolsas americanas funcionam só até 13h. Um sextou antecipado para Wall Street – e mais um impecílio para a liquidez do Ibovespa.  

MAIORES ALTAS 

CVC (CVCB3): 6,56%

Assaí (ASAI3): 4,86%

Magazine Luiza (MGLU3): 4,33%

JBS (JBSS3): 3,16%

Carrefour (CRFB3): 3,15%

MAIORES BAIXAS

CSN Mineração (CMIN3): -6,68%

Cemig (CMIG4): -3,17%

Alpargatas (ALPA4): -2,87%

Gol (GOLL4): -1,80%

SLC Agrícola (SLCE3): -1,72%

Ibovespa: 0,43%, aos 126.575 pontos

Em Nova York

Bolsas fechadas. 

Dólar: 0,11%, a R$ 4,90

Petróleo 

Brent: -0,77%, a US$ 81,25

WTI:  -0,92% US$ 76,39

Minério de ferro: -0,86%, a US$ 137,71 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

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