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BRKM5 atinge 7,15% com Lula, S&P sobe rating do Brasil e Ibov bate 3º recorde

O índice da B3 passou dos 132 mil pontos no almoço, perdeu fôlego e então tomou lanche da tarde com os biscoitos da agência de classificação de risco: o país subiu de BB- para BB.

Por Bruno Vaiano
Atualizado em 19 dez 2023, 18h36 - Publicado em 19 dez 2023, 18h34
 (Kauan Machado/Fotos: Getty Images/Unsplash/VOCÊ S/A)
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O Ibovespa já pode pedir música no Fantástico: bateu recorde três vezes em dezembro. O pregão de hoje terminou em alta de 0,59% aos 131.850 pontos – em um repeteco dos desempenhos inéditos de quinta passada (14) e desta segunda (18).

Foi um dia acirrado. O índice mais importante da B3 chegou a atingir uma máxima histórica “intradiária”, enquanto a bola rolava na Faria Lima, de 132.047 pontos, isso pouco antes do almoço. Mas a alta foi perdendo força no comecinho da tarde. E então, veio a reviravolta. 

Por volta das 15h, a agência de classificação de risco S&P elevou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB (note a sutileza: não há mais um sinal negativo ao lado das letrinhas). Dá-lhe um novo pico no gráfico. A linha não chegou a tocar a marca recordista de antes, mas passou perto e bastou para que o dia de hoje fechasse acima da máxima de ontem.

Esses polêmicos oráculos de Wall Street (olá, 2008) manifestaram otimismo com a aprovação recente da reforma tributária, com o controle responsável da inflação e com nosso papel sólido no mercado internacional de commodities, ainda que permaneçam receosos com o comprometimento de Lula em cumprir o novo arcabouço fiscal.

A retirada do “-” ao lado do “BB” deixa o Brasil a um passo de recuperar o “grau de investimento“, o patamar que separa bons pagadores de caloteiros iminentes. De forma prática, o mercado financeiro global não considera que a dívida brasileira corre o risco de não ser paga – pelo menos, não em curto ou médio prazo. 

O selo de bom pagador gira uma chavinha importante: vários fundos globais de investimento, especialmente fundos de pensão, têm escrito em suas regras uma proibição de comprar títulos de países (e empresas) de grau especulativo. Se o Brasil sai dessa categoria, eles ficam liberados da restrição e a grana volta a fluir para cá, ajudando a baixar o câmbio e reduzindo os juros de longo prazo do país. É só vitória.

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Por isso, não houve muito espaço para desânimo com o recado cauteloso do Copom, que saiu hoje cedo, às 8h da manhã. O comitê soltou um texto sóbrio e responsável que menciona El Niño, mercado de trabalho aquecido e as invasões da Ucrânia e de Gaza – e condiciona os próximos cortes da Selic a novos sinais de fraqueza da inflação. 

Os EUA ajudaram o Ibovespa a se manter acima da linha da água. Por lá, os três índices de Nova York subiram em harmonia (S&P 500 0,59%; Nasdaq 0,66%) após uma alta de 14,8% no número de casas construídas no país em novembro. Não fizeram muita diferença as declarações de Raphael Bostic, dirigente da sucursal de Atlanta do Fed, o Banco Central americano.

Ele estava em clima de Copom: falou que não há urgência alguma em abaixar a taxa básica de juros americana no ano que vem, e reforçou a expectativa de que a inflação dos EUA aterrisse suavemente nos próximos seis meses. Bostic chutou que devem ocorrer dois cortes de juros no ano que vem – provavelmente no segundo semestre –, mas admitiu que é rádio-peão: o assunto não foi tópico de nenhuma reunião oficial.

Enquanto isso, o grande rebuliço no noticiário corporativo nacional foi a alta brutal da Braskem (BRKM5), que fechou em 7,15%. Lula afirmou que a Petrobras – dona de 36,1% do total de ações da petroquímica, e detentora de 47% dos votos – pode injetar dinheiro para que o pagamento de indenizações pelo caso de Maceió não atrapalhe a venda da empresa a investidores estrangeiros (um negócio que está emperrado há anos).   

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Em uma reunião realizada hoje com lideranças alagoanas e figurões de Brasília, Lula também garantiu que nenhum investidor brasileiro poderá pegar dinheiro emprestado do BNDES para comprar fatias da Braskem, porque o objetivo primordial do banco é gerar empregos, e uma troca hipotética de mãos não teria impacto nessa seara. 

Por fim, o Congresso aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024, que agora vai à sanção de Lula. Os parlamentares mantiveram a meta de zerar o déficit primário, em linha com as intenções do ministro Fernando Haddad. 

Até amanhã para, quem sabe, mais um pouco de rally no Ibovespa. 

MAIORES ALTAS 

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Braskem (BRKM5): 7,15%
Dexco (DXCO3): 3,97%
Raizen (RAIZ4): 3,37%
Grupo Soma (SOMA3): 3,27%
CSN Mineração (CMIN3): 3,21%

MAIORES BAIXAS

Embraer (EMBR3): -2,74%
Pão de Açúcar (PCAR3): -2,70%
Petz (PETZ3): -2,59%
Gerdau (GGBR4): -2,46%
Casas Bahia (BHIA3): -1,86%

Ibovespa: 0,59%, aos 131.850 pontos

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Em Nova York

S&P 500: 0,59%, a 4.768 pontos.
Nasdaq: 0,66%, a 15.003 pontos.
Dow Jones: 0,68%, a 37.557 pontos.

Dólar: -0,83%, a R$ 4,86.


Petróleo

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Brent: 1,64%, a US$ 79,23 por barril.
WTI: 1,53%, a US$ 73,94 por barril.

Minério de ferro: -0,11%, cotado a US$ 130,24 por tonelada na bolsa de Dalian.

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