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Caso AMER3: será a derrocada do 3G Capital, o mais renomado private equity do país?

Eles são sócios de Warren Buffett. Foram considerados por anos os mais brilhantes investidores brasileiros. E agora enfrentam uma crise de imagem sem precedentes.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 12 jan 2023, 12h36 - Publicado em 12 jan 2023, 12h29
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 (SOPA Images/Getty Images)
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O buraco de R$ 20 bilhões descoberto no balanço da Americanas é só uma das crises enfrentadas pelo 3G Capital, o private equity mais famoso do Brasil. O fundo é formado pelo trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que há décadas são reconhecidos pela capacidade de transformar negócios  em crise.

O símbolo máximo do sucesso é a criação da AB Inbev, maior conglomerado de bebidas do mundo. O primeiro passo foi a ambiciosa fusão da Brahma com a Antarctica, no começo dos anos 2000, e o nascimento da Ambev. Em 2004, eles se juntaram com a belga Interbrew, dando origem à multinacional. Então seguiram comprando cervejarias e incorporando marcas ao portfólio até cobrir basicamente todos os mercados da Terra.

Em 2011, o 3G comprou o Burger King. Em 2015, conseguiram atrair a atenção do mais reputado investidor do mundo, Warren Buffett. Juntos, eles criaram a gigante de alimentos Kraft-Heinz – unindo as duas marcas gigantes, como numa versão global do que Lemann, Telles e Sicupira tinham feito no Brasil com a Brahma e a Antarctica. 

Eles eram os brasileiros “donos do mundo”. A Americanas, comprada nos anos 1980, tinha sido só o primeiro símbolo desse fenômeno.

Só que há anos o sucesso da estratégia 3G está em xeque.

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A Kraft-Heinz chegou a ter dois anos de alta na bolsa. Isso até a tentativa fracassada de comprar a concorrente Unilever, em 2017. Dali em diante começaram as quedas. Era o primeiro sinal de que os megainvestidores poderiam falhar. Desde a fusão, as ações caem mais de 40%. 

A companhia nunca conseguiu gerar os resultados esperados, e se envolveu em escândalos contábeis. Em 2021, a Kraft-Heinz concordou em pagar US$ 62 milhões por falhas em balanços em economistas de custos, um processo conduzido pela SEC (a CVM americana).

Antes disso, em 2019, a companhia lançou prejuízo de US$ 15 bilhões à medida em que consumidores estavam menos interessados em produtos da companhia e migravam para marcas vistas como mais saudáveis. 

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O Burger King também vive uma crise global. No Brasil, as ações caem 69% desde o IPO. No ano passado, o fundo Mubadala tentou comprar a operação da companhia, que até de nome trocou. Agora o Burger King se chama Zamp (ZAMP3). 

E a operação cervejeira pode até não representar uma crise, mas tampouco tem entregado desempenho de sucesso para seus acionistas. Nos últimos cinco anos, as ações da Ambev caíram 37%.  E a cotação hoje é a mesma de 10 anos atrás.

Nenhum dos outros casos é tão crítico quanto o da Americanas, claro. Mas o desempenho não muito empolgante do 3G Capital nos últimos anos mostra que a presença do fundo não é uma garantia automática de bons resultados ou de boa governança.

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