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O que a primeira criptomoeda indígena e as moedas sociais têm em comum?

A OYX é a primeira criptomoeda lançada por povos indígenas brasileiros. Embora seu caráter digital seja novidade, seu objetivo não é. Entenda.

Por Monique Lima
Atualizado em 11 jan 2021, 17h22 - Publicado em 6 dez 2020, 00h01
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 (Tiago Araujo/Você S/A)
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Oyxabaten, OYX para os íntimos, é o nome da primeira criptomoeda lançada por povos indígenas brasileiros. Ela foi desenvolvida pelas tribos Suruís e Cintas-largas, de Rondônia e Mato Grosso, respectivamente, e serve para duas coisas: para que as duas comunidades troquem produtos e serviços entre elas e para que pessoas da cidade possam fazer doações. 

Não se trata de uma moeda oficial, como é o real, nem de uma criptomoeda de especulação, como é o bitcoin. 

Funciona assim: cada unidade da OYX vale R$ 10, então quando você compra uma OYX no site da moeda ou numa corretora de criptoativos, doa R$ 10 para as comunidades e fica com a moeda digital — dá para rastrear pela tecnologia blockchain

“Os fundos gerados pelo token OYX vão garantir uma renda mínima para nosso povo, segurança alimentar e a integração das aldeias”, afirma Elias Oyxabaten Suruí, idealizador do projeto. 

Uma criptomoeda social até é novidade, mas moedas locais nem tanto. São mais de 100 no Brasil. Existem as espécies Gostoso, Mumbuca, Dendê, Tupi, Ecosol, entre outras. Todas servem para que pessoas de comunidades remotas ou sem acesso a bancos possam fazer trocas, como populações de áreas rurais, vilas de pescadores, comunidades quilombolas, favelas e… aldeias indígenas. 

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Entre 2015 e 2018, R$ 42 milhões circularam por meio de transações com moedas sociais, de acordo com a Rede Brasileira de Bancos Comunitários, que regula esse dinheiro. E o uso das moedas sociais cresceu durante a pandemia. As pessoas ficaram sem dinheiro “de verdade”, mas uma parte da economia local continuou funcionando. 

Foi o mesmo motivo que levou Elias a criar a OYX. “Durante a pandemia, sofremos muito. Fomos abandonados à própria sorte pelo Governo Federal. O que buscamos é um auxílio básico, que viabilize a retomada de trabalhos com artesanato e cuidados com a saúde.” Até o momento, a criptomoeda indígena já tem mais de 100 inscritos, o que significa que eles captaram R$ 1.000. 

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