Dados de inflação nos EUA dão o tom desta quinta-feira
Por aqui, Banco do Brasil divulga alta de 11,7% no lucro do 2°tri, com ROE de 21,3%. E Campos Neto presta contas ao Senado.
Bom dia!
Hoje, quem dita o humor dos mercados é o CPI, principal relatório de inflação dos EUA. Divulgado logo mais, às 09h30, o documento vai atualizar as perspectivas do mercado sobre o desempenho da cruzada do Fed contra a alta de preços no país.
A inflação americana alcançou seu pico em julho de 2022, a 9,1% ao ano – o maior nível em quatro décadas. Desde lá, vem desacelerando e registrou 3% em junho.
A expectativa de Wall Street, segundo consulta da Dow Jones, é de que o CPI registre uma leve alta de 0,2% em julho, o que deve elevar o saldo em 12 meses para 3,2%. A meta estabelecida pelo Fed é baixá-la para 2%. A instituição tem se preocupado em garantir um soft landing para economia americana. Ou seja: baixar a inflação sem provocar uma recessão.
Jerome Powell, presidente do Fed, não descarta mais uma alta nos juros este ano. Mas, por ora, o consenso é de que o número deve estacionar na próxima reunião, que rola em setembro. 87% dos investidores apostam que o Fed deve manter os juros em 5,50%, segundo dados coletados pelo CME.
Campos Neto no Senado
No Brasil, os olhos da Faria Lima se voltam para o Senado, onde Roberto Campos Neto, o presidente do BC, prestará contas sobre a última decisão do Copom.
Trata-se de uma tarefa prevista na Lei de Autonomia do Banco Central. A ideia é que Campos Neto apresente aos Senadores os relatórios de inflação e de estabilidade financeira que sustentaram a decisão. A audiência está marcada para as 10h.
O Copom, vale lembrar, decidiu na semana passada baixar a Selic para 13,25%. Campos Neto foi responsável por desempatar o placar, que divergia sobre a magnitude da redução – de 0,25pp ou 0,50pp.
A ata do Copom, porém, afirma que os dirigentes são unânimes sobre os próximos passos: cortes de 0,50pp até o fim do ano. Dado que ocorrerão mais três reuniões até lá, isso significa que a Selic deve fechar 2023 a 11,75%.
O movimento para 2024 segue em aberto. Em janeiro, de qualquer forma, o colegiado, de nove membros, receberá mais dois indicados do governo Lula – que tem uma postura escancaradamente dovish. Na última decisão, Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino Santos, os dois recém indicados de Lula no Copom, votaram pela redução em 0,50pp.
De qualquer forma, as expectativas do mercado devem ser balizadas pelo desempenho da inflação daqui em diante. Amanhã sai uma pista: o IPCA de julho, divulgado pelo IBGE às 9h.
BB tem melhor balanço entre bancões
Durante a noite de ontem, o Banco do Brasil divulgou seus resultados para o segundo trimestre de 2023. Era a pecinha que faltava para completar a temporada de balanços dos grandes bancos da bolsa.
Os números do BB vieram assim: lucro líquido de R$ 8,8 bi, uma alta de 11,7% na comparação anual. Melhor do que as expectativas coletadas pela Refinitiv, que estimavam lucro de R$ 8,59 bi. Com o resultado, o banco alcançou seu lucro semestral recorde de R$ 17,3 bi.
O ROE, retorno sobre o patrimônio líquido (uma medida fundamental nos balanços de bancos), veio em saudáveis 21,3% – versus 20,9% do Itaú, 11,2% do Santander e 11,1% do Bradesco.
O bom desempenho teve duas raízes: melhora na carteira de crédito (que inclui serviços de empréstimo e financiamento) e alta na receita dos segmentos comerciais, tipo consórcios e seguros. A performance fez saltar 8,2% a margem financeira bruta – métrica que calcula a diferença entre receitas e despesas do banco.
O BB aproveitou para revisar suas expectativas de resultado para o final deste ano. O tom é otimista: ele espera que a carteira de crédito cresça entre 9% e 13% (contra projeção de 8% a 12% anteriormente).
O BTG também teve alta no lucro: +18%, para R$ 2,57 bilhões, e receita recorde de R$ 5,44 bi (alta de 21% em 12 meses). Mais um ROE surpreendente, de 22,7%.
Já o Bradesco e o Santander amargaram quedas nos ganhos. O primeiro teve queda de 35% na comparação com o ano anterior, para R$ 4,5 bi – dentro das expectativas, que projetavam R$ 4,4 bi. Já o Santander registrou lucro de R$ 2,3 bi – queda de 45% na comparação anual.
Ontem, os bancões caíram em uníssono e protagonizaram a sétima queda consecutiva do Ibovespa. A ver se os bons resultados do BB reanimam o setor na sessão de hoje.
Bons negócios.
Futuros S&P 500: 0,51%
Futuros Nasdaq: 0,60%
Futuros Dow Jones: 0,48%
*às 8h09
Amazon lança cartão de crédito no Brasil com cashback agressivos
A estratégia sangue no olho da Amazon para fidelizar clientes agora inclui um cartão de crédito que retorna até 5% do valor em compras feitas pelo site.
Lançado nesta terça-feira (8) no Brasil, o cartão sem anuidade oferecerá cashback por meio de “pontos Amazon”, que não expiram e podem ser usados em qualquer compra na varejista.
Ele ainda oferece 2% de cashback em compras de farmácias e restaurantes, e 1% nos demais estabelecimentos. Não há anuidade, e os parcelamento vão até 15x sem juros.
A varejista mostrou que não veio para brincadeira: as condições batem a maioria das ofertas disponíveis no mercado. Para comparação, Banco Original, Nubank, C6 e Inter oferecem cashbacks que vão de 1% a 1,5% — em cartões sem isenção de anuidade. Entre as concorrentes diretas, a Magalu tem um cartão com cashback de 2% nas compras feitas na loja.
9h, Brasil: IBGE divulga volume de serviços de junho.
9h30, EUA: divulgação do CPI de julho e relatório de pedidos de auxílio-desemprego da semana.
10h, Brasil: Campos Neto vai a audiência pública no Senado.
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,83%
- Londres (FTSE 100): -0,04%
- Frankfurt (Dax): 0,42%
- Paris (CAC): 0,82%
*às 8h08
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,21%
- Hong Kong (Hang Seng): 0,01%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,84%
- Brent: -0,19%, a US$ 87,38
- Minério de ferro: -0,49% a US$ 99,10 por tonelada na bolsa de Dalian (China)
*às 8h06
O paradoxo do procrastinador
A procrastinação (e resultante falta de produtividade) custam à economia mundial US$ 7,8 trilhões por ano, segundo dados da Gallup. Por ser um problema universal, existe um mercado bilionário dedicado a tornar pessoas mais produtivas: livros, cursos, apps — todos competem pela atenção (e dinheiro) dos procrastinadores.
Essa “máfia da produtividade” é pauta desta reportagem da Bloomberg, que tenta responder à pergunta: e se atrasar seu trabalho for parte importante do processo?
Brasil, antes da abertura: Azul
Brasil, depois do fechamento: Arezzo, B3, Cyrela, CPFL Energia, Energisa, Eneva, EzTec, Light, Locaweb, Oi, Petz, Rumo, Sabesp, Via e Yduqs.
EUA, antes da abertura: Novo Nordisk