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Decolagem vertical: Embraer dispara 16% após confirmar IPO de ‘carros voadores’

Disparada ajudou a sustentar o Ibovespa, que voltou aos 130 mil pontos. Inflação americana chega a 5%, e mesmo assim Wall Street bate recorde.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 10 jun 2021, 18h35 - Publicado em 10 jun 2021, 18h23
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 (Tiago Araujo / Reprodução/VOCÊ S/A)
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Isso é o que se chama de decolagem na vertical. As ações da Embraer dispararam 15,61% nesta quinta, depois que a companhia confirmou o plano de abrir o capital de sua empresa de “carros elétricos voadores” nos EUA. 

A companhia se chama Eve e foi fundada em outubro do ano passado. O lance é que os tais carros voadores ainda não existem de verdade, estão em fase de projeto. Ele se chama “veículo elétrico de decolagem e pouso vertical” (ou eVTOL) e a ideia é que sejam utilizados como uma espécie de helicóptero, só que um pouco mais acessível para os mortais. Uma coisa meio Jetsons.

Hoje a Embraer confirmou que negocia a abertura de capital da Eve nos Estados Unidos. Não vai ser pelo jeito tradicional, mas por uma Spac (empresa com o propósito específico de aquisição). Nesse sistema, primeiro investidores se juntam e fazem o IPO de uma empresa “de fachada”, que ainda não tem um negócio. Depois, quem organizou esse IPO procura uma empresa para comprar. Por isso, o mercado financeiro chama essa modalidade de investimento de cheque em branco.

A empresa que negocia com a Eve se chama Zanite. Com a combinação dos negócios envolveria US$ 2 bilhões.

Na segunda, a Embraer já havia anunciado um acordo com a Helisul Aviation, um dos maiores operadores de helicópteros da América Latina. A ideia é que as empresas trabalhem juntas no desenvolvimento desse veículo inovador, mas não só. A parceria prevê que a Helisul compre até 50 eVTOLs. É tudo coisa para o futuro: as entregas começariam em cinco anos.

Ibovespa

A Embraer ajudou o Ibovespa a recuperar os 130 mil pontos, em um dia sem grandes emoções. O índice terminou em alta de 0,13%, a 130.076 pontos. 

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A Vale, que responde por cerca de 13% do Ibov, subiu 0,53% mesmo após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais decidir que a companhia precisa desembolsar R$ 1 milhão por cada trabalhador morto no rompimento da barragem de Brumadinho, em 2019 –  131 funcionários diretos empresa morreram na tragédia, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Extração de Ferro e Metais Básicos de Brumadinho e Região (Metabase-Brumadinho), ouvido pela Folha.

Entre os destaques negativos do dia ficou a B3. As ações da bolsa brasileira recuaram 2,44% após o anúncio de que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizou a entrada de uma concorrente no mercado. Não em ações. A empresa de tesouraria digital Mark 2 Market (M2M) poderá ser uma central depositária de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), um investimento de renda fixa. 

Central depositária é onde esses títulos ficam guardados sob o nome de cada investidor. Por sinal, a Cetip era a empresa de custódia de renda fixa no Brasil, mas foi comprada pela Bovespa em 2017, quando a bolsa mudou seu nome para B3. 

BR Distribuidora

As ações da BR Distribuidora terminaram o dia em queda de 3,11%. Elas passaram a cair após o Globo publicar que o conselho de administração da Petrobras deve aprovar amanhã a venda dos 37% que a estatal ainda tem da companhia. A BR Distribuidora era uma estatal controlada pela Petro até 2019, quando a petroleira vendeu o controle acionário na bolsa.

Inflação, é você?

A inflação americana de maio, dado mais esperado da semana por investidores do mundo todo, saiu. O índice de preços ao consumidor por lá subiu 0,6% de abril para maio, acima das expectativas do mercado financeiro. Isso significa que, em 12 meses, a inflação acumulada do país foi a 5%.  Foi a maior alta anual desde 2008.

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Como Wall Street vive não só de expectativa, mas principalmente de contar história, as bolsas bateram recordes. Como assim? Simples, até. Investidores passaram a acreditar que a alta, apesar de monstruosa para os padrões americanos, ainda estaria dentro do horizonte traçado pelo Fed (o BC americano). 

A meta de inflação deles é de 2% ao ano e até bem pouco antes da pandemia, a dificuldade era fazer com que os preços subissem 2% – a inflação teimava em ficar abaixo disso. O lance é que o Fed tem duas missões: controlar os preços ao nível máximo de emprego. Hoje, em vez do pânico, investidores decidiram se concentrar no fato de que o desemprego ainda está elevado para os padrões do Fed.

O índice Dow Jones subiu 0,06%, S&P 500 avançou 0,47%, enquanto o Nasdaq ganhou 0,78%. Do dólar perdeu força ante as demais moedas. Aqui no Brasil, foi de leve: -0,07%.

A ver por quanto tempo investidores conseguem manter a calma com a escalada de preços mundo afora. Até amanhã.

MAIORES ALTAS

Embraer +15,61%

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Locaweb +5,60%

Braskem +4,26%

Carrefour +3,24%

TIM +2,67%

 

MAIORES QUEDAS

GOL -4,37%

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BR Distribuidora -3,11%

Via (ex-ViaVarejo) -3,45%

Cyrela -2,42%

B3 -2,44%

 

Ibovespa: +0,13%, a 130.076 pontos

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Dólar: -0,07%, a R$ 5,0658

 

Nova York

Dow Jones: +0,06%, a 34.466 pontos

S&P 500: +0,47%, a 4.239 pontos

Nasdaq: +0,78%, a 14.020,33 pontos

 

Petróleo 

Brent: +0,24%, a US$ 72,39

WTI: +0,29%, a US$ 70,16

 

Minério de Ferro

+1,96%, a US$ 216,84 a tonelada no porto de Qingdao.

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