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Entenda a operação do Inter para trocar a B3 pela Nasdaq 

Acionistas brasileiros serão reembolsados com um mix de dinheiro e BDRs. Mercado gosta da proposta, e as ações do banco sobem 4,42%.

Por Alexandre Versignassi
18 abr 2022, 17h55
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 (Caroline Aranha/Foto: Divulgação/VOCÊ S/A)
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PagSeguro, Stone, XP, Nubank e, agora, o Inter. O banco será mais uma das fintechs brasileiras a chamar Nova York de lar: está de mudança para a Nasdaq – o que lhe garantiu a posiçnao de maior alta do dia – 4,42%, a R$ 17,26. 

A mudança de casa não é uma operação simples. Motivo: a empresa precisa fazer uma oferta para comprar ao menos uma parte das ações que estejam na mão dos investidores brasileiros. Em dezembro, quando tentou se mudar para a Nasdaq pela primeira vez, o banco garantiu recompras até um valor total de R$ 2 bilhões. 

O problema: isso só dava para comprar 5% das ações em circulação (a preços de dezembro, quando os papeis valiam mais do que hoje). E muitos acionistas optaram por vender suas ações de volta para o banco. Os R$ 2 bi não dariam conta. 

Agora montaram outra estratégia, divulgada na última sexta (14), à meia-noite. Topam pagar R$ 19,35 por ação do tipo Unit (BIDI11, as mais negociadas do banco). Trata-se de um prêmio de 17% sobre o valor de fechamento da sexta, R$ 16,53, e de 12% sobre o de hoje). O teto para o valor total em recompras baixou em termos nominais (para R$ 1,13 bilhão). Mas, com a queda no preço das ações, esse valor agora representa quase 9% do valor de mercado do banco. Ou seja: eles aguentam pagar para mais acionistas, mesmo oferecendo menos. 

Tem outra: caso a demanda pela recompra (“cash-out” no jargão financeiro) fure o teto, vai rolar um rateio: uma parte em dinheiro vivo e outra em BDRs das futuras ações gringas do banco. Já quem não quiser o cash-out leva só BDRs (ou ações gringas direto na fonte, caso tenham conta em alguma corretora americana). 

O valor oferecido pelas Units não influenciou na alta de hoje. É que só quem detinha os papéis até antes do dia 14 terá direito a vender a R$ 19,35 (e isso caso não role o muito provável estouro do teto). Mas o mercado entendeu que essa foi uma noa saída, e que a Nasdaq pode ser um lar mais interessante para a fintech do que a B3. Há controvérsias, já que o mercado americano passa por período de ajustes, com dinheiro fugindo das bolsas – e com uma parte dessa grana aportando justamente na bolsa daqui, o que tem pressonado o dólar para baixo (mais 1% de queda hoje, a R$ 4,64). 

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Mas claro: ninguém em sã consciência nega que a Nasdaq seja um porto seguro para o longo prazo. Vai na fé, Inter.

De resto, tivemos um dia borocoxô, à espera da abertura da temporada de balanços (que começa na quarta-feira, com a Usiminas). Queda de 0,43% no Ibovespa, que fechou em 115.687 pontos. Lá fora, o S&P 500 ficou no zero a zero (-0,02%) também no aguardo de balanços impirtantes. No caso, o da Netflix (terça) e da Tesla (quarta). Não que as duas sejam tão relevantes assim – mas os resultados delas podem apontar as tendências para todo o setor tech, o que mais movimenta as bolsas americanas, cada vez mais povoadas por techs brasileiras.

Maiores altas

Inter (BIDI11): 4,42%

Locaweb (LWSA3): 4,22%

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Banco do Brasil (BBAS3): 3,69%

Iguatemi (IGTI11): 3,10%

Fleury (FLRY3): 2,52%

Maiores baixas

Eneva (ENEV3): -4,24%

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Gol (GOLL4): -3,11%

Suzano (SUZB3): -2,82%

CSN (CSNA3): -2,71%

Ecorodovias (ECOR3): -2,65%

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Ibovespa: -0,43%, a 115.687 pontos

Dólar: -1,02%, a R$ 4,64

Nova York

S&P 500: -0,02%, a 4.391 pontos 

Nasdaq: -0,14%, a 13.332 pontos

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Dow Jones: -0,11%, a 34.412 pontos

Petróleo

Brent: 1,30%, a US$ 113,16

WTI: 1,17%, a US$ 107,61

Minério de ferro: -2,21%, a US$ 154,90 a tonelada em Cingapura

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