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Ether cai 6% após merge do Ethereum. Enquanto isso, pessimismo volta à Wall Street

Bolsas americanas voltam a sofrer com medo do Fed após dados econômicos mostrarem um cenário misto.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 16 set 2022, 00h42 - Publicado em 15 set 2022, 18h05
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 (Brenna Oriá/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Veio aí: o tão aguardado “merge” do Ethereum, a mais importante rede de blockchain, finalmente foi concluído nesta quinta-feira (15). A cotação da ETH, porém, acumula queda de quase 6% nas últimas 24 horas, segundo a plataforma CoinMarketCap. Antes mesmo da migração tecnológica, a cripto já vinha em trajetória de queda (-9% nos últimos sete dias).

O tal merge promete reduzir o consumo de energia da operação da cripto em 99,9% – um daqueles percentuais que sempre é difícil de acreditar, é verdade. Na prática, a chamada mineração da cripto acabou – ela era a grande vilã ambiental porque precisava de supercomputadores capazes de resolver problemas matemáticos complexos, que consumiam uma enorme quantidade de energia (o que, por sua vez, causa mais poluição, já que 60% da eletricidade global ainda vem de combustíveis fósseis). Explicar como o merge funcionou neste texto

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No ano passado, o valor da cripto havia disparado, em partes, com o otimismo do merge. Neste ano, porém, ela acumula queda de quase 60%. 

No fim, o merge pouco muda o cenário de “inverno cripto” que assombra as criptos há alguns meses. O pessimismo é generalizado e pouco relacionado ao impacto ambiental das criptos. Explicamos o motivo aqui, na matéria de capa da edição de julho.

O dia não foi de queda só entre as criptos, porém. Wall Street voltou à mesma novela de sempre, com medo da inflação e do Fed.

Nas bolsas

A quinta-feira também foi marcada por uma leva de indicadores econômicos importantes nos EUA. Os números serviram para pintar um cenário sobre em que pé anda a maior economia do mundo – o problema é que o resultado foi misto, deixando o mercado mais confuso ainda.

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As vendas no varejo americano, por exemplo, subiram 0,3% em agosto – o consenso do mercado esperava uma leve queda de 0,1%, seguindo a mesma direção de julho, quando o dado veio em -0,4%. Os números sugerem que, apesar da inflação histórica nos EUA limitar o consumo das famílias, o cenário não é totalmente apocalíptico.

Ao mesmo tempo, a produção industrial do país no mesmo mês caiu 0,2%, segundo dados do Fed. O consenso das previsões era de estabilidade no número.

Enquanto isso, o mercado de trabalho americano continua dando sinais que está aquecido: o número de novos pedidos de seguro caiu em 5 mil, indo para 213 mil, mais do que o esperado. O dado é divulgado semanalmente e serve como um termômetro para avaliar a força do mercado de trabalho por lá até que o payroll, o relatório mensal e oficial de empregos dos EUA, seja divulgado. 

É a quarta semana seguida de quedas no número de pedidos de auxílio-desemprego, indicando um mercado aquecido. Ótimo para uma economia que ameaça entrar em recessão, é verdade… mas também é mais uma pressão inflacionária num país em que o Fed já decretou que o inimigo número um é o aumento dos preços.

A conclusão é incerta: a economia americana parece forte, mas ninguém sabe se forte o suficiente para aguentar um Fed agressivo, que deve subir a taxa de juros em 0,75 p.p. na próxima reunião – e sabe se lá quanto nas outras. 

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Nisso, as bolsas passaram o dia instáveis, mas, no final do dia, o pessimismo com a inflação nas alturas voltou a Wall Street e o mau humor voltou a dar as caras depois do sangrento pregão de terça-feira: S&P 500 caiu 1,13%, enquanto o Nasdaq tombou 1,43%.

No Brasil

Por aqui, o Ibovespa seguiu a instabilidade americana, e também engatou numa piora no final da tarde, fechando em queda de 0,54%, aos 109.953 pontos.

Um dado positivo acabou ficando de lado nesta quinta-feira: o IBC-Br de julho, índice que é considerado uma “prévia do PIB” (já que é divulgado mensalmente pelo Banco Central, enquanto o PIB mesmo só sai cada três meses), veio bem acima do esperado: 1,17%. contra 0,50% da mediana de projeções. É o segundo mês de resultado positivo no índice.

O tombo só não foi maior porque a Vale (VALE3) figurou entre as maiores altas, subindo 2% na esteira do minério de ferro, que fechou em alta de 0,7% em Dalian (China). No cenário macro, a economia chinesa mostra fortes sinais de desaceleração, ao mesmo tempo que o governo continua apostando em medidas de estímulo para suavizar a turbulência.

Até amanhã!

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Maiores altas

Positivo (POSI3): 7,24%

Embraer (EMBR3): 3,58%

Marfrig (MRFG3): 2,56%

Vale (VALE3): 2,01%

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Fleury (FLRY3): 1,98%

Maiores baixas

EcoRodovias (ECOR3): -11,97%

Cosan (CSAN3): -4,65%

Via (VIIA3): -4,60%

Qualicorp (QUAL3): -4,29%

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Sabesp (SBSP3): -4,21%

Ibovespa: -0,54%, aos 109.953 pontos

Em Nova York

S&P 500: -1,13%, aos 3.901 pontos

Nasdaq: -1,43%, aos 11.552 pontos

Dow Jones: -0,56%, aos 30.962 pontos

Dólar: 1,18%, a R$ 5,2391

Petróleo

Brent: -3,46%, a US$ 90,84

WTI: -3,82%, a US$ 85,10

Minério de ferro: 0,70%, cotado a US$ 105 por tonelada em Dalian (China)

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