Falas dovish de dirigentes do Fed animam o mercado
Títulos públicos americanos acordam em queda – bom sinal para as bolsas. FMI corta perspectiva de crescimento da China e derruba minério.
Bom dia.
Os Treasuries (títulos públicos americanos) acordam em queda nesta terça em resposta às falas dovish de membros do Fed ontem – quando as negociações estavam fechadas para o feriado do Columbus Day.
Philip Jefferson, vice-presidente do Fed, disse que a instituição deve ter cautela ao considerar qualquer nova alta nos juros, e que vai levar em consideração a escalada recente dos rendimentos do Treasuries em sua próxima decisão. Lorie Logan, do Fed de Dallas, foi pelo mesmo caminho: afirmou que a alta da curva de juros de longo prazo pode reduzir a necessidade de novos apertos.
Atualmente, os juros de 10 anos nos EUA estão no maior patamar desde julho de 2007.
As falas reviveram as esperanças do mercado de que o aperto monetário americano possa estar chegando ao fim – e ajudaram a levar as bolsas para o positivo na sessão de ontem. Hoje, o efeito parece permanecer, com os futuros de NY no verde (veja abaixo). Ao longo do dia, mais quatro dirigentes do Fed darão pronunciamentos – e poderão reforçar ou mudar a percepção dovish de seus colegas.
Não que o risco da alta dos preços tenha saído do radar: o FMI aumentou sua previsão para a inflação global em 2024 para 5,8% – contra 5,2% há três meses. E pediu aos bancos centrais mundo afora que mantenham suas políticas monetárias rígidas até que os preços se estabilizem por completo.
O fundo também reduziu a perspectiva de crescimento mundial para 2,9%, 0,1% a menos do que em julho e abaixo da média de 3,8% das últimas duas décadas anteriores à pandemia.
Na China
Parte do problema para a expansão global é a desaceleração chinesa: o FMI cortou de 5,2% para 5% a perspectiva de crescimento do país para 2023. Para o ano seguinte, foi de 4,5% para 4,2%.
Tem a ver com a deterioração do mercado imobiliário local – maior motor do crescimento chinês até aqui. “Restaurar a confiança e limpar esse setor exigirá uma ação enérgica por parte das autoridades. Vimos alguns movimentos nessa direção, mas é necessário mais”, disse o economista-chefe da instituição, Pierre-Olivier Gourinchas.
O minério de ferro reagiu à notícia em queda, a -1,74% na bolsa de Dalian.
O petróleo também cai (brent a -0,50%), depois de saltar mais de 4% na sessão de ontem. A cotação da commodity (e o humor do mercado) continua de olho no desenrolar da guerra em Israel. Em especial, a preocupação é que o Irã se envolva no confronto. O país é um dos 10 maiores produtores de petróleo do mundo e um dos controladores do Estreito de Ormuz, por onde é transportado quase um terço do petróleo mundial. O conflito caminha para o seu quarto dia e já causou mais de 1.500 mortes.
Bons negócios, na medida do possível.
Futuros do S&P 500: 0,19%
Futuros do Nasdaq: 0,23%
Futuros do Dow Jones: 0,20%
*às 8h23
Protótipo da 1ª Ferrari elétrica da história já foi testado, afirma CEO
O primeiro modelo totalmente elétrico da Ferrari deve estrear em 2025, e já está nos finalmentes. Em entrevista à Bloomberg na segunda-feira (9), o CEO da marca, Benedetto Vigna, disse que testou um protótipo do veículo em agosto, na Itália.
Vigna não quis entrar em detalhes. O fato é que os carros movidos à bateria estão começando a permear todo o portfólio da Ferrari, com os híbridos respondendo por 43% das entregas do 2º trimestre. Inclusive, a empresa está construindo uma nova fábrica para a produção de supercarros híbridos e elétricos no norte da Itália, com previsão de abertura em julho de 2024.
Desde o início do ano, as ações da empresa valorizaram 42%, na esteira de outras companhias do setor de alto luxo (que deve crescer de 5% a 8% este ano, segundo dados da Bain & Company). Via de regra, esse mercado consegue driblar juros altos, inflação e incertezas políticas porque a clientela das marcas são milionários e bilionários — e eles vêm aumentando no mundo todo. Segundo relatório do Credit Suisse, em 2022, 1,1% de todos os adultos do mundo eram milionários em dólar (contra 0,6% em 2012).
10h30, EUA: pronunciamento de Raphael Bostic, do Fed de Atlanta.
14h30, EUA: pronunciamento de Christopher Waller, Diretor do Fed.
16h00, EUA: pronunciamento de Neel Kashkari, do Fed de Minneapolis.
19h00, EUA: pronunciamento de Mary Daly, do Fed de São Francisco.
- ndice europeu (Euro Stoxx 50): 1,82%
- Londres (FTSE 100): 1,60%
- Frankfurt (Dax): 1,79%
- Paris (CAC): 1,60%
*às 8h29
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,75%
- Hong Kong (Hang Seng): 0,84%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): 2,43%
- Brent: -0,43%, a US$ 87,77
- Minério de ferro: -1,74%, a US$ 112,22 na bolsa de Dalian, na China
*às 8h30
O medo patológico de lidar com dinheiro
O termo “fobia financeira” foi usado pela primeira vez em 2003. Hoje, ele é um tópico de discussão no mundo todo – especialmente no Brasil. Entenda de uma vez o problema, nesta reportagem da VCSA.