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Futuros de NY em alta, mas semana de indicadores põe bom humor a prova

Após um surto de otimismo nos pregões até sexta passada, os mercados vão descobrir na terça (13) se a inflação americana de agosto é motivo para um afago do Fed na taxa de juros. 

Por Bruno Vaiano, Tassia Kastner e Camila Barros
Atualizado em 12 set 2022, 13h38 - Publicado em 12 set 2022, 08h21
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Os futuros americanos amanheceram em alta, ainda dançando ao sabor da semana passada – entre terça e sexta (foi feriado na segunda), o S&P 500 subiu 4,07% e a Nasdaq, 4,91%, sem nenhum pregão encerrado no vermelho. Um alívio após um agosto de urso solto. 

A semana que começa hoje vai pôr a prova esse surto de bom humor no mercado, com a divulgação de uma sequência de indicadores no Brasil e na gringa. 

Na terça (13), vem o CPI de agosto – equivalente americano do IPCA. Depois, na quarta (14), é vez do PPI, o índice de preços ao produtor. A ladainha de Wall Street é a mesma de sempre: se houver uma desaceleração razoável, talvez o Fed não precise subir tanto os juros.

Por enquanto, as apostas seguem em alta de 0,75 ponto percentual, a terceira em sequência. Um alívio na inflação faz investidores ventilarem um afago por parte de Powell e seus colegas, com uma alta de 0,5 p.p. na reunião que se encerra em 21 de setembro. Antes de alimentar esperanças, vamos ao choque de realidade.

A inflação nos EUA está, sim, desacelerando. Os preços atingiram o pico de 9,1% anuais em junho. Em julho, a inflação foi de 8,6%. Agora, a expectativa de economistas ouvidos pela Bloomberg é que o CPI de agosto venha em 8%. Legal. Só que a meta do Fed é de 2%.

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E os juros estão subindo em doses cavalares justamente para fazer a inflação voltar a se comportar. Os dirigentes do Fed já avisaram, de novo e de novo, que duas quedas consecutivas da inflação são só sinal de que a política monetária linha-dura está funcionando (e não de que é hora de pegar leve). 

Ou seja: melhor não contar com um Fed mais suave.  E, de resto, o pessimismo ainda está entranhado no mercado. O Wall Street Journal conta que 240 empresas que compõem o índice S&P 500 mencionaram a palavra “recessão” em reuniões realizadas com acionistas após a divulgação dos últimos balanços – um recorde na série histórica deste indicador peculiar, que começa em 2010. 

No Brasil, é semana de dados da atividade econômica de julho, e as expectativas são bastante díspares. O IBGE divulga amanhã (13) a sua Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), e a previsão do Itaú, de acordo com o InfoMoney, é de alta de 0,5% em julho. Se confirmado, seria mais um número para sustentar as expectativas de crescimento do PIB. Só que aí, para a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), que sai na quarta (14), espera-se uma queda de 0,9% (sem ninguém em particular puxando para baixo: todos os segmentos deverão cair em harmonia). Por fim, o Banco Central divulga o IBC-Br, um índice de atividade econômica, na quinta (15); espera-se que ele venha estável. 

Apertem os cintos com o calendário cheio. E não esperem um milagre de Natal – não é Natal. Boa semana!

humorômetro: o dia começou com tendência de alta

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Futuros S&P 500: 0,45%

Futuros Nasdaq: 0,47%

Futuros Dow: 0,33%

*às 8h09

Europa

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Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,45%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 1,32%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 1,65%

Bolsa de Paris (CAC): 1,30%

*às 7h55

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Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): Bolsas fechadas, feriado

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,16%

Hong Kong (Hang Seng): Bolsas fechadas, feriado

Commodities

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Brent: 1,08% a US$ 93,84 o barril

Minério de ferro: – 0,68% a US$ 102,15 a tonelada na bolsa de Cingapura

*às 7h05

market facts

Como quebrar um fundo

A TT Investimentos era, até o fim da semana passada, uma gestora desconhecida. O que diferenciava a empresa das outras 600 e tantas gestoras do país era ter como sócios dois sobrinhos de Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e famoso também por liderar a Gávea Investimentos. O sobrenome não ajudou  Antônio e Arthur Fraga Bahia. 

O fundo que eles geriam, o TT Global Equities, tombou quase 90% no ano. Em outras palavras, o fundo quebrou. Fundada em 2018, a gestora passou por sua época áurea nos últimos dois anos: em 2020, teve alta de surpreendentes 68,4%, e, em 2021, subiu 31,2% – nessa época, chegou a acumular patrimônio de R$ 80 milhões. 

O TT Global Equities investia principalmente na Clarus Corp, empresa norte-americana de montanhismo e munição de armas de caça. A estratégia era operar alavancado com contratos de opções de compra e venda do papel. Ou seja, ele estava usando dinheiro emprestado para ampliar ganhos. Só que o custodiante do fundo (quem empresta o dinheiro) considerou a posição muito arriscada e retirou o crédito. O fundo foi obrigado a desfazer o investimento, e enquanto vendia os contratos de opções, as ações da Clarus caíam ainda mais. Resultado: o fundo terminou com patrimônio de apenas R$ 9 milhões.

Vale a pena ler:

Psicologia das finanças 

O mercado financeiro é uma entidade tão imperfeita quanto os humanos que o compõem: cada investidor está sujeito a arapucas psicológicas irracionais. Juntos, eles formam um ecossistema darwiniano – no qual vence quem domar melhor seu instinto. Aqui, a gente te explica que instintos são esses e como eles tornam o mercado imprevisível.

Downsizing

Aposentadoria é época de aproveitar o patrimônio construído em uma vida e se poupar de dores de cabeça financeiras. Por isso, os aposentados costumam querer reduzir o tamanho da casa, do carro, e da complexidade do orçamento. Durante o processo, no entanto, eles descobrem mais despesas e problemas do que esperavam. O NYT explica o que você precisa levar em conta para não ter surpresas no orçamento durante o “downsizing” da aposentadoria.

Agenda

Brasil, 8h25: Boletim Focus
China: Bolsas fechadas por causa de feriado

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