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Futuros dos EUA operam em alta. Minério de ferro, idem

Entenda porque o aumento da dívida pública dos EUA alegra o mercado. Commodity sobe 1,91% em Dalian.

Por Alexandre Versignassi e Camila Barros
Atualizado em 18 Maio 2023, 08h18 - Publicado em 18 Maio 2023, 08h13
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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A dívida pública no Brasil está em R$ 5,89 trilhões. A dos EUA é 26 vezes maior: R$ 157 trilhões (US$ 31,7 trilhões). Claro, a economia dos EUA é uma, a nossa é outra. Para ter uma noção, a gente precisa olhar para a relação dívida/PIB. Só que mesmo assim a diferença é forte. A nossa fechou 2022 em 73%. A deles, em 124%.

O “arcabouço fiscal” dos EUA é um dispositivo que não existe por aqui: o “teto da dívida”. O governo só tem o direito de endividar-se até um certo patamar – não em porcentagem do PIB, mas em dólares mesmo. Mas sempre foi uma regra para inglês ver. Em 2010, por exemplo, ela era de US$ 14,2 trilhões. De lá para cá aumentaram várias vezes o sarrafo (da década de 1960 até hoje, fizeram isso 78 vezes). 

Neste momento, o teto é de US$ 31,4 tri. Só que ele já foi ultrapassado de novo: a dívida pública dos EUA está em US$ 31,7 tri. Sempre que isso acontece, o Congresso precisa aprovar um novo teto. E a oposição da vez aproveita para obter concessões. É o que está acontecendo neste momento.

A possibilidade de não haver acordo tende a zero. Um não-aumento do teto significaria um calote americano em sua dívida pública. Isso basicamente destruiria o sistema bancário, já que o patrimônio das instituições financeiras está em títulos da dívida. Não só: as reservas internacionais dos demais países também. 

É por isso que, por lá, o mercado comemora os avanços em mais uma negociação para aumento do teto. Aqui acontece o oposto: celebram-se medidas que contenham a dívida do governo. Não tem muito jeito. Países em desenvolvimento perdem credibilidade quando a dívida chega perto dos 100% do PIB. Países desenvolvidos não. Tanto que não são só os EUA que ostentam relações dívida/PIB acima dessa linha vermelha. A do Reino Unido, de acordo com o FMI, deve fechar este ano em 106%. A da França, em 111%. Itália, 140%. Japão, o campeão mundial nesse quesito, 258%. 

Essa “tendência” de superar os 100% do PIB em dívida começou após a crise de 2008, que forçou governos a gastar pesado para tirar suas economias do buraco. Se ela é sustentável ou não, trata-se de um assunto para debate acadêmico. Aqui, estamos falando do mercado. E o fato é que o risco cada vez menor de calote dos EUA, com as negociações entre democratas e republicanos progredindo, está dando combustível para as bolsas. 

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Nesta manhã, os futuros do S&P 500 sobem saudáveis 0,21%. O minério de ferro, em alta de 1,91% na bolsa de Dalian, também deve ajudar no humor por aqui.

Bons negócios.

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta
(VCSA/Você S/A)
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S&P 500: 0,21%

Nasdaq: 0,22%

Dow Jones: 0,10 %

*às 8h00

market facts

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Cade aprova venda da Aesop

O Cade, órgão do governo responsável por garantir a livre concorrência do mercado, autorizou que a Natura venda a Aesop, marca australiana de cosméticos, para a francesa L’Oréal. A transação, que custará  R$ 12,74 bilhões, havia sido anunciada no início de abril. Faz parte do plano de desalavancagem (redução da dívida em relação ao Ebitda) da companhia, que deve passar a focar apenas em seus negócios na américa latina. 

As ações NTCO3 subiram 3,44% no pregão de ontem, a R$ 13,22.

Agenda

15h: Reunião do CMN, o Conselho Monetário Nacional – que estipula as metas de inflação e é composto por Haddad (Fazenda), Tebet (Planejamento) mais Campos Neto (BC).

Europa

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Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,21%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,66%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 1,63%

Bolsa de Paris (CAC): 0,94%

*às 8h03

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Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,10%

Hong Kong (Hang Seng): 0,85%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,60%

Commodities

Brent: -0,18% a US$ 76,82 o barril

*às 8h06

Minério de ferro: 1,91%, a US$ 106,10 a tonelada, na bolsa de Dalian

*às 7h00

Vale a pena ler:

Pepecoin mania

Memecoins são criptoativos inspirados por imagens virais das redes sociais. Eles costumam atrair usuários ávidos das comunidades de cripto na internet, como fóruns de Reddit ou páginas do Twitter. Quem compra geralmente o faz mais pela piada do que pelo valor, já que os tokens costumam ter valores irrisórios.

Uma pepecoin, por exemplo, anda “valendo” US$ 0,0000015. Lançado em abril deste ano, o token carrega a imagem do sapo Pepe, um dos memes mais antigos da internet. Em seu lançamento, ele chegou a valorizar mais de 1800%. Nas últimas semanas, no entanto, caiu 70%, e ajudou a desestabilizar até os criptoativos de peso, como bitcoin e ether. Esta reportagem da Bloomberg, traduzida pela Folha, explica quais os impactos das memecoins no ecossistema cripto.

O que o mundo já aprendeu sobre imigração

A população dos países desenvolvidos está envelhecendo e encolhendo: graças a melhores condições de saneamento e tratamentos de saúde, a expectativa de vida dos habitantes aumentou. Ao mesmo tempo, as mulheres, inseridas no mercado de trabalho e com acesso a  uma variedade de contraceptivos, estão menos dispostas a enfrentar a maternidade. 

O combo de fenômenos preocupa os economistas, já que significa uma redução na força de trabalho local. Isso tem consequências para a previdência e a produtividade dessas nações. Nesse cenário, alguns países, como a Alemanha e Portugal, têm abraçado a imigração como solução. Já outros países, como os EUA, torcem o nariz para a ideia. Nesta reportagem, o WSJ elenca evidências de que a imigração é, sim, uma boa solução para reequilibrar o mercado de trabalho. 

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