Continua após publicidade

Governo faz lista de 35 prioridades de reformas e Ibovespa se anima

Bolsa sobe 1,26% com a extensa pauta tirada da gaveta após eleição de aliados na Câmara e no Senado.

Por Luciana Lima
Atualizado em 4 fev 2021, 12h45 - Publicado em 3 fev 2021, 20h21
----
 (Laís Zanocco/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

O clima de festa com a eleição de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a liderança do Congresso continua ecoando na Faria Lima e arredores (e não é daquela que reuniu mais de 300 pessoas na segunda-feira em Brasília que estamos falando). 

É que o dia de hoje foi marcado por afagos ao mercado. Começou logo pela manhã, quando Lira e Pacheco leram, em conjunto, um documento com as pautas prioritárias para o Congresso neste 2021. 

No discurso, Pacheco, novo presidente do Senado, defendeu um prazo para o envio do relatório final da PEC da reforma tributária, sinalizou apoio à reforma administrativa e afirmou que a PEC Emergencial (aquela enviada em 2019 pelo Guedes e que tem sido defendida como a salvação da lavoura para arcar com gastos extras como auxílio emergencial) será discutida o “quanto antes”. 

O que já era música para os ouvidos do mercado se tornou uma verdadeira sinfonia quando, em seguida, o presidente Jair Bolsonaro acenou que a pauta liberal no governo não tinha ido completamente pelos ares. Para mostrar que a relação com o Legislativo havia mudado (e os dias de arranca rabo com o presidente da Câmara haviam ficado para trás), Bolsonaro chamou uma reunião com Lira e Pacheco.

No encontro, o presidente também entregou um documento com as prioridades que o governo espera que o Congresso se comprometa. Porém, esqueceu de ver no dicionário a definição de prioridade: a lista entregue aos parlamentares continha nada mais, nada menos, que 35 pontos. Alguém aí disse que quando tudo é urgente, nada é urgente? Mas o  mercado não se importou.

Bem, dentre os tópicos, além das reformas trabalhistas e administrativas, também estavam outros projetos defendidos pela equipe econômica, como a autonomia do Banco Central, a Lei do Gás e a privatização da Eletrobras. A pauta de costumes, barrada por Maia nos anos anteriores, também reapareceu.  

Fiando-se na boa relação que possui com Lira e Pacheco, pela qual aliás Bolsonaro trabalhou arduamente (só em emendas para parlamentares votarem nos seus favoritos na eleição para o Congresso foram R$ 504 milhões), o presidente incluiu na pauta itens como a aprovação do PL de registro de armas, autorização para o ensino doméstico, a tipificação de pedofilia como crime hediondo e revisão da lei de drogas. 

Continua após a publicidade

Mesmo com a lista mais extensa que a de uma criança para o Papai Noel no final do ano, as palavrinhas mágicas: privatização e reformas foram o suficiente para fazer o mercado ficar saltitante. Ajudou também o fato de que, depois de algum tempo sumido, o Paulo Guedes resolveu mostrar que ainda era Ministro da Economia. 

É que a equipe econômica enviou uma outra lista, essa publicada no jornal Estadão, com a relação de benefícios concedidos a funcionários de 46 empresas estatais. Entre os penduricalhos, estão o pagamento de 100% do salário como adicional de férias na Petrobras e ajuda educacional de R$ 1,2 mil para filhos menores de 18 anos no BNDES. Foi o sinal que o mercado precisava para acreditar que a ofensiva privatizadora de Guedes não acabou. 

Com tantos acenos, é lógico que o mercado ficou feliz. E o Ibovespa subiu. No meio do dia, o Ibov chegou a recuperar os 120 mil pontos, mas pisou no freio e terminou em alta de 1,26%, aos 119.724,72 pontos. 

Temporada de balanços 

No noticiário corporativo, o destaque fica por conta do BTG. O banco passou o dia liderando as altas na bolsa e terminou lá em cima, ganhando 7,73%. Tudo isso porque o Goldman Sachs elevou o preço-alvo da ação da instituição. Segundo o bancão norte-americano, o BTG deve ter um crescimento nos lucros de 2% a 5% neste ano em comparação com 2020 — isso enquanto os bancos que já divulgaram resultados, Itaú (maior banco privado do país) e o Santander, por exemplo, encolheram. 

Depois do fechamento do mercado de hoje, o Bradesco também divulgou seu  balanço. E acompanhou os pares na queda. Em 2020, o banco teve lucro de R$ 16,546 bilhões, um tombo de 26,7% em comparação ao ano anterior. Só que, no quarto trimestre, a instituição apresentou uma bela recuperação. No período, o Bradesco registrou um lucro líquido de R$ 5,464 bilhões. Isso representa um aumento de 35% em relação ao terceiro trimestre de 2020. O que o mercado vai achar disso? Só vamos saber amanhã. 

Continua após a publicidade

Já os dados do Santander saíram pela manhã desta quarta – e a gente já sabe o que os investidores acharam.  O braço local do banco espanhol também demonstrou superar os efeitos da pandemia a partir do quarto trimestre. Nos últimos três meses de 2020, a instituição lucrou  R$ 3,958 bilhões, alta de 6,22% na base anual. E esse resultado melhor no quarto trimestre até chegou a animar os investidores – no meio da manhã, o Santander subiu quase 3%. No final, eles optaram por embolsar o lucro e o banco terminou em queda de 0,39%. 

Lá fora, os investidores também tiveram um dia de dúvida e oscilaram entre realizar o lucro com as ações das big techs ou ir às compras. Algumas coisas seguraram a bronca. Primeiro, o fato de que, em janeiro, o setor privado americano criou 174 mil postos de emprego, três vezes mais que a projeção inicial. Animou também a notícia de que a Casa Branca está pronta para começar a enviar vacinas de Covid-19 para as farmácias, acelerando a imunização no país. Com isso, o número de pessoas vacinadas pularia de 1 milhão para 11,5 milhões por semana (canta comigo: sonho meu, sonho meu…)

No Nasdaq, enquanto o Google disparou 7,24% após reportar lucro líquido de US$ 15,23 bilhões no quarto trimestre de 2020 (bem acima do previsto pelo mercado), a Amazon caiu 2,05% com a notícia da saída de Bezos. No final, o índice fechou estável, -0,02%, aos 13.610 pontos. Já o Dow Jones teve alta de 0,12%, aos 30.723 pontos e  o S&P 500 valorizou 0,10%, para 3.830 pontos. 

Depois dos momentos insanos da semana passada, o temor com a rebelião das sardinhas parece que ficou no passado. Pelo menos por ora. 

—-

Continua após a publicidade

Maiores altas

BTG: 7,73%

Braskem: 6,21%

Multiplan: 5,63%

Rumo S.A: 4,47%

Continua após a publicidade

Weg: 4,3%

Maiores baixas

Totvs: 2,31%

CVC: 2,25%

Petrobras Distribuidora: 1,49%

Continua após a publicidade

Gol: 1,45%

Via Varejo: 1,30%

Dólar: +0,29%, a R$ 5,37

Petróleo

Brent (referência internacional): +2,12%, cotado a US$ 58,68 o barril

WTI (referência nos EUA): +1.70%, cotado a US$ 55,69 o barril

Minério de ferro: alta de 1,90%, cotado a US$ 152,65 por tonelada no porto chinês de Qingdao (China). 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.