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Haddad na Fazenda e petróleo ‘abrasileirado’ conduzem queda de 1,67% do Ibovespa e de 2,25% da PETR4

Nos EUA, bolsas sobem com o crescimento nos pedidos de seguro-desemprego.

Por Júlia Moura
8 dez 2022, 18h32
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 (Brenna Oriá/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Nem Casagrande, nem Tiago Leifert. O nome do dia (ao menos no mercado financeiro) foi Fernando Haddad, o (muito provável) novo ministro da Fazenda. Às vésperas de sua confirmação no cargo, o Ibovespa cedeu 1,67%. Lula deve anunciar ao menos quatro ministros amanhã.

Hoje, o petista se encontrou com Paulo Guedes para definir a agenda de transição da próxima semana. Ao comentar sobre a conversa “excelente, cordial e educada” com Guedes, Haddad também falou à imprensa sobre o Orçamento de 2023, defendendo a manutenção de gastos, visto que os recursos para 2022 acabaram antes do ano. “As pessoas estão compreendendo que o Orçamento do ano que vem não pode ser menor do que o orçamento deste ano, já que ele não está sendo suficiente para honrar os compromissos.”

Para salvar políticas públicas, o próximo governo federal conta com a aprovação da PEC de Transição na Câmara, sem maiores alterações. Ao passar pelo Senado, o projeto foi desidratado de R$ 198 bilhões para R$ 168 bilhões.

Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset, avalia que os maiores gastos devem gerar um déficit primário próximo a 2% do PIB em 2023, o que o governo deve compensar com uma maior carga tributária. “Uma coisa é certa: teremos juros mais altos, juros de equilíbrio mais altos, e uma volta ao modelo que tivemos de 2003 a 2010, em que o governo central acelera e o Banco Central breca.”

Tal cenário já se desenha na cotação dos juros futuros. O contrato para janeiro de 2025 subiu de 13,034% ontem para 13,080% hoje. O para janeiro de 2031 foi de 12,760% para 12,870%.

Nesta toada, aXP mudou sua projeção de corte na Selic do segundo semestre do ano que vem para o primeiro de 2024. Nesse ano, a taxa deve terminar a 10%. A inflação prevista pela corretora é de 5,8% este ano e 5,4% no próximo. Em 2024, o IPCA deve ficar em 4%.

Petróleo ‘abrasileirado’

Além de um quadro fiscal mais complicado, os investidores estão receosos quanto à política de preços da Petrobras no novo governo. Nesta quinta, Aloizio Mercadante, coordenador dos Grupos Técnicos do gabinete de transição, disse que Lula “tentará abrasileirar o preço do combustível” para torná-lo mais barato.

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O petista conta com a recente desvalorização da cotação internacional do barril e com uma eventual valorização do real no ano que vem para reduzir os preços dos combustíveis. Outra proposta do novo governo é expandir o refino da Petrobras. A continuidade da desoneração de PIS/Cofins sobre a gasolina e o diesel também é incerta no momento.

O descompasso entre os preços praticados pela Petrobras e pelo mercado internacional durante o governo Dilma foram prejudiciais à companhia. Desde que passou a seguir as cotações do petróleo, a empresa tornou-se mais rentável aos acionistas.

As ações da estatal (PETR4) fecharam em forte queda de 2,25%, acompanhando não só as falas de Mercadante, mas a queda de 1,3% do preço do barril.

Festa do seguro-desemprego

Já nos Estados Unidos, a pauta do dia foi outra. Investidores comemoraram o enfraquecimento do mercado de trabalho, o que pode abrir caminho para um ciclo de aperto monetário mais breve. 

Por lá, os pedidos iniciais de seguro-desemprego subiram a 230 mil, ante 226 mil na semana anterior, elevando a média móvel das últimas quatro semanas para 230 mil, a mais alta desde setembro. O S&P 500 reagiu positivamente, com alta de 0,75%.

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Tal notícia é especialmente positiva, porque pode sinalizar juros não tão pesados e, quem sabe, menos estrago na economia. Chefões de bancos andaram declarando que a alta de juros provavelmente resultará em uma recessão global em 2023. Semana que vem, Fed e BCE devem subir mais uma vez  as taxas de juros de EUA e Europa para combater a inflação alta. Seria bom que eles levassem os dados divulgados nesta quinta em consideração.

Até amanhã 🙂

MAIORES ALTAS

Meluiz (CASH3): 8,85%

IRB Brasil (IRBR3): 2,94%

PetroRio (PRIO3): 1,53%

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Vale (VALE3): 1,23%

Bradespar (BRAP4): 1,22%

MAIORES BAIXAS

CVC (CVCB3): -10,23%

Azul (AZUL4): -7,61%

Pão de Açúcar (PCAR3): -6,97%

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Gol (GOLL4):  -6,82%

Dexo (DXCO3): -6,50%

Ibovespa: -1,67%, aos 107.249 pontos

Em Nova York

S&P 500: 0,75%, aos 3.963 pontos

Nasdaq: 1,13%, aos 11.082 pontos

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Dow Jones: 0,54%, aos 33.780 pontos

Dólar: 0,20%, a R$ 5,2161

Petróleo

Brent: -1,32%, a US$ 76,15

WTI:  -0,76%, a US$ 71,46

Minério de ferro: 1,41%, a US$ 113,37 por tonelada em Dalian (China)

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