Continua após publicidade

Ibov retoma rally, BRKM5 sobe e petróleo tropeça com Angola fora da Opep

Após um respiro para realização de lucros, a B3 não deixou a peteca cair e bateu o quarto recorde de dezembro, inspirada pelo combate à inflação nos EUA

Por Bruno Vaiano
Atualizado em 21 dez 2023, 18h42 - Publicado em 21 dez 2023, 18h40
-
 (Cristielle Luise/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

Após uma pausa para realização de lucros no pregão de ontem – quando a bolsa sobe muitos dias seguidos, é natural que a Faria Lima tire um dia para vender papéis e embolsar a grana –, o rally de fim de ano do Ibovespa voltou com tudo nesta quinta (21): o índice fechou em alta de 1,05%, puxado pela euforia de Wall Street com o combate à inflação nos EUA. Os 132.182 pontos no fechamento, diga-se, são um novo recorde – o quarto do mês de dezembro.

A Braskem (BRKM5, 7,07%) está de novo no topo do ranking de maiores altas – os investidores permanecem entusiasmados com o anúncio de que a Petrobras, dona de 36% da empresa, vai ajudá-la a aguentar o tranco financeiro do pagamento de indenizações em Maceió. 

Ninguém deu muita bola para o fato de que a Polícia Federal visitou a sede da petroquímica hoje cedo, em mais uma etapa da investigação sobre o colapso da mina 18. Os investidores viram o lado cheio do copo: de acordo com um comunicado da Defesa Civil de Maceió emitido ontem, o pior já passou e o subsolo está em fase de estabilização. 

Enquanto isso, a petroleira em si teve um dia ruim: nem a crise no Mar Vermelho conseguiu impedir a queda no preço do barril induzida pela notícia de que a Angola deu o fora da Opep. Vamos explicar tópico a tópico: 

Petróleo

No animado mundo do suco de dinossauro, não faltam fofocas. A Angola saiu do cartel porque ele anda limitando artificialmente a extração de combustível por seus países-membros – uma tentativa de forçar o preço do barril para cima. Se o país africano fez isso, é porque ele quer extrair mais petróleo do que seus colegas consideram prudente. E com uma oferta maior em 2024, o preço cai. 

Continua após a publicidade

Só mesmo um golpe do tamanho de um país para compensar a alta brusca e recente no preço do barril – fruto da crise militar no Mar Vermelho. Você já sabe: os Houthis – um grupo islâmico radical do Iêmen que controla a capital e uma boa parte do território do país desde que uma guerra civil eclodiu em 2014 – atacaram navios de carga que passavam ao largo do litoral do país como demonstração de apoio ao Hamas contra Israel.

O Mar Vermelho é rota para o Canal de Suez, e as empresas de frete marítimo – como as que transportam petróleo e outras commodities – estão com medo de passar por lá e perder carga e tripulantes. Esse pavor generalizado força o preço do barril para cima, já que a ameaça é de menos oferta. Só mesmo um evento grande, como a saída de um membro da Opep, tem força para peitar essa tendência e gerar um dia de queda. O Brent fechou o dia em -0,39%, mesmo assim, PETR4 se recuperou no finalzinho do dia e subiu ligeiros 0,02%.

EUA

Hoje, às 10h30, saiu um combo de dados americanos que deram grande motivo para alegria: PCE e PIB do terceiro trimestre.

PIB dispensa explicações. Já o PCE é o índice de inflação que o Fed mais gosta de usar para embasar suas decisões de política monetária. O PCE de um mês sai por volta do dia 20 do mês seguinte – o de novembro, por exemplo, será divulgado amanhã (22) de manhã, o que é garantia de sexta-feira animada em Wall Street. 

Continua após a publicidade

O PCE chega mais tarde que o CPI, que é o dado de inflação oficial. Mas o cálculo do PCE é mais refinado porque considera mudanças no comportamento dos consumidores – como trocar carne de boi por frango quando o preço da picanha sobe – que o CPI ignora (entenda melhor aqui). É por isso que o Banco Central dos EUA o considera uma leitura melhor da realidade. 

O PCE do terceiro trimestre, especificamente, é só uma versão aperfeiçoada de três dados que a gente já conhece: os PCEs de julho, agosto e setembro. Por isso, em geral, não se trata de um número capaz de causar grande comoção toda nas bolsas. Se não é novidade, não faz preço. 

Desta vez, porém, a combinação de PIB e PCE confirma que o combate à inflação está funcionando nos EUA. A alta nos preços ao longo do 3T23 foi de 2,6%, contra a previsão consensual de 2,8%. E o núcleo do PCE (um dado mais preciso ainda, porque exclui preços de alimentos e energia, que são voláteis) veio em 2% – cravado na meta de inflação do Fed – , contra os 2,3% prenunciados pela bola de cristal do mercado. 

Esses sinais de que os preços estão esfriando vieram acompanhados de um PIB ainda bastante robusto, em 4,9%, contra uma expectativa de 5,2%. Em condições normais de pressão e temperatura, ninguém quer PIBs menores. Mas, neste caso específico, um crescimento um pouco mais lento é sinal de que a política monetária restritiva do Fed está sendo bem-sucedida em esfriar a economia e combater a inflação. Resultado: S&P 500 fechou em alta de 1,03%; Nasdaq em 1,26%.

Até amanhã, com o PCE de novembro! 

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:

MAIORES ALTAS 

Braskem (BRKM5): 7,07%
Soma (SOMA3): 5,41%
Gol (GOLL4): 5,35%
Usiminas (USIM5): 3,75%
CNS (CSNA3): 3,65%

MAIORES BAIXAS

Casas Bahia (BHIA3): -5,12%
Alpargatas (ALPA4): -2,25%
IRB (IRBR3): -2,02%
MRV (MRVE3): -1,84%
Eztec (EZTC3): -1,71%

Continua após a publicidade

Ibovespa: 1,05%, a 132.182 pontos (recorde)


Em Nova York

S&P 500: 1,03%, aos 4.746 pontos
Nasdaq: 1,26%, aos 14.963 pontos
Dow Jones: 0,87%, aos 37.404 pontos

 

Dólar: -0,49%, a R$ 4,88

 

Petróleo

Brent: -0,39%, a US$ 79,39
WTI: -0,44%, a US$ 73,89

Minério de ferro: 3,53%, cotado a US$ 135,48 por tonelada na bolsa de Dalian (China).

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.