Continua após publicidade

Ibovespa empaca em 110 mil pontos enquanto NY deixa apocalipse para trás

Índices americanos já sobem 1% no acumulado da semana, enquanto o Ibov perde 2%.

Por Bruno Carbinatto, Tássia Kastner e Guilherme Jacques
7 out 2021, 18h24
--
 (Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

O apocalipse do começo da semana já é coisa do passado, ao menos para Nova York. S&P 500, Nasdaq, WhatsApp e Facebook já estão a pleno vapor e, com os ganhos de hoje, os índices americanos não só apagaram as perdas do começo da semana como acumulam alta de 1% – claro que ainda tem o pregão de amanhã. Quem continua no negativo, porém, é o Ibovespa.

O otimismo americano vem do noticiário político nesta quinta-feira. Pela manhã, o líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer, anunciou que seu partido e a oposição republicana chegaram a um acordo para estender o teto da dívida dos EUA até dezembro (os republicanos já haviam sinalizado que cederiam ontem à tarde, o que virou as bolsas para o azul). Ainda não é uma solução definitiva, só um quebra-galho de curto prazo – afinal, se nada fosse feito, o governo dos EUA ia atingir seu limite de dívida no dia 18 de outubro, segundo a secretária do Tesouro Janet Yellen. 

Mas pelo menos agora os dois partidos terão mais algumas semanas para discutir a quantia de dinheiro que o governo americano pode emprestar para gastar em programas sociais e de saúde, por exemplo. Atualmente, o teto dessa dívida é de US$ 28,4 trilhões. Apesar do Partido Democrata controlar o Executivo e ambas as casas do Legislativo, os republicanos ainda conseguem barrar um aumento desse valor porque são necessários 60 votos no Senado (que atualmente está dividido 50/50 entre os partidos).

Por enquanto, Wall Street gostou da solução provisória. Os principais índices americanos seguiram em alta firme. O problema do teto da dívida vinha assombrando o mercado há algum tempo, a ponto de CEOs de bancos importantes, como o JPMorgan, Citigroup e Bank of America publicamente se pronunciarem a favor de uma resolução rápida.

Mas um segundo empurrão do dia veio lá da Rússia: o país anunciou que ampliará sua oferta de gás natural à Europa – o país é origem de 40% do recurso que o continente consome. Com isso, os temores de uma crise energética – que estão assombrando os mercados em todo o mundo, diga-se, não só aqui – se aliviaram por hoje, dando lugar ao otimismo de Wall Street.

Não é como se as preocupações com uma crise energética tivessem magicamente desaparecido, é claro. Hoje, inclusive, o preço do petróleo tipo Brent voltou a fechar em alta, beirando os US$ 82 por barril, depois de ter dado sinais de alívio nesta manhã. É que, ontem, a secretária de Energia dos EUA  Jennifer Granholm havia levantado a possibilidade de o país liberar suas reservas estratégicas para conter o aumento do preço da commodity (e da gasolina). A notícia fez o petróleo amanhecer em queda, mas o efeito durou pouco: o Departamento de Energia americano negou que vai optar pela medida.

Continua após a publicidade

Na véspera do payroll, o relatório oficial sobre a situação do emprego (e da falta dele) nos EUA, o dado semanal de novos pedidos de seguro-desemprego também veio melhor do que o esperado: foram 326 mil novas solicitações de auxílio, contra os 345 mil.

Por aqui…

Só que o Ibovespa não acompanhou a recuperação americana. Hoje, o índice até ensaiou alguma recuperação, ancorado nos números ao norte, mas fechou no zero a zero: +0,02%, empacado nos 110 mil pontos. Na semana, a queda é de 2,04%.

Sem grandes novidades no noticiário nacional, a frase do dia veio do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra Fernandes. “Vamos aprendendo”, disse ele sobre o nível de juro necessário para conter a alta de preços. A frase completa foi mais ou menos assim: “Essa questão do juro, 8%, 9%, o nível é pouco importante para nós. Vamos aprendendo. Tomara que seja baixo”. 

O destaque do dia foi o banco Inter, que deu mais um passo para deixar a B3. Nesta quinta, a fintech anunciou a contratação dos bancos de investimento que serão responsáveis por ajudar a migração da empresa para a Nasdaq, um plano que foi anunciado ainda no primeiro semestre.

Quem tem ações ou units (os grupinhos de ações) do Inter ganhará em troca um BDR – também poderá ser acionista em Nova York ou pedir o pagamento em dinheiro.

Continua após a publicidade

Um dos motivos que levou o Inter a mudar de mercado tem a ver com as regras do mercado de ações do país. Aqui, cada ação ordinária (ON) dá direito a um voto. Companhias também podem emitir ações preferenciais, em que o acionista entra na frente na fila dos dividendos, mas não pode votar. Por sinal, o mercado vinha defendendo que existisse apenas a ação ordinária.

Nos EUA, por outro lado, existem as ações de classe A e classe B. Cada ação classe A, um voto, e são essas as ações que poderão ser compradas por investidores lá em Nova York e que vão ser o lastro dos BDRs no Brasil. O lance é que os controladores do Inter terão ações tipo B, e cada papel dará direito a dez votos. Nisso, eles podem vender toneladas de novas ações tipo A e captar mais dinheiro no mercado para crescer, sem o risco de perder o controle da própria empresa.

Quem também planeja um movimento semelhante é a Lojas Americanas. Além da fuga de cérebros com CPFs do Brasil, agora a gente também vê fuga de CNPJs. Até amanhã.

Maiores altas

Banco Inter Unit (BIDI11): +12,06%

Continua após a publicidade

Banco Inter PN (BIDI4): +11,67%

YDUQS (YDUQ3): +9,82%

Cogna (COGN3): +4,68%

Vibra Energia (BRDT3): +3,44%

Maiores baixas

CVC Brasil (CVCB3): -4,71%

Continua após a publicidade

Via (VIIA3): -4,06%

Rumo (RAIL3): -3,24%

Magazine Luiza (MGLU3): – 2,97%

Lojas Americanas (LAME4): -2,82%

Ibovespa: +0,02%, aos 110.585 pontos

Continua após a publicidade

Em Nova York

S&P 500: +0,83%, aos 4.399 pontos

Nasdaq: +1,05%, aos 14.654 pontos

Dow Jones: +0,98%, aos 34.754  pontos

Dólar: +0,57%, a R$ 5,5174

Petróleo

WTI: +1,12%, a US$ 78,30

Brent: +1,07%, a US$ 81,95

Minério de ferro: alta de 0,38%, a US$ 117,02 por tonelada no porto de Qingdao (China)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.