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Ibovespa fecha em alta de 0,76% com otimismo no exterior

Tesla sobe 10% após bom balanço de ontem e puxa o mercado americano. Ibovespa vem a reboque e crava quinta alta seguida. Viés de alta nos juros das moedas fortes, porém, não ajudam o real, e o dólar vai a R$ 5,49. 

Por Alexandre Versignassi e Bruno Vaiano
21 jul 2022, 18h50
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 (Brenna Oriá/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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A menor taxa básica de juros do mundo é a da Suíça: – 0,75%. O país alpino pode se dar a esse luxo por ter uma moeda particularmente forte, o franco suíço. Mesmo com juros (bem) abaixo de zero, a inflação nos últimos 12 meses por lá está em controláveis 3,4% – e este tem sido um ano ruim, nesse quesito, para os padrões helvéticos.

Já a zona do euro bem que queria ser uma Suíça, mas não é. Os juros começaram a cair por lá em 2011. Em 2014, ficaram negativos (-0,10), e foram baixando mais ainda, até chegar a -0,5%. 

Juro baixo é bom. Juro negativo, o paraíso. Quando um Banco Central cobra para que os bancos comuns deixem seu dinheiro parado lá, os bancos comuns se viram para emprestar esse dinheiro na praça. Melhor emprestar a juros baixíssimos do que a garantia de perder 0,5%, afinal.    

Isso gera mais crédito ao que importa para o PIB: mercado imobiliário, obras de infraestrutura, empréstimos para a indústria investir em P&D, chocolate, pastéis de Belém etc.

Mas, como dissemos, a zona do euro não é uma Suíça. O excesso de crédito colocou mais euros em circulação do que coisas para comprar com esses euros. Resultado: os preços das coisas subiram, tal qual acontece de vez em sempre por aqui: a inflação nos últimos 12 meses chegou a 8,6%, o recorde do euro.

O jeito, então, foi fechar a torneira, como o resto do mundo vem fazendo há um bom tempo: aumentar os juros. Foi o que o BCE anunciou hoje: uma alta de 0,5 ponto percentual. Ou seja: saíram do negativo.

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Assim, a União Europeia se junta ao clubinho de 80 países que já precisaram fazer isso para conter a inflação global no pós-pandemia (e atinge desproporcionalmente o Ocidente). 

A real é que demorou. Demorou tanto que o mercado recebeu bem a subida de 0,5 pp. Todo mundo sabia que viria uma alta, mas ainda havia quem desconfiasse de um movimento mais tímido (temerário, no caso), de apenas 0,25 pp. O fato é que o índice Stoxx 50, das maiores empresas europeias, subiu logo após o anúncio, fechando em uma ligeira alta de 0,31%. 

Pressão nos juros

E o que a taxa do BCE interessa para nós? Bom, taxas em alta na segunda moeda mais importante do mundo pressionam os juros por aqui também. O Brasil passa a ter de pagar mais juros em seus títulos, para rolar a dívida pública. E o patamar dos juros dos títulos já está nas alturas: o prefixado com vencimento em 2029 está pagando 13,49%, mais que o dobro da inflação projetada para os próximos anos – se essa projeção está certa ou errada, não dá para dizer – na dúvida, vá de IPCA+ ;).

Outra consequência das altas nos juros das moedas fortes é a desvalorização das moedas fracas, caso da nossa. Daí a alta do dólar. Hoje foram mais 0,65%, e a moeda americana fechou em R$ 5,49, um patamar que não era revisitado desde o final de janeiro. 

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Bolsas

Bom, em Nova York, as ações da Tesla de Elon Musk, que esbanjou resultados trimestrais melhores que o esperado ontem, subiram 10% e puxaram o S&P 500 e a Nasdaq para cima. A Netflix também não passou vergonha em seu balanço, e os investidores estão reconsiderando ações de empresas que, até agora, estavam com a corda acionária no pescoço por conta de expectativas bastante pessimistas.

No cômputo final, o S&P 500 fechou bem azul, em 0,99%. E trouxe o Ibovespa a reboque: 0,76%. Foi a quinta alta consecutiva. Ainda assim, seguimos abaixo dos 100k, em 99.033 pontos. Claro: aqui é que não é a Suíça mesmo.

Até amanhã. 

 

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Maiores altas

Rede D’Or (RDOR3): 7,80%
Sulamerica (SULA11): 6,79%
Banco Pan (BPAN): 6,53%
Positivo (POSI3): 6,02%
B3 (B3SA3): 4,46%

Maiores baixas

Petz (PETZ3): -3,84%
3R Petroleum (RRRP3): -3,76%
Klabin (KLBN11):  -3,20%
Weg (WEGE3): -2,54%
Azul (AZUL4): -2,42%

 

Ibovespa: 0,76%, a 99.033,17 pontos

 

Em NY:

S&P 500: 0,99%, a 3.999,10

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Nasdaq: 1,36%, a 12.059,61

Dow Jones: 0,51%, a 32.036,77 

 

Dólar: 0,65%, a R$ 5,49

 

Petróleo

Brent: – 2,86%, a US$ 103,86

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WTI: – 3,53%, a US$ 96,35

 

Minério de ferro: -0,48%, a US$ 103 por tonelada na bolsa de Cingapura. 

 

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